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domingo, 7 de maio de 2017

Resenha Cinéfila - Alien - O Oitavo Passageiro

Após uma definição do personagem, vamos agora conhecer um pouco a respeito dos filmes que o imortalizaram. Para abrir os trabalhos, nada como destacar uma das maiores obras-primas do Sci Fi em todos os tempos.
Alien - O Oitavo Passageiro
Pais - Estados Unidos
Ano - 1979 
Duração -  117 min 
Direção - Ridley Scott
Produção - Gordon Carroll, David Giler, Walter Hill
Roteiro - Dan O'Bannon
História - Dan O'Bannon, Ronald Shusett
Género - Ficção Científica, Terror
Música - Jerry Goldsmith
Direção de arte - Michael Seymour
Direção de fotografia - Derek Vanlint
Figurino - John Mollo
Edição - Terry Rawlings
Companhia produtora - Brandywine Productions
Distribuição - 20th Century Fox
Lançamentos:
Estados Unidos 22 de Junho de 1979
Brasil 20 de Agosto de 1979
Portugal 21 de Outubro de 1979
Idioma - Inglês
Orçamento - US$ 11 milhões

Receita - US$ 104.931.801


Tom Skerritt como Dallas, o Capitão da Nostromo.
Sigourney Weaver como Ripley, a Subtenente abordo da Nostromo. 
Veronica Cartwright como Lambert, a Navegadora da Nostromo. 
Harry Dean Stanton como Brett, o Engenheiro Técnico.
John Hurt como Kane, o Primeiro Oficial da Nostromo que se torna o hospedeiro do Alien. 
Ian Holm como Ash, o Oficial de Ciências que revela-se ser um androide. 
Yaphet Kotto como Parker, o Engenheiro Chefe. 
Bolaji Badejo como o Alien. 

No espaço profundo, a tripulação da espaçonave comercial Nostromo é despertada de suas cápsulas crio-sono no meio da sua jornada para casa, para investigar um pedido de socorro de uma nave alienígena. O terror começa quando a tripulação encontra um ninho de ovos no interior da nave alienígena. Um organismo pula de dentro do ovo e se afixa em um dos tripulantes, deixando-o em estado de coma. O que parecia ser um ataque isolado se transforma em um terror constante, pois o tripulante atacado levou para dentro da nave o embrião de um alienígena, que não para de crescer e tem como meta matar toda a tripulação.


Como vimos, após desenvolver todo o roteiro em parceria com Ronald Shusett, Dan O'Bannon foi acolhido pelos estúdios  20th Century Fox. O próximo passo seria a escolha do diretor para comandar a obra.   O'Bannon acreditava que ele próprio iria dirigir, mas os chefões da Fox deram preferência ao conhecido Walter Hill, que se recusou, ficando responsável somente pela produção. Quem acabaria ficando responsável pela empreitada seria o então iniciante Ridley Scott, que na época, era recém chegado na indústria hollywoodiana, até então tinha um único trabalho no currículo, o filme Os Duelistas.

Scott criou story boards detalhados para o filme em Londres, o que impressionou a 20th Century Fox ao ponto de dobrarem o orçamento do filme para US$ 8.4 milhões. Seus storyboards incluíam desenhos para as naves espacias e para as roupas espaciais, tirando incluências de 2001 - Uma Odisseia no Espaço e Star Wars.(Confira detalhes desses dois nas colunas Inesquecíveis do cinema e Nossas Resenhas). Todavia, ele queria enfatizar o terror em Alien ao invés da fantasia. O'Bannon trouxe os artistas Ron Cobb e Chris Foss para trabalhar no desenho de todos os aspectos humanos do filme como a nave espacial e as roupas espaciais. Cobb criou centenas de esboços preliminares dos interiores e do exterior da nave, que passou por vários desenhos conceituais e muitos nomes como Leviathan e Snark enquanto o roteiro era desenvolvido.

O filme conta com 7 personagens humanos, incluindo a já citada Ripley. O elenco foi escalado em Londres e Nova Iorque. Scott procurou contratar atores fortes para que ele pudesse focar a maior parte de sua energia no estilo visual do filme.Ao desenvolver a história, O'Bannon se focou em escrever o Alien primeiro, desenvolvendo os personagens humanos depois.Em consequência, ele e Shusett escreveram todos os personagens como homens genéricos, com uma nota no roteiro dizendo "A tripulação é unisex e todos os papéis são permutáveis para homens e mulheres". O elenco se dividiu entre nomes famosos da época e outros pouco conhecidos mas que posteriormente encontrariam seu lugar ao sol hollywoodiano, além da Weaver, integraram o elenco:Tom Skerritt,Veronica Cartwright, Harry Dean Stanton, John Hurt ,Ian Holm, Yaphet Kotto .

Já a trilha sonora ficou sob a responsabilidade de um conhecido profissional da área:o Jerry Goldsmith.

