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sábado, 3 de outubro de 2015

Príncipe Vlad Tepes III - Draculea - The Origin

O cinema de terror mutas vezes busca na literatura, uma inspiração para a concepção de produções e personagens que posteriormente acabam se tornando célebres. Ao longo das décadas, muitas foram as obras adaptadas que se tornariam clássicos incontestáveis.

O Halloween se aproxima, e minha querida amiga me incumbiu de comemorar a data no blog, comentando a respeito de um personagem que ela adora. A tarefa foi desafiadora, pois escrever nessa coluna a respeito desse personagem, sendo totalmente fiel a suas origens e a importância que ele tem para a história tanto da literatura de horror como para o cinema, é inimaginável. Mas como gosto de encarar esses desafios, aceitei e caí em campo, realizando um trabalho de pesquisa unido aos meus conhecimentos a respeito desse cara.
Trata-se nada menos do que um dos maiores icônicos, famigerados e famosos personagens de todos os tempos. Ele é a referência maior ao gênero dos vampiros, não existe e jamais existirá outro igual. É um dos maiores na história da cultura pop. Sua data de criação foi em 1897. Seu sucesso se estende por várias mídias do entretenimento: livros, tv, cinema, animações, games, histórias em quadrinhos e até telenovelas. O personagem é o mais famoso vampiro da ficção, e segundo o Guiness Book, o monstro fictício com maior número de aparições na mídia, diretas ou indiretas. Grandes nomes do cinema se imortalizaram dando vida a ele nas telonas. Personagem, mito e lenda se confundem num só. Com grande prazer e orgulho, vamos conhecer agora a história do temível Conde Drácula, sua concepção, e seu sucesso no cinema.

A lenda de Vlad, o Empalador


Talvez muita gente não saiba, mas na verdade, o Conde Drácula existiu. Mas ele não era um vampiro chupador de sangue que morria de medo da cruz, ou que se escondia da luz do sol e atacava mocinhas indefesas.

O personagem surgiu derivado de uma lenda envolvendo uma figura histórica, originária do país hoje conhecido como Romênia. Era o príncipe Vlad Tepes, nascido em 1431, na Transilvânia. Ele governou justamente o território que corresponde a Romênia.

Nessa época, a Romênia estava dividida entre o mundo cristão e o mundo muçulmano (Turquia). Vlad III ficou conhecido pela perversidade com que tratava seus inimigos. Embora não fosse um vampiro, sua crueldade alimentava o imaginário de modo que logo passou para o conhecimento popular como um vampiro.

O pai de Vlad III, Vlad II, era membro de uma sociedade cristã Romana chamada a Ordem do Dragão, criada por nobres da região para defender o território da invasão dos turcos otomanos. Por isso Vlad II era chamado de Dracul (dragão), e, por consequência, seu filho passou a ser chamado Draculea (filho do dragão) — a terminação "ea" significa filho. A palavra “dracul”, entretanto, possuía um segundo significado (“diabo”) que foi aplicado aos membros da família Draculea por seus inimigos e possivelmente também por camponeses supersticiosos.

Vlad ficara conhecido por sua perversidade extrema, tanto contra seus inimigos como com seus próprios súditos. Seu apelido de Țepeș ("Empalador") teve origem em seu hábito de matar os inimigos por meio do empalamento, uma prática popularizada por diversos panfletos medievais na Transilvânia. Os infelizes eram fincados numa estaca pontiaguda presa ao chão. Vlad tinha prazer em comer em frente a suas vítimas com os corpos empalados, ouvindo seus gritos de agonia. Dizem que ele teria assassinado mais de 30.000 pessoas dessa forma.

Foi reportado que a primeira esposa de Vlad cometeu suicídio pulando das torres do castelo de Vlad para as águas do rio Arges ao invés de se render aos Turcos. Draculea fugiu pelas montanhas em direção à Transilvânia e apelou para Matias Corvino, Rei da Hungria por ajuda. Ao invés disso, o rei prendeu-o e aprisionou-o numa torre por 12 anos. Também contam que, quando fora aprisionado no ano de 1462, mesmo durante a sua prisão Vlad não desistiu de seu passatempo preferido: ele costumava capturar pássaros e ratos para torturá-los e mutilá-los, alguns eram decapitados, esfolados e soltos, e muitos eram empalados em pequenas lanças.

Após a invasão da Valáquia pela Hungria, em 1447, Vlad II e seu filho mais velho, Mircea, foram assassinados. Em 1456, Vlad Țepeș regressou à região, e retomou o controle das terras, assumindo novamente o trono de Valáquia. Este retorno tardio de Vlad III teria confundido os moradores da região, que pensaram ser Vlad II retornando anos após a sua morte. Isso teria ajudado a criar a lenda de sua imortalidade.


