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domingo, 6 de setembro de 2015

Resenha Literária - Histoire d'O suivi de Retour à Roissy - Pauline Réage - Precussor BDSM - Bônus livro e Filme

Título - História d'O
Autor -  Pauline Reage
Tradução - Luísa Saraiva
Edição/reimpressão - 2012
Páginas -  160
Editor -  Edições Asa
ISBN -  9789892321226

Sinopse

Les mains liées dans le dos, nue et les yeux bandés, O pénètre dans le château de Roissy, guidée par deux jeunes filles très belles aux robes d'un autre temps retroussées sur leur ventre et leurs reins nus. O passera quinze jours dans ce château où l'a amenée René, son amant adoré. Les sévices subis sont chaque jour renouvelés. O est offerte et prise, fouettée et murée dans le silence, O commence l'apprentissage de l'esclavage. Par amour pour René, O ira très loin dans la négation de soi. Elle abdiquera toute volonté et perdra définitivement sa liberté. Et si O change de maître, c'est pour mieux éprouver les plaisirs extrêmes qui résident dans le fait d'être totalement livrée, corps et âme au sens strict, à un homme qu'on aime et qui aime en retour. C'est un voyage sans retour qu'O entreprend dans des contrées méconnues où le plaisir naît d'une souffrance intolérable. --Aurélie Scart 

Mãos amarradas atrás das costas, nua e com os olhos vendados, Ó entra no château de Roissy, guiada por duas meninas bonitas em vestidos dourados, o vento passou em sua barriga e os seus ombros nus. Com o passar de quinze dias neste castelo, onde Rene a trouxe, amava seu amante. Os abusos sofridos são renovados a cada dia. Ó é chicoteada e amarrada em silêncio, Ó começa a aprender sobre a escravidão. Por amor Rene, Ó vai muito longe na auto-negação. Tudo fará para abdicar, e permanentemente perder sua liberdade. Ter O mestre, o melhor para experimentar os prazeres extremos, estar no fato de ser completamente entregue, corpo e alma, no sentido estrito a um homem que você ama e que ama em troca. É uma viagem sem retorno que Ó começou em terras desconhecidas, onde o prazer vem do sofrimento intolerável. --Aurélie Scart

Sobre a Autora


Nascida de uma família conservadora e católica, foi abandonada na tenra infância pela mãe, e criada de forma bilíngue (francês e inglês) pela avó, na Bretanha. Estudou mais tarde em Paris, nos Liceus Fénelon e Condorcet, tendo concluído seus estudos de inglês na Universidade de Sorbonne. Na década de 1920, assumiu o pseudônimo jornalístico de Dominique Aury. Com ele, tornou-se conhecida e respeitada como crítica literária e tradutora, tendo apresentado aos leitores franceses importantes autores anglo-saxões, como Evelyn Waugh, Virginia Woolf, T.S. Eliot and F. Scott Fitzgerald.

No início da Segunda Guerra, conheceu Jean Paulhan, membro da Academia Francesa e diretor da revista literária Nouvelle Revue Française (que mais tarde se tornou a prestigiosa casa Gallimard), onde passou a contribuir. Anne e Paulhan se tornaram amantes, apesar da diferença de idade de 20 anos. Em 1946, Paulhan convidou-a a ocupar o cargo de editora da Gallimard. Durante a guerra, Anne participou do movimento de resistência e publicou uma antologia de poesia erótica francesa. Anne trabalhou também com o famoso escritor francês André Gide na revista L'Arche. Em função de sua carreira como crítica literária e tradutora, Dominique recebeu diversas homenagens importantes, como o Prêmio Clarouin (de tradução), o Grande Prêmio da Crítica Francesa e a prestigiosa Legião de Honra da França.

No ano de 1954, em plena maturidade, escreveu, sob o pseudônimo de Pauline Réage, o romance A História de O, que se tornou um dos ícones da literatura erótica do século XX. Nesta obra, com considerável coragem para a época, a autora aprofunda a análise das pulsões sexuais, desmistifica as práticas sadomasoquistas e concede respeitabilidade àqueles que buscam e encontram prazer sexual na submissão e na dor. Quinze anos mais tarde, em 1969, ainda como Réage, publicou uma continuação do romance, intitulada Retorno a Roissy.

A identidade real de Pauline Réage só foi ser revelada em 1994, em uma entrevista concedida à revista americana The New Yorker. Nesta entrevista, Anne contou também ter escrito "A História de O" em resposta ao fato de Jean Paulhan, um admirador da obra do Marquês de Sade, haver dito que "mulheres não eram capazes de escrever romances eróticos". (Fonte Wikepedia)

Ler este livro foi algo que me fez pensar e refletir sobre a escravidão sexual, sobre o sadomasoquismo, enfim sobre BDSM. O livro foi escrito em 1954 por Pauline Reage (pseudônimo de Anne Cécile Desclos, jornalista, escritora e crítica literária francesa). A autora, se revelou em 1994, em entrevista ao New York Times, explicou que o escreveu para provar ser capaz a Jean Paulhan, que era admirador da obra do Marquês de Sade, que havia dito que uma mulher nunca teria capacidade de escrever algo do gênero da literatura erótica, no mesmo nível. (Moral da história, nunca provoque uma mulher inteligente, você nunca terá noção do que ela será capaz de fazer.) Esta obra é considerada uma das mais importantes do século passado.