Prestes a daqui a dois anos completar 40 anos de sua produção, Aliens se destaca como uma das mais importantes, impressionantes e assustadoras obras dos gêneros sci fi/terror. Mostrando porque até hoje é um dos diretores mais badalados e festejados de Hollywood, Scott impressiona com seu então segundo trabalho, que mesmo estando um pouco datado, passadas quase quatro décadas, continua sendo uma das principais referências e continua criando genéricos que nem de longe se comparam ao filme pioneiro desse gênero.

O diretor por achar que não conseguiria desenvolver um Alien verdadeiramente repugnante e assustador, optou por deixar que sua imagem nascesse da imaginação do espectador, fato que só aumentou ainda mais todo o clima tenso e aterrorizante para a trama. Outro detalhe que qualifica ainda mais o longa é o modo em que os acontecimentos se passam. A narrativa de Ridley vai aumentando a intensidade aos poucos e o ritmo segura o espectador do começo ao fim. Com um início lento, o desenvolvimento da trama e os detalhes ganham cada vez mais força. Unido com uma equipe técnica excepcional, Ridley cria uma história que se passa num espaço claustrofóbico e a sensação de confinamento e a tensão crescente nos faz prender a respiração. Espertamente,o antagonista da obra não é apresentado de imediato, Ridley constrói todo o cenário de solidão e isolamento crescentes,desfila toda a bem elaborada cenografia aliada à impactante trilha do Goldsmith, para finalmente o Alien se apresentar em todo o seu terror.

E querendo extrair do seu elenco as reações mais naturais possíveis, durante os bastidores, o diretor não permitiu que o elenco tivesse contato com o visual do monstro. Quando ele se revela pela primeira vez, a expressão de horror e tensão do elenco foi legítima, nada de atuações. Vale citar que a cena em que o monstro surge,é uma das mais inquietantes e lembradas da história do cinema. Outro ponto a seu favor é a direção de arte.Tomemos por exemplo a famosa nave Nostromos, que é apresentada muito mal cuidada e envelhecida, passando a impressão de realmente ser um transporte com muitos anos de utilização. A concepção do planeta em que a criatura habita e o interior da estranha nave que os tripulantes invadem é bastante detalhado. E o design principalmente da criatura, como dito, criada pelo H R Giger,é outro ponto forte da produção. Um dos mais famosos personagens intergalácticos é apresentado como uma criatura repulsiva e aterrorizante, um predador extremamente mortífero e asqueroso, verdadeira máquina de matar. Talvez o que realmente impressione nessa obra até hoje, são os efeitos utilizados.Naqueles tempos não existiam os recursos gráficos,que nos dias atuais facilitam a vida de todo mundo. O que se vê em cena são efeitos óticos e práticos, puramente convincentes, longe da artificialidade de agora.

Demonstrando seu profissionalismo,o elenco dá um show à parte, todos os personagens brilham, porém os maiores destaques ficam por conta do Ian Holm, interpretando um ser artificial,e a Sigourney Weaver, como a Ripley. Weaver em seu primeiro papel em Hollywood, rouba a cena dos demais,inicialmente sendo apresentada como uma personagem com pouco destaque entre a tripulação, ela vai ganhando força e ninguém imagina que aquela assustada personagem seria a única a sobreviver aos ataques enfurecidos do monstrengo e ainda voltaria com mais força a se bater com ele nas sequências, (vale lembrar que na verdade,não é exatamente esse mesmo monstro que retorna,ele faz parte de uma raça de criaturas). A sequência final, de 17 minutos sem nenhum diálogo e somente com ela, mostra uma atriz em sua plenitude, completamente tomada pelo seu personagem.

O custo total da produção foi de 11 milhões,e o filme foi um enorme sucesso, com mais de 104 milhões de arrecadação.Lançado em 1979, fechou uma das décadas que nos deu algumas das produções mais memoráveis de todos os tempos, cujas obras até hoje são referências absolutas e influenciam toda uma nova geração de cineastas. Como dito, rendeu muitos genéricos, que não conseguiram sequer passar perto da excelência desse pioneiro. 

Recentemente,um novo filme com uma temática parecida ganhou as telonas:se chama Vida,e a influência dessa produção aqui é nítida.

Foram e continuam sendo muitas as produções que tomaram emprestados os elementos dessa obra: um grupo de pessoas vagando pelo espaço que se batem com uma criatura inexplicável.

Alien foi aclamado pela crítica e foi um sucesso de bilheteria, recebendo o Oscar de melhores efeitos visuais, os Saturn Awards de melhor filme de ficção científica, melhor direção para Scott e melhor atriz coadjuvante para Cartwright, o Hugo Award de melhor apresentação dramática junto com várias indicações. 

Permaneceu muito elogiado nas décadas seguintes, sendo escolhido para preservação em 2002 pelo National Film Registry da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, sendo considerado um filme "culturalmente, historicamente, ou esteticamente significante". O sucesso de Alien criou uma franquia de livros, quadrinhos, jogos e brinquedos, como também três sequências e duas prequências. Também lançou a carreira de Weaver, dando a ela seu primeiro papel principal, e a história dos encontros de Ripley com os alienígenas se tornou a base para as histórias das sequências: Aliens (1986), Alien 3 (1992) e Alien Resurrection (1997).





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