A crença que o Conde Drácula é um morto vivo veio de um fato de que em uma de suas muitas batalhas ele levou um forte golpe na cabeça, que o deixou em coma. Depois de ver o seu líder cair seus homens bateram em retirada levando consigo seu corpo, e antes da fuga ser realizada, Vlad III acordou do coma como se nada tivesse acontecido, e logo depois de recobrar os sentidos retornou à batalha levando seu exército à vitória, e a uma de suas mais sangrentas batalhas, criando assim a crença que ele havia retornado dos mortos como um morto vivo.

Draculea foi morto em batalha contra os turcos perto da pequena cidade de Bucareste em 14 de dezembro de 1476. Algumas fontes indicam que ele foi assassinado por burgueses valaquianos desleais quando ele estava prestes a varrer os Turcos do campo de batalha. Outras fontes dizem que Draculea caiu vencido rodeado pelos corpos dos leais guarda-costas. Outra versão é a de que Draculea foi morto acidentalmente por um de seus próprios homens no momento da vitória.

O corpo de Draculea foi decapitado pelos Turcos e sua cabeça enviada à Constantinopla, onde o Sultão a manteve em exposição em uma estaca como prova de que o Empalador estava morto.

Ele foi enterrado em Snagov, uma ilha-monastério localizada perto de Bucareste. Em 1931, quando arqueólogos escavaram o túmulo, não encontraram nada, apenas ossos de animais, o que contribuiu para o mistério.

Vlad tornou-se uma das figuras folclóricas mais famosa da história romena. Mais do que isso, ele é até hoje o principal incentivador do turismo na região onde vivera e sua lenda originara o personagem famoso do cinema e da literatura. A região até hoje recebe turistas do mundo todo, fascinados por sua figura histórica e em busca de conhecer lugares onde ele vivera e coisas do tipo. Existem dezenas de documentários e filmes a respeito dele, não do personagem fictício. 

A figura lendária de Vlad, o Empalador, foi a principal referência para o escritor irlandês Bran Stoker criar aquele que seria o seu mais célebre personagem: O Conde Drácula.

Abraham "Bran" Stoker nasceu em Dublin, em 1847. Sempre estudando em Dublin, escreveu seu primeiro ensaio aos 16 anos e, em 1875 concluiu seu mestrado. Conseguiu se tornar crítico de teatro, sem remuneração, no jornal Dublin Eventing Mail. Stoker viajou por vários países, apesar de nunca ter visitado a Europa Oriental, cenário que viria a ser seu famoso romance. Influenciado pela história de Vlad, e pesquisando a respeito do tema "Vampiros", em 1897 ele lançou seu famoso romance, Drácula. 
Uma curiosidade: Stoker havia planejado intitular seu livro "Count Wampyr". Esta deve ter sido uma variação de "The Vampyre", de Polidori, uma espécie de homenagem àquele trabalho. Foi mudado para "Drácula" provavelmente no momento em que ele encontrou o nome Drácula em um guia de viagem da Transilvânia.

A história gira em torno de vários personagens, tendo a figura de Drácula ao centro. O jovem Jonathan Harker chega num castelo numa região remota da Transilvânia e trava conhecimento com o excêntrico proprietário do castelo, o conde Drácula, dado este ter em vista a aquisição de várias propriedades na Inglaterra. Aos poucos Harker começa a perceber que há mais do que excentricidade naquela figura, há algo de estranho no anfitrião, algo de realmente assustador e tenebroso. Aliás, passada a inicial hospitalidade, Harker começa a entender de que mais do que um hóspede, é também um prisioneiro do conde Drácula.

Seguidamente, Drácula decide viajar até à Inglaterra, deixando um rastro de morte e destruição por onde passa – sob a forma de um enorme morcego -, enquanto Harker é deixado à guarda de três figuras femininas, três terríveis seres que se alimentam de sangue humano. Harker consegue fugir, apesar de bastante debilitado, e encontra-se com a sua noiva, Mina, em Budapeste.

Já na Inglaterra, Lucy, uma jovem inglesa, amiga de Mina, começa a apresentar estranhos sintomas: uma enorme palidez e dois enigmáticos orifícios no pescoço. Os seus amigos, John Seward, Quincey Morris e Arthur Holmwood, incapazes de identificar a origem daquela doença, recorrem ao auxílio do Dr. Abraham Van Helsing, médico e cientista, famoso pelos seus métodos considerados pouco ortodoxos, compreendendo que Lucy foi vítima dos ataques de um ser diabólico: Drácula, uma espécie de morto-vivo que se alimenta de sangue humano (vampiro). Contudo, receando a reação destes, Van Helsing decide não lhes apresentar imediatamente as suas conclusões.

Numa noite, Lucy e a sua mãe são atacadas por um morcego – a forma animal do conde Drácula – e ambas morrem, embora de causas diferentes: Lucy foi alvo do ataque sanguinário do morcego/Drácula; a mãe de Lucy, vítima de ataque cardíaco provocado pelo medo.
Lucy é enterrada, mas a sua existência não termina por aí: esta renasce como vampira e começa a perseguir crianças. Van Helsing, não dispondo de outra opção, confidencia as suas conclusões aos amigos desta. Estes, determinados a colocar um fim naquela forma de existência, introduzem uma estaca no seu peito, trespassando o coração e decepam-lhe a cabeça, pois só assim ela poderá descansar em paz.

