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quinta-feira, 14 de abril de 2016

Especial Grandes Personagens - Rocky Balboa - Resenha Cinéfila - Um Lutador (1976)


Como vimos, o roteiro do primeiro filme do lendário Rocky Balboa foi escrito por Stallone em apenas 3 dias, e a maior dificuldade foi encontrar um estúdio que quisesse bancar a obra tendo um cara que ninguém conhecia como protagonista. Mas afinal, por aquela época, quem era Sylvester Stallone??? 

Vamos fazer esta viagem no tempo e conhecer este lutador que era o "Cara" nos ringues???
                                                            
Título - Rocky (Rocky - Um Lutador)
Direção - John G. Avildsen
Produção - Robert Chartoff, Irwin Winkler
Roteiro - Sylvester Stallone
Género - Drama
Música -  Bill Conti
Direção de fotografia - James Crabe
Edição - Richard Halsey,Scott Conrad
Distribuição - United Artists
Lançamento - 3 de dezembro de 1976
Idioma - Inglês
Orçamento - US$ 1.100.000
Receita - US$ 225.000.000
Elenco
Sylvester Stallone .... Rocky Balboa
Talia Shire .... Adrian Pennino
Burt Young .... Paulie Pennino
Carl Weathers .... Apollo Creed
Burgess Meredith .... Mickey Goldmill
Tony Burton .... Tony "Duke" Evers
Joe Spinell .... Tony Gazzo
O filme conta a história de Rocky, um boxeador da Filadélfia que nunca teve chance no esporte e se vê na contingência de exercer um trabalho paralelo como capanga de um agiota, mas que tem sua vida transformada ao receber do campeão peso-pesado Apollo Creed ou Apollo Doutrinador (BR) a oportunidade de disputar o título máximo do boxe.


Rocky é apresentado como um pequeno boxeador e coletor para um agiota. A competição pelo campeonato mundial de peso pesado está marcada para o dia de Ano Novo, 1976, o ano do bicentenário dos Estados Unidos. Quando o oponente do invicto campeão de peso pesado Apollo Creed se machuca, Creed apresenta a ideia de lutar com um lutador local da Filadélfia, e porque ele gosta do apelido Rocky, The Italian Stallion (o garanhão italiano), ele escolhe esse lutador desconhecido.

Para se preparar para a luta, Rocky treina com o ex-lutador Mickey Goldmill, enquanto o seu melhor amigo, Paulie, um trabalhador de frigorífico, o deixa praticar socos nas carcaças penduradas no freezer. Durante o treino, Rocky sai em encontro com a irmã quieta do Paulie, Adrian. Na noite anterior à luta, Rocky confessa para Adrian que ele não espera derrotar Creed, e tudo que ele quer fazer é aguentar os 15 rounds contra ele (o número típico de rounds do boxe daquela época) Creed inicialmente não leva a luta à sério, mas Rocky inesperadamente derruba-o no primeiro round e a partida se torna intensa. A luta dura realmente 15 rounds, com cada lutador sofrendo grandes machucados. Depois da luta, Rocky chama por Adrian, que corre até o ringue. Enquanto Creed é anunciado como vencedor por uma decisão apertada, Adrian e Rocky se abraçam e declaram o amor um para o outro.(wikipédia)


Muitos estúdios adoraram a história do pugilista desacreditado que se bate de frente com o campeão mundial, eles sabiam que o filme faria sucesso, principalmente pelo lado humano da história e pelas lições de superação e força de vontade. Mas a obra, na concepção dos produtores, teria mais apelo com um astro da época. Nomes como Robert Redford, Ryan O'Neal, Burt Reynolds e James Caan pareciam muito mais promissores no posto  do que o desconhecido Stallone. Mas, Stallone sentia que aquele seria o personagem diferencial em sua vida, e estava irredutível, ou ele o interpretava ou nada feito.

Por fim, a United Artists deu o braço a torcer e resolveu bancar a obra, desprendendo um orçamento de 1 milhão de dólares para os produtores Robert Chartoff e Irwin Winkler, que inclusive, chegaram a hipotecar as próprias casas para conseguir o restante do dinheiro suficiente. O longa foi reescrito para chegar ao modesto custo de US$ 1, 075 milhão (com um adicional de US$ 100 mil de custos de produção e US$ 4,2 milhões em marketing). Para a direção, foi escolhido o diretor John G Avildsen, que não tinha nada de excepcional em seu currículo. Alguns anos depois, ele dirigiria outra franquia bem conhecida de Hollywood, o Karatê Kid, com Ralph Macchio.

O elenco foi preenchido com nomes conhecidos e outros sem grandes trabalhos em destaque, o veterano Burgess Meredith, com dezenas de filmes no currículo, a atriz Talia Shire, que trabalhara nos dois filmes do clássico O Poderoso Chefão, sendo inclusive indicada ao Oscar de melhor coadjuvante, e os poucos conhecidos Burt Young e Carl Weathers, que depois se tornariam famosos até hoje por conta de seus personagens nessa série. O primeiro interpretaria o amigo e cunhado grosseiro de Rocky, o segundo, justamente seu oponente,o Apollo Creed.

