Príncipe Vlad Tepes III - Draculea - Adaptação para outras Mídias

O romance de Stoker mitificou a imagem do vampiro, e seu sucesso foi tamanho que ao longo do século, recebeu adaptações para as mais diferentes mídias do entretenimento. Muitas foram as adaptações que popularizaram e imortalizaram a imagem do temível Conde. O sucesso do livro recebeu primeiramente, adaptações para o teatro. 

Um dos primeiros atores a se consagrar dando vida a Drácula nos palcos, foi o ator Béla Lugosi, tido até hoje como o mais perfeito intérprete do personagem, numa adaptação teatral escrita por John Balderston. Sua interpretação única e assustadora nesta peça foi que abriu as portas para seu estrelato no cinema.

Ao longo das décadas, o personagem ganhou diversas adaptações para os palcos, do drama ao horror,passando até por musicais. O legado da passagem do personagem pelo teatro, foi em sua vestimenta. A capa,utilizada por ele surgiu no teatro. O único lugar no livro onde o Conde está vestindo uma capa é na cena do zoológico, quando ele visita o lobo "Bersicker" e fala com o zelador.

No castelo, Harker diz que ele estava vestido de preto dos pés à cabeça, mas não especificamente numa capa. A maioria dos leitores o visualiza vestindo um sobretudo. Em determinado momento, Harker vislumbra o Conde lendo esticado num divã. O Rei dos Vampiros salta e saúda o jovem. Tentar isso numa capa que chega ao chão seria no mínimo complicado, não?

As capas eram a roupa convencional dos vilões nos palcos, dúzias deles a exibiam em melodramas e o adereço foi adaptado pelos atores para que pudessem representar um Drácula ameaçador. A capa também preservava os olhos da platéia das "obscenidades" (e talvez "safadezas") que ocorriam enquanto ele molestava e mordia as pobres vítimas. Além disso, o Drácula do teatro podia abrir a capa e criar a ilusão de um enorme morcego predador, o primo terrestre do vampiro.

O personagem também surgiu em alguns games,como Castlevania e Drácula Origin.

Os desenhos animados

As animações também foram uma fonte que souberam explorar a imagem do conde vampiro. Drácula chegou a enfrentar antagonistas de peso como Batman, Mulher-Aranha e até mesmo o Super-Homem, num episódio do famoso seriado Superamigos. Várias foram as animações que transpuseram o personagem. Vamos conhecer algumas delas.

Família Drácula foi um desenho animado americano da década de 1980, feita pela Hanna-Barbera, com 16 episódios exibidos de 1980 a 1982. A série é centrada nos adolescentes Drak, Frankie e Lobão, os descendentes do Conde Drácula, Frankenstein e Lobisomem. Como uma forma de expiar os erros passados de seus ancestrais, o trio resolve se tornar super-heróis. Sendo de forma humana a princípio, eles podem se transformar em seus alter egos monstruosos por tocar as mãos de cada um.

Don Drácula:adaptação do mangá de mesmo título,foi uma animação produzida e exibida nos anos 80,inclusive em nosso país. Esse “anime” era uma típica comédia envolvendo elementos da mitologia clássica dos vampiros, (mais especificamente do Conde Drácula), numa esdrúxula paródia. Don Drácula não é um vampiro japonês, na verdade ele é o próprio Conde Drácula, que foge da Transilvânia e se muda para o Japão numa tentativa de escapar dos caçadores de vampiros, levando com ele sua filha Sangria e seu fiel empregado Igor.O cara só se dá mal o tempo todo, e todos os seus planos fracassam miseravelmente. 
Ele nem mesmo consegue atacar uma vítima decente e ainda tem o Professor Von Helsing no pé dele, doido para fincar uma estaca no seu coração.Ao ser adaptado para a televisão, foi planejado para ser um anime de 26 episódios, mas apenas oito foram completados, porque a agência de publicidade encarregada entrou em falência. Mesmo com esses poucos episódios, Don Drácula ainda é muito lembrado como um dos melhores animes dos anos 80.

O Pequeno Drácula:Um desenho animado simples que passou no Canal Panda há uns anos, num modesto horário da tarde. O protagonista era um pequeno drácula verde que tinha uma família de vampiros e que passava por algumas aventuras. O desenho passou despercebido em sua época de exibição,poucos se lembram dele.

Batman vs Drácula: aqui vale apenas em ver o encontro entre dois dos mais famosos personagens de todos os tempos e todas as mídias do entretenimento.Trata-se de uma produção realizada em 2005.Houve dois outros filmes em que Batman luta contra o Drácula: Batman Drácula (1964) e Batman Fights Drácula (1967). No entanto, nenhum desses filmes foi autorizada pela DC Comics.

Coringa e Pinguim fogem do Asilo Arkham e vão atrás de um dinheiro escondido em uma cripta do Cemitério de Gothan. Batman aparece e o Coringa aparentemente morre quando cai num rio e é eletrocutado por um de seus aparelhos eletrônicos. O Pinguim vai sozinho ao cemitério mas encontra no caixão, um corpo no lugar do dinheiro. Ele é o Conde Drácula que hipnotiza o vilão para ser seu escravo e cuidar do caixão dele durante o dia.