Enfim, a coisa pegou fogo, e imaginem o reboliço que causou na sociedade francesa. Polémico é pouco para este Romance escrito no meado sdo século XX, tanto que foi o ganhador do Prix des Deux Magots, em 1955. Mesmo assim a comoção social foi grande, com defensores dos "bons costumes" que quiseram processar a editora, já que o autor era desconhecido. Fizeram todos os tipos de especulações, as candinhas de plantão e os moralistas não queriam deixar a coisa barata, mas o sigilo da identidade da autora foi mantido. No entanto, ao longo de tantos anos foram feitas diversas adaptações, inclusive pelo ilustrador, italiano Guido Crepax.

Basta fazer um comparativo com a trilogia Cinquenta Tons de Cinza, (achei decepcionante, muita maquiagem sobre o BDSM) que causou um frisson ao ser lançado em pleno século XXI, fazendo com que a prática de BDSM fossem para o tópico das discussões. Tanto que de Doms e submissas as redes sociais estão até a tampa, saindo pelo ladrão mesmo. DOMS e SUBMISSAS???? Creio que não, em minha humilde opinião.

A Natureza Dominante e a submissa estão além de perfils fakes, com imagens de capas e postagens do gênero, ou mesmo os nomes, os mais interessantes possíveis, diga-se de passagem, rsrsrs. Por ter um perfil Fake "Pedra Rubra" muitos me perguntam se sou submissa. Então, esclarecendo mais uma vez, este nome me foi dado por um amigo argentino, que me chamava de Pedra, na época em que eu era revisora da literatura erótica, e escrevia contos e poemas deste gênero literário, afim de preservar a minha vida particular. Quanto a Rubra, o vermelho sempre foi minha cor preferida, por que acho que as loiras, coo é o meu caso, ficam mais favorecidas, como sou uma mulher tradicional, que tem nome e sobrenome, rsrsrs, não sou filha de chocadeira, então meu nome fake também tem sobrenome. PEDRA RUBRA. Quanto a minha natureza, sou Dominante. Ponto Final.

Esclarecimentos feitos, voltemos para Histoire d'Ó, primeiramente um conselho... Leia!!! A linguagem é diferente dos livros atuais, mas o contexto do sadomasoquismo é igual, A personagem Ó, uma linda parisiense foi introduzida à uma sociedade secreta que praticava a escravidão sexual, pelo seu namorado Renné, no Castelo de Roissy. O que o difere dos demais livros escritos até então???

CONSENSUALIDADE

Nos romances do Marquês de Sade os submissos eram obrigados, quase sempre sequestrados, e submetidos a uma vida de escravidão. Mas, não pensem que a protagonista era uma boneca de pano, não mesmo, Ó tinham uma personalidade forte, profunda, inteligente, adentrou no BDSM por puro prazer, claro, além de agradar seu namorado.
É um texto cativante, com uma linguagem elaborada, sem vulgaridades que poderiam empobrecer o tema. Existe uma leveza em sua condução, de forma elegante, sensual, dando asas à nossa imaginação, mas sem excessos vulgares.

Não pensem que não flagelação, humilhação, mordaças, ou amarras. Há sim!!!! E de forma abundante, mas a linguagem é rica e elaborada, trilhando na personalidade psicológica das protagonistas.
Uma coisa interessante, foi como a natureza submissa da protagonista é explorada pela escritora, tanto que ao ser "emprestada", após o seu treinamento à Sir Stephen, ela vai se apaixonar por ele, exatamente porque ele é ainda mais dominador do que seu namorado Renné. 

Em 1975, o cineasta francês Just Jaeckin, leva a obra para as telonas, em uma nova adaptação, estrelada pela atriz Corinne Clery (Linda, linda, linda). a cena mais marcante, segundo os críticos, é que Sir Stephen percebe que um jovem desta Sociedade Secreta se apaixonou por nossa protagonista Ó, e pretende libertá-la do mundo BDSM, então, para a surpresa de todos Ó pede que a empregada da casa a açoite, nua, para que o rapaz entenda que ela não irá retornar ao "Mundo Baunilha". 

É claro, como a luz do dia o CONSENTIMENTO, já que sempre lhe dada a opção da recusa, e é exatamente por isso que a obra é o marco inicial do BDSM, a protagonista segue em frente por que ela assim o deseja, e a idéia de SAFE é introduzida ao contexto, por que ela pode voltar ao mundo baunilha no momento em que se sentir desconfortável, diferentemente, da conduta das obras de SADE.

O que mais a obra contribuiu ao mundo BDSM?

O uso das cores "Vermelhas e Pretas", tanto usado na decoração como nas roupas, com uma simbologia usual.

Mesmo que você não seja praticante de BDSM, vale a leitura sobre o tema, para conhecimento e entendimento da natureza humana, que por si só é tão singular e bela. O que realmente importa, é o respeito pelas preferências, pelo próximo, é o cárater das pessoas envolvidas em qualquer tipo de sociedade ou relacionamento.

Espero que tenham gostado da nossa Resenha , como bônus anexamos o filme, que pode ser assistido on line, e o livro. Divirtam-se...


https://www.youtube.com/watch?v=I5lO6Y6Idao&oref=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DI5lO6Y6Idao&has_verified=1


E para Baixar o Livro :

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Um comentário :

  1. Essa obra é o clássico maior do SM,e oferece uma visão que todos que tem curiosidade em ter uma noção a respeito,deveriam conhecer.Parabéns pela iniciativa.

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