Pouco tempo depois, para surpresa dos mesmos, percebem que Drácula tem agora uma nova vítima como alvo: Mina, que já regressou de Budapeste juntamente com Harker, agora juntos na condição de marido e mulher. Porém, além de se alimentar de Mina, Drácula também lhe dá o seu sangue a beber, ritual que os conecta espiritualmente, como numa espécie de matrimônio das trevas.

Van Helsing compreende que, através da hipnose, é possível seguir os movimentos do vampiro. Assim, decididos a destruí-lo e a salvar Mina, os homens perseguem-no. Drácula refugia-se no seu castelo na Transilvânia, que, contudo, é completamente destruído pelos perseguidores antes que conde concretize tal objetivo, libertando a Mina do tal “encantamento”.

Quando foi publicado pela primeira vez, em 1897, Drácula não foi um best-seller imediato, embora as criticas fossem incansáveis em seu louvor. O romance tornou-se mais significativa para os leitores modernos do que foi para os leitores contemporâneos vitorianos, que só atingiu o seu grande status lendário clássico no século 20, quando as versões cinematográficas apareceram. No entanto, alguns fãs da época vitoriana o descreveram como "a sensação da temporada" e "o romance de gelar o sangue do século". Sir Arthur Conan Doyle criador de Sherlock Holmes escreveu a Stoker em uma carta:" Eu escrevo para lhe dizer o quanto eu gostei de ler Drácula".

Na opinião de alguns críticos literários, Drácula de Bram Stoker é uma rara combinação entre uma trama extremamente bem construída, personagens fortes e um tema mórbido e lúgubre. Porém, na época de seu lançamento, recebeu críticas por se tratar de um livro baseado em uma história real, violenta e tétrica demais. Possíveis influências para a obra de Stoker são livros do século XIX: The Vampyre, de Polidori, e Carmilla, de Sheridan Le Fanu.

Stoker faleceu no dia 20 de abril do ano de 1912, na cidade de Londres (Inglaterra). Os direitos autorais sobre sua obra foram herdados por Florence Stoker, sua esposa. Ela permitiu que Hamilton Deane, diretor de teatro irlandês, adaptasse a obra de seu marido em uma peça. Após esta primeira adaptação, a obra de Stoker ficou ainda mais famosa. Outro diretor que se baseou nas páginas de Drácula foi Murnau, que lançou o filme Nosferatu em 1922. Embora Stoker tenha escrito outras obras, nenhuma ficou tão famosa e conhecida quanto esse romance.

O romance foi adaptado muitas vezes, especialmente para o cinema e teatro e o vampiro foi usado em muitas histórias e paródias independentes do romance original, sendo usado até hoje por diversos autores em diversas mídias, sendo tema recorrente na cinematografia mundial. O romance mais recente a tratar do assunto é O Historiador, de Elizabeth Kostova, que se propõe a ser uma espécie de O Código da Vinci da lenda de Drácula. É um romance que coloca o leitor na trilha do Drácula histórico, em meio a mosteiros medievais.

Definindo melhor o personagem

Drácula tem força sobre-humana (de acordo com Van Helsing, tem a força de 20 homens), pode se transformar em lobo, morcego (ou em um bando de morcegos equivalente a sua massa corpórea, comanda criaturas noturnas e o clima, pode tornar-se névoa, hipnotizar e transformar outras pessoas em vampiros como ele, dando seu sangue para elas beberem, é imortal e não envelhece, pode se curar instantaneamente de ferimentos e tem poderes de levitação.

Suas principais fraquezas são: deve se nutrir de sangue para sobreviver — sem sangue ele não morre, mas fica extremamente enfraquecido e desfigurado. Sua imagem não é refletida em espelhos; pode ser morto por uma estaca de madeira cravada em seu coração, símbolos sagrados como a cruz e água benta podem afastá-lo ou feri-lo (algumas versões ostentam que deve-se ter fé nos símbolos usados, para funcionarem), o alho e prata podem afastá-lo. O Conde não sobrevive se exposto à luz solar.

Fisicamente, o Conde Drácula é muito diferente do Vlad histórico. O Conde é alto, demasiadamente magro, com uma grande testa igual a uma cúpula. Ele tem bigode, nariz aquilino, e parece um tanto bestial. Vlad, por sua vez, tinha um rosto arredondado, com uma cabeça grande que parecia repousar diretamente sobre seus ombros. Porém, as várias adaptações do personagem dão contas que ele é o próprio Vlad.


Este mês, eu e a Pedra estaremos resenhando e compartilhando curiosidades sobre o gênero Sobrenatural.




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