Várias pessoas começam a desaparecer e a polícia culpa o Batman, quando testemunhas dizem que um morcego gigante era o que estaria levando as vítimas. O herói por sua vez desconfia do Dr. Alucard ("Drácula", escrito ao contrário), um recém-chegado antropólogo europeu que conhecera numa festa da sociedade e que demonstrara interesse pela repórter Vicki Vale. Ao deduzir quem é seu inimigo, Batman inicia a perseguição e terá que enfrentar ainda um exército de mortos-vivos, o Pinguim e um Coringa vampiro, além de resgatar Vicki Vale, raptada pelo Conde Drácula.

Passagem pelos quadrinhos

Os quadrinhos também se esbaldaram com a sua versão do personagem. Drácula teve seu próprio gibi pela Marvel Comics, intitulado The Tomb of  Drácula. Devido a isto, ele também se tornou antagonista de heróis da Marvel em algumas ocasiões. Isto incluiu os X-Men e o Homem-Aranha.Drácula já chegou a estrelar várias sagas contra os super-heróis Marvel, publicados por aqui em saudosos almanaques da editora Abril. O mais famoso teve roteiro de Marv Wolfman, em 1970. Mais tarde, uma não muito feliz volta colocou o conde para lutar contra o vilão apocalipse, dos X-Men. A Dark Horse, editora de personagens como Hellboy chamou Wolfman e Gene Colan para uma minissérie em 1998, The Curse Of Dracula.

Blade, o caçador de vampiros, surgiu em Tomb of Dracula e tinha Drácula como arqui-inimigo nos quadrinhos dos anos 70. No nosso país,as histórias foram lançadas em 1979, ganhando publicação própria, intitulada como Terror de Drácula. Mais uma marcante coleção, pena que durou apenas 11 edições.Foi lançada juntamente com Heróis da TV e Capitão América, a Editora Abril adquiriu os direitos da Marvel americana.

Eram histórias incrivelmente elaboradas e desenhadas por gênios dos quadrinhos como Stan Lee, Marv Wolfman, Steve Ditko, Don Heck entre outros. Chamado de “Osama Bin Laden dos vampiros”, a Image Comics (Gen 13, Spawn), relançou o mito em 2003 com Sword Of Dracula, mas a série não fez muito sucesso. Ele seria utilizado como coadjuvante em outras séries e histórias da editora. Já Batman, encontrou o famoso vampiro em suas histórias alternativas do “Túnel do Tempo”. 

Ano passado, a editora Panini, que atualmente publica os personagens da editora no nosso país, relançou essas publicações numa edição especial. Mas o personagem não ficou limitado somente a Marvel. Diversas outras editoras publicaram a sua versão. No Brasil, Drácula foi personagem de um cem-número de quadrinhos de terror pela Bloch Editores, como Histórias Reais de Drácula e Capitão Mistério-Drácula. Também teve uma versão chamada Drácula- A Sombra da Noite, lançada em 1985 pela editora Nova Sampa.

Em 1987, o italiano Guido Crepax publicou uma adaptação do livro de Bram Stoker para os quadrinhos. Esta adaptação foi publicada no Brasil pela Livraria Martins Fontes Editora no ano de 1989. Ao longo dos anos,ele também ganhou outras versões, como Drácula, O Covil do Verme Branco. O vampiro chegou até mesmo a enfrentar o famoso Zorro, na hq Drácula versus Zorro.

O personagem também ganhou sua versão japonesa. Intitulado Don Drácula, foi um mangá que surgiu nas páginas da Weekly Shonen Champion, em 1979, nas páginas da revista semanal japonesa  Shonen Champion, e, posteriormente, ganhou três encadernados compilando todas as histórias e é mais uma criação do mestre Osamu Tezuka, o mesmo de grandes clássicos como “ASTRO BOY” e “A PRINCESA E O CAVALEIRO” Baseado livremente na obra original de Bram Stoker,  trata-se de uma comédia com pitadas de terror, o mangá faz parte da renovação da carreira de Tesuka, em um momento em que o autor se reinventara para um público diferente.

Até uma versão feminina do personagem ganhou os quadrinhos.Foi a Naiara,a filha do Drácula,lançada pela Editora Taika em 1968.A vampira Naiara foi uma sacada primorosa dos editores da Taika que queriam explorar o charme e o veneno da mulher-vampira brasileira.

Drácula também foi figura constante nas publicações Disney e da Turma da Mônica. O personagem Zé Vampir foi concebido inspirado nele.

Drácula na tv

A telinha também soube explorar a imagem do vampiro em seriados que infelizmente não tiveram muito sucesso.

Drácula-O Demônio das Trevas, foi uma produção realizada em 1973 para a tv britânica,dirigido pelo Dan Curtis e é mais uma adaptação do famoso romance. A história é ambientada em 1897, onde o agente imobiliário Jonathan Harker chega à Bistritz, na Hungria, para visitar o castelo do Conde Drácula, que tem interesse em comprar uma casa na Inglaterra. Porém, o misterioso cliente encontra uma foto entre os pertences de Harker onde aparece sua noiva Mina Murray, além de um casal de amigos, Arthur Holmwood e sua noiva Lucy Westenra.

