Agora que compartilhamos a origem do personagem, a sua trajetória em outras mídias até chegas nas telonas, iremos principiar hoje, nossas considerações sobre os atores que deram vida ao Personagem James Bond, o Agente Secreto 007, nos cinemas. Então vamos abrir com chave de ouro, apresentando aquele que é considerado o seu maior intérprete, o mítico Sean Connery.
Sean Connery as Bond, James Bond
Para viver Bond, os produtores queriam um astro famoso da época, mas uma série de fatores não contribuíram para isso. Primeiro, a pessoa teria que ficar comprometida com um contrato de no mínimo 3 filmes, algo impensável para os padrões daqueles tempos. Outro fator seria o cachê alto pedido por alguns astros para participar. Cary Grant foi contactado, mas disse que faria um único filme e mais nada.
A entrevista de Connery com a dupla produtora foi curta e grossa, eles queriam realizar alguns testes, mas ele recusou de forma arrogante e saiu sem dar maior atenção ao assunto. Foi o suficiente para convencer o Broccoli a lhe dar o papel. Fleming não aceitou de imediato a contratação de Connery, ele tinha dois nomes que considerava perfeitos: David Niven e o britânico Roger Moore. Por ironia, o primeiro, alguns anos depois, seria o agente secreto numa paródia do 007, e o segundo seria o terceiro ator a dar vida ao espião, uma década depois. Mas ao conhecê-lo, e começar a conviver com ele, mudou de ideia.
Nascido em Edimburgo, em 1930, até aquele instante, Connery era um estranho em Hollywood. O ator não conhecia nada a respeito de 007, foi necessária a intervenção do diretor Terence Young, que seria de fundamental importância para o sucesso da série. Considerado bon vivant, Young ensinou o Sean a se comportar, se vestir, como degustar pratos e bebidas finas e lhe impregnou com a personalidade correta do James Bond.
O filme de estreia, 007 Contra o satânico Dr No (1962) foi um sucesso arrebatador de crítica e público. Iniciava-se de forma positiva uma das maiores séries já vistas até hoje nos cinemas. Embora seja importantíssimo para a franquia, ele seria totalmente superado pelo seu sucessor, Moscou Contra 007 (1963). Contando com o dobro do orçamento, o filme foi superior em tudo: locações perfeitas, cenas antológicas, vilões memoráveis, uma das tramas mais tensas e desenvolvidas de toda a série.
Entretanto, o melhor estava por vir, no ano seguinte, estourou nas telas o sucesso implacável 007 Contra Goldfinger (1964). Com uma produção ainda melhor que os antecessores, a terceira aventura conseguiu superar em todos os quesitos os primeiros filmes, que também são considerados os clássicos da série. Seria o primeiro mega sucesso ao nível mundial, tanto que em alguns lugares, as salas de cinema funcionavam 24 horas por dia. Em duas semanas de exibição,o custo de produção já havia sido recuperado. Contando com algumas das maiores cenas de toda a história da série,o filme marcaria a história do cinema e até hoje é tido por muitos como o melhor da história da franquia e o melhor da passagem do Connery.
Na sequência viria outro sucesso de bilheteria, 007 Contra a Chantagem Atômica (1965), que na época contou com a maior sequência de ação embaixo d'água. O filme arrecadou a bilheteria de mais de 140 milhões, fazendo da série uma das mais lucrativas de Hollywood. Foi quando começaram a surgir os boatos que Connery estava esgotado do personagem, e poderia deixar a série.
O fato se confirmaria após o lançamento do filme, Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (1967). Connery chocara seus fãs ao anunciar sua saída. O contrato esgotava com esse filme, mas outros fatores seriam determinantes para essa decisão, o seu relacionamento com os produtores estava desgastado, as exigências contratuais o incomodavam, Sean estava tão famoso com o 007, que estava perdendo sua identidade para o herói, a mídia o assediava insistentemente, e o fato de que queria se dedicar a outros gêneros, e não estava conseguindo, visto sua identificação com o Bond, também seria determinante. A verdade é que o Connery em pouco tempo encarnara com louvor o personagem. Tornara-se tão perfeito como 007, que seria impossível de imediato encontrar um substituto ideal. Mas os produtores não podiam ficar limitados a sua recusa e decidiram então recomeçar com um novo intérprete.
