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sexta-feira, 21 de abril de 2017

Filmes Inesquecíveis do Cinema - Resenha Cinéfila - 2001 - Uma Odisseia no Espaço

Uma das produções SCI FI mais badaladas de todos os tempos, 2001 até hoje é um dos maiores clássicos da história do cinema por méritos absolutos. Dirigido por uma verdadeira lenda dos cinemas,o exigente e perfeccionista Stanley Kubrick, em 2018 o filme irá completar 50 anos de sua produção.Importantíssimo na história da 7ª arte, ele não poderia ficar de fora dessa coluna, portanto vamos agora conhecer um pouco a respeito desse título.


2001- A Space Odyssey / 2001 - Uma Odisseia no Espaço
Países - Estados Unidos, Reino Unido
Metrocolor
Duração - 142 min 
Direção - Stanley Kubrick
Produção - Stanley Kubrick
Roteiro - Stanley Kubrick, Arthur C. Clarke, 
Género - Ficção Científica, Drama
Cinematografia - Geoffrey Unsworth
Edição - Ray Lovejoy
Companhias produtoras - Metro-Goldwyn-Mayer, Stanley Kubrick Productions
Distribuição - Reino Unido Metro-Goldwyn-Mayer, Estados Unidos Metro-Goldwyn-Mayer, Brasil United Artists
Lançamentos:
Reino Unido 2 de abril de 1968
Estados Unidos 2 de abril de 1968
Brasil 29 de abril de 1968
Idioma - Inglês
Orçamento - US$ 10.5 milhões
Receita - US$ 190 milhões

Keir Dullea como Dr. David Bowman
Gary Lockwood como Dr. Frank Poole
William Sylvester como Dr. Heywood R. Floyd
Douglas Rain como a voz de HAL 9000
Donald Richter como chefe macaco
Leonard Rossiter como Dr. Andrei Smyslov
Margaret Tyzack como Elena
Robert Beatty como Dr. Ralph Halvorsen
Frank Miller como controlador da missão
Edward Bishop como capitão da nave Lunar
Edwina Carroll como comissária de bordo da Aries
Penny Brahms como comissária de bordo
Heather Downham como comissária de bordo
Alan Gifford como pai de Poole
Ann Gillis como mãe de Poole
Vivian Kubrick como filha de Floyd
Kenneth Kendall como anunciante da BBC

Desde a "Aurora do Homem" (a pré-história), um misterioso monolito negro parece emitir sinais de outra civilização interferindo no nosso planeta. Quatro milhões de anos depois, no século XXI, uma equipe de astronautas liderados pelo experiente David Bowman (Keir Dullea) e Frank Poole (Gary Lockwood) é enviada à Júpiter para investigar o enigmático monolito na nave Discovery, totalmente controlada pelo computador HAL 9000. Entretanto, no meio da viagem HAL entra em pane e tenta assumir o controle da nave, eliminando um a um os tripulantes.

O roteiro foi escrito pelo próprio Stanley,em parceria com  Arthur C. Clarke. Com o objetivo de definir o filme para além do padrão "monstros e sexo" dos filmes de ficção científica da época, Kubrick usou Odisseia, de Homero, como inspiração para o título.O filme lida com os elementos temáticos da evolução humana, tecnologia, inteligência artificial e vida extraterrestre. É notável por seu realismo científico, efeitos visuais pioneiros, imagens ambíguas que são abertas a ponto de se aproximarem do surrealismo, som no lugar de técnicas narrativas tradicionais e o uso mínimo de diálogo.


Kubrick disse a Clarke que ele estava procurando o melhor modo de fazer um filme sobre a relação do homem com o universo, e estava, nas palavras de Clarke, "determinado em criar um trabalho de arte que despertaria as emoções de admiração, reverência,... mesmo, se apropriado, terror". Clarke ofereceu a Kubrick seis de seus contos, e em maio, Kubrick havia escolhido um deles—"The Sentinel"—como material base para seu filme. Na procura de mais material para expandir o enredo do filme, os dois passaram o resto de 1964 lendo livros sobre ciência e antropologia, assistindo filmes de ficção científica e refletindo ideias. Clarke e Kubrick passaram dois anos transformando "The Sentinel" em um livro, e depois em um roteiro para 2001. Enquanto Kubrick trabalhava em cima do roteiro, Clarke escrevia o livro, com ambos trocando idéias e opiniões durante o trabalho.