Drácula reconhece uma incrível semelhança entre sua falecida esposa e a jovem Lucy, tornando-se obcecado em encontrá-la. Para isso, ele decide aprisionar Harker em seu castelo e viaja a bordo de um navio russo com destino à Inglaterra para seduzir a moça. Lá, em Whitby, o conde se apossa da Propriedade Carfax e passa constantemente a fazer visitas para Lucy em sua casa na cidade vizinha de Hillingham.

O roteiro de Drácula – O Demônio das Trevas procurou ser fiel ao livro de Stoker, mas também apresentou inovações, principalmente na ideia da esposa de Drácula reencarnada em Lucy, e sua consequente obsessão em reencontrá-la. Além também da sugestão em associar a figura do conde vampiro com a realidade através do nobre Vlad Tepes, o Príncipe da Valáquia, que aparece reproduzido num quadro pintado no castelo, com a data de 1475.

Ele que foi um soldado muito temido pelos inimigos e um guerreiro vencedor no campo de batalha, conhecido por empalar cruelmente suas vítimas.Para a satisfação dos fãs e colecionadores, foi lançada em DVD no Brasil pelo selo Dark Side, da Works Editora, através da Revista Dark Side DVD número 8 (Maio de 2005), com distribuição nas bancas de jornais. Porém, o filme já havia sido lançado anteriormente nos anos 80 no mercado de vídeo VHS pela Mundial Filmes como Drácula, e até já foi exibido nos cinemas daqui como Drácula – A Maldição do Demônio. Para o papel principal Curtis chamou uma das lendas do cinema, Jack Palance, então no auge de sua carreira. O trabalho do ator foi muito bem aceito e embora não possa ser equiparado ao de Lugosi ou Lee, garantiu que o filme fosse bem sucedido e distribuído no mundo inteiro.

Drácula:The Series  foi um seriado de televisão de aventura, ficção e terror, baseado na lenda do Conde Drácula, protagonizado por Goodie Johnson como Alexander Lucard (Lucard é Dracul de trás para frente), um magnata rico e suas constantes lutas como Gustav Van Helsing  e seus sobrinhos jovens.

Eles também eram auxiliador por uma aluna chamada Sophie Metternich. A série foi filmada em Luxemburgo e produzida por Phil Bedard e Larry Lalonde. A fórmula da série era relativamente direta, com os quatro heróis tentando aprender e anular as ações de Lucard / Drácula, com pelo menos algum sucesso.

Alguns detalhes do romance original também foram aplicados a série, diferente dos filmes de Drácula, como por exemplo, que os vampiros poderiam viver a luz do sol, só que perderiam seus poderes e que qualquer pessoa que fosse mordida por um vampiro poderia se transformar num zumbi, mas este processo poderia ser revertido se fosse aplicada água benta à mordida. O espetáculo foi apresentado originalmente nos Estados Unidos, em syndicated, entre 29 de setembro de 1990 a 11 de maio de 1991, num total de 21 episódios, de 30 minutos cada e no Brasil através da Rede Globo. Acabou não caindo no gosto popular e foi cancelado.

A mais recente série para a tv com o personagem foi realizada em 2013. Intitulada somente como Drácula, foi produzida produzida pela Carnival Films para a NBC e Sky Living. Criada por Cole Haddon como uma releitura do livro Drácula de Bram Stoker.

A série mostra a chegada de Drácula a Londres, se apresentando como o empresário americano Alexander Grayson, que deseja trazer a ciência moderna para a sociedade vitoriana. Na verdade, ele apenas busca vingança das pessoas que destruíram sua vida séculos atrás. Mas surge um imprevisto que pode atrapalhar seus planos: ele encontra uma mulher que aparenta ser a reencarnação de sua finada esposa Ilona.

Quem interpreta o vampiro é o ator Jonathan Ryes Meyers. A série iniciou-se com 10 episódios,  foi um fracasso tão grande que não passou da primeira temporada, sendo cancelado no ano seguinte. Os motivos foram a baixa audiência e recepção morna da crítica. Foi, porém, o problema do ator com as drogas que mais chamou a atenção da mídia sobre os bastidores da série. O astro teve grande parte do seu salário retido pela emissora até que terminasse as gravações dos 10 episódios da primeira temporada de Drácula, como forma de garantir que continuasse o trabalho.

Por incrível que pareça,o chupa sangue teve suas versões nacionais também. Ele foi personagem em pelo menos 3 novelas brasileiras: Drácula, Uma História de Amor, exibida na extinta TV Tupi, em 1980, tendo somente 4 capítulos exibidos e em seguida sendo cancelado devido a crise financeira que a emissora passava. O Beijo do Vampiro (2002) e Vamp (1991),apresentaram as outras versões do Drácula. Na primeira ele era Nosferatu e na segunda,Vlad.