A história, os fãs já conhecem, Rocky é um pugilista medíocre que leva a vida participando de lutas em botecos e ringues meia-bocas e trabalhando como cobrador de um agiota local, para sobreviver. Ele mora num subúrbio da Pensilvania, onde convive com pessoas de baixa renda, vagabundos, trabalhadores de classe baixa, beberrões e viciados. Mas, acontece que o campeão mundial de boxe, Apollo Creed está em busca de um lutador desconhecido para uma luta valendo o título mundial, e volta sua atenção para o Rocky, por conta do apelido chamativo. Rocky aceita a proposta, mesmo sabendo que suas possibilidades de vitória são nulas, e passa a ser treinado por um velho amigo e menager, o Mickey.

Ao todo, o primeiro e mítico filme levou 28 dias para ser realizado. O filme foi o primeiro a usar a chamada Steadicam, usada principalmente nas cenas de luta e as cenas de corrida  de Rocky na Filadélfia durante seu treinamento. O invento pioneiro de Garrett Brown ajudou a manter a câmera em movimento constante para criar um efeito de flutuação na cena. A produção contém cenas que são lembradas, parodiadas  e copiadas até hoje, como a preparação física do Rocky para a luta. Vale mencionar a excepcional trilha sonora, composta por Bill Conti, que se tornaria um marco do gênero com o tema principal do filme, Gonna Fly Now. Ficou no topo das paradas da Billboard por uma semana (de 2 até 8 de julho de 1977). O filme dividiu a crítica, mas se tornou o sucesso mais inesperado do ano, deixando Stallone com 10% da arrecadação das bilheterias, o que o tornou um homem rico.

Muitos aspectos são dignos de menção nessa obra, a começar pelo personagem título, que é bem intepretado por Stallone. Ele deixa transparecer em seu Rocky, as esperanças, obstinação e sonhos perdidos. Embora seja um bobalhão desajeitado, o personagem é um cara com um enorme coração. A crítica o considerou um ator medianíssimo, no início mesmo da carreira ele demonstrava talento interpretativo. Se for passar um pente fino em seus primeiros trabalhos após o sucesso do Rocky, percebe-se que o gênero dele não era a ação, ele se dedicava mais a filmes com conteúdo dramático. A obra também rendeu outros personagens que são lembrados até hoje. Quem desconhece a tímida Adrian, namorada do Rocky, e depois esposa; o grosseirão Paulie; o mau humorado e paizão Mickey, e o prepotente e falastrão Apollo, o "doutrinador"? E a forma como eles são trabalhados tanto pelo roteiro do Stallone, quanto pelo trabalho do John, os tornam próximos do espectador.

É por isso que, mesmo sendo um filme de boxe, a trama ganha mesmo quando os temas pessoais entram em cena, com destaque para as discussões entre Rocky e seu técnico Mickey, assim como os momentos românticos, com a ótima química entre Stalonne e Talia, ambos em grande atuação. Sem dúvida alguma, trata-se de um dos casais fictícios mais memoráveis do cinema. Os momentos intimistas do casal funcionam muito bem, e tornam a realidade dos dois muito humana, sem permitir que Rocky vire um herói inatingível. Essa humanidade é reafirmada na relação de amizade que o boxeador mantém com Paulie (Burt Young), o infeliz e alcoólatra irmão de Adrian, e principalmente na construção de seu rival Apollo Creed, que em nenhum momento se torna um vilão, mas que se opõe perfeitamente a Rocky, com sua inteligência nos negócios e qualidade técnica como boxeador.


A produção acabou colhendo os seus méritos. Enorme sucesso de público e crítica, o filme que deu ao mundo o pugilista modesto, arrecadou nada menos que 225 milhões. Recebeu também  10 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Diretor, Roteiro, e 4 indicações para o elenco, incluindo Stallone e os demais coadjuvantes, Talia, Burgess e Young. Nas categorias de melhor filme e roteiro, concorreu com alguns pesos-pesados de Hollywood, Táxi Driver e Todos os Homens do Presidente. Acabou levando justamente 3 premiações, Melhor Filme, Diretor e edição. Muita gente aponta que a vitória de melhor filme se deu por conta que, naquele momento, os EUA viviam um enorme escândalo político e os concorrentes traduziam nas telonas o momento de pessimismo e desconfiança, enquanto que o Rocky apresentava uma mensagem de esperança, e devolvia a confiança ao país. 


Passados seus 40 anos de realização, continua sendo um dos mais aclamados da carreira do Stallone, mesmo com tantos conhecidos no currículo. Foi praticamente o filme que o fez ser o nome dos dias atuais, e renderia ao menos mais 5 sequências fora um spin off. O filme também levou o Globo de Ouro de melhor do ano, sendo também premiado pela Academia japonesa de Cinema. Recebeu o Prêmio David di Donatello de melhor ator estrangeiro para o Sylvester e Prêmio NYFCC 1977 (New York Film Critics Circle Awards, EUA, de melhor atriz coadjuvante (Talia Shire).






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