Mantendo-se fieis a formula que dera certo com o Sean, os produtores foram à caça mais uma vez de um nome desconhecido nesta época. Nessa busca, quem levaria a sorte grande seria um modelo e ex-vendedor de carros, o australiano George Lazenby, que simplesmente não tinha nada de especial em seu currículo hollywoodiano. Nascido em 1939, Lazenby conhecera o produtor Brocolli em um encontro ocasional na rua, e recebera dele o convite para fazer um teste de cena.
Existem duas versões para sua passagem rápida pela série, a primeira foi que seu agente o convencera a não permanecer e assinar o exigente contrato de 14 páginas, que o faria estrelar 7 filmes, pois segundo o próprio, a série 007 não manteria o sucesso na década de 70. Mas a versão que mais se tornou conhecida foi que os ataques de estrelismo de Lazenby, sua péssima relação com membros da equipe técnica e do elenco, entre eles a atriz Diana Rigg com quem ele formava um par romântico, além da bilheteria alcançada por seu primeiro filme, não satisfizeram a dupla produtora. O filme não chegou a ser fracasso de bilheteria, arrecadou 87 milhões, mas ficou abaixo dos últimos filmes estrelados por Sean, que ultrapassaram a casa do 100 milhões.
Ouve também naquela década, uma certa rejeição dos fãs à figura do Lazenby, que até hoje divide opiniões entre os fãs do personagem. Uns o consideram o pior intérprete, outros, que ele foi um dos melhores, superior até mesmo ao Connery (Opinião de que pessoalmente,acho exagerada e ridícula). Seja como for, seu único filme é considerad
o um "Cult" entre os fãs.
Alguns anos depois, ele reconheceria ter sido um erro não ter se firmado na franquia e demonstrou arrependimento. Mas já era tarde demais. A carreira também não deslanchou, tanto que até hoje, ele só é referenciado por essa obra, embora tenha feito muitos trabalhos para a TV, e em produções B para o cinema. A prova da mítica do personagem foi posta à prova, ele até hoje é lembrado graças ao 007. Como curiosidade, Lazenby foi o primeiro ator a realmente dizer a frase...
"Meu nome é Bond, James Bond" , nos filmes anteriores de Sean Connery apenas havia sido dito "Bond, James Bond".
- O Retorno -
A saída de Lazenby, e o temor em relação ao futuro, levou a United Artists, estúdio responsável pelas produções, a pressionar a dupla produtora pelo retorno do Connery. Dando o braço a torcer, a dupla Saltzman-Broccoli deixou as rusgas com o ator de lado, e após embolsar o cachê de 2 milhões, valor inimaginável para época, Sean retornou para seu último filme como 007, na série oficial.
007- Os Diamantes São Eternos (1971) é considerado até hoje como o pior da passagem do ator, mas seu apelo junto aos fãs o fez ser sucesso de bilheteria. Ainda tentou-se convencê-lo a estrelar o próximo filme, que abriria a década de 70, mas dessa vez apelo ou dinheiro algum o faria permanecer como James Bond. Por fim,o astro se despedia, ao menos momentaneamente do personagem que lhe dera fama e reconhecimento mundial. Somente 12 anos depois, ele retornaria ao 007, numa produção não-oficial, a qual comentaremos nas próximas postagens.
Por muitos anos ele declarou que o maior erro de sua carreira foi permanecer tempo demais na série, pois o personagem de certa forma teria sido um ponto negativo e teria fechado algumas portas para ele. Mas o tempo o levou a fazer as pazes com o 007. O ator, então, construiria uma das carreiras mais sólidas de Hollywood, sendo aclamado e conhecido até hoje. De todos os intérpretes, ele foi o único a solidificar a carreira, participando de outras produções importantes do cinema, durante e após sua passagem pela franquia. O ápice veio com a conquista do Oscar de melhor coadjuvante pelo filme, Os Intocáveis, de 1987.
Juntos aos fãs e críticos é quase unanimidade, muitos o consideram como o melhor James Bond de todos os tempos, jamais sendo superado pelos cinco atores que o sucederiam ao longo das cinco décadas.
O futuro então de Bond ficou indefinido e o temor em relação aos rumos da série eram preocupantes. Mas o tempo se encarregaria de mostrar a saída...
Juntos aos fãs e críticos é quase unanimidade, muitos o consideram como o melhor James Bond de todos os tempos, jamais sendo superado pelos cinco atores que o sucederiam ao longo das cinco décadas.
O futuro então de Bond ficou indefinido e o temor em relação aos rumos da série eram preocupantes. Mas o tempo se encarregaria de mostrar a saída...
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