Por fim o filme entrou em pré-produção.O elenco é um caso curioso. O diretor optou por nomes pouco conhecidos do cinema naquele tempo, e posteriormente, mesmo com o sucesso do filme,eles não deslanchariam na carreira. Não se visualiza nenhum rosto conhecido entre o elenco até hoje. O filme é célebre mesmo nos dias atuais por principalmente, seus aspectos técnicos. Tudo no filme foi feito de forma excepcional, reflexo da obsessão do Stanley pelo perfeccionismo. Numa era onde não existiam computadores pra fazer efeitos visuais, os cineastas tinham de suar a camisa fazendo efeitos ópticos com truques de múltipla exposição no negativo. Kubrick se envolveu diretamente nesses efeitos, mas o gênio por trás deles foi Douglas Trumbull, tanto que foi ele quem levou o Oscar de Melhores Efeitos Especiais de 1968. Foi o único Oscar que o filme 2001 ganhou (concorria também a Melhor Direção de Arte, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Diretor).

A direção de arte também impressiona.Levando em conta a época em que o filme foi realizado,toda a cenografia que retrata o interior de espaçonaves,planetas distantes e coisa e tal é simplesmente perfeita,assim como o figurino. 2001 foi inovador também no uso de músicas clássicas conhecidas do público. De início, o filme teria uma trilha especialmente escrita por Alex North (que fez com Kubrick o filme "Spartacus"), mas, enquanto editava o filme, Kubrick usou música clássica pra dar o clima, e gostou tanto do resultado que o manteve no produto final. A trilha de abertura desse filme até hoje é uma das mais conhecidas do cinema.No livro de Clarke vemos que as estações orbitais carregam ogivas nucleares, e (coincidentemente ou não) a música que embala as cenas na estação espacial é a valsa "Danúbio Azul", que ironicamente é o nome da primeira bomba atômica inglesa. São pequenos detalhes que tornam assistir a este filme mais prazeroso.

O filme conta com cenas emblemáticas e famosíssimas.Uma delas é justamente a da abertura,intitulada A Aurora do Homem,onde testemunhamos a evolução da espécia humana,quando o homem deixa seu estágio de hominídio e passa se se tornar um homem. O que nos leva ao maior corte da história do cinema, onde a história avança milhões de anos em 1 segundo com a câmera indo de um osso rodopiando do céu para uma nave flutuando no espaço, resumindo brilhante e cinicamente a história da humanidade.

Em seguida a trama se desdobra para o futuro. Vemos aqui os países integrados na exploração espacial, com naves de várias nacionalidades (vê-se as bandeiras alemã e chinesa em duas delas). Descobrimos que um objeto foi enterrado deliberadamente na Lua há 4 milhões de anos. Por quem, nunca saberemos. É o monolito negro, o mesmo que apareceu para os macacos na pré-história. Através do livro de Arthur Clarke temos uma explicação mais detalhada para o que acontece em seguida: A luz do Sol toca o monolito pela primeira vez (ele foi escavado durante os 14 dias de noite lunar), e então ele emite um poderoso sinal de rádio, que interfere com os comunicadores dos astronautas, provocando um zumbido intermitente. Verifica-se também o mesmo alinhamento da pré-história, agora com a meia-lua (desta vez representada pela Terra) mais próxima do Sol.

18 meses depois,estamos agora na nave Discovery 1, rumo a Júpiter, em busca do destino do sinal de rádio. Vemos o astronauta Frank Poole correndo em círculos, no que parece uma versão gigante e futurista de uma roda para ratos. De fato, os humanos na nave são meros passageiros/prisioneiros, pois quem controla tudo na verdade é o computador HAL 9000. A sigla HAL é uma "homenagem" (na verdade uma crítica) à empresa de computadores IBM .É algo notável que o computador HAL demonstre no filme mais emoções do que os próprios tripulantes. Enquanto os astronautas ficam apáticos a maior parte do tempo, HAL traz em sua monótona fala um certo orgulho de ser infalível, e mais adiante medo e ansiedade por ser desligado.Há quem diga que ele é o grande "vilão" da obra.

Há quem reclame do roteiro lento e às vezes muito desinteressante. Mas isso não tira os méritos dessa obra, que desenvolve uma história digna de reflexão, com imagens e cenas simbólicas, e como dito, o seu conjunto da obra que é fantástico e arrebatador. Como curiosidade, o filme foi lançado um ano antes do homem conseguir viajar até a lua. Importantíssimo como dito,o filme é ate hoje referenciado por vários cineastas e integra o grupo das maiores obras já realizadas na história do cinema.

Kubrick foi uma influência para os mais famosos diretores, entre eles Martin Scorsese, Steven Spielberg e Ridley Scott. Diz-se que Spielberg passou muitas horas assistindo 2001 enquanto filmava "Contatos Imediatos do 3º grau". James Cameron chama 2001 de "um filme que não deveria funcionar, mas funciona". Star Wars tem elementos chupados diretamente de 2001, como a plataforma de chegada da Estrela da Morte, as naves meio sujas (como se tivessem sido usadas realmente), a cápsula de fuga dos andróides, a respiração amplificada de Darth Vader e a abertura com o cruzador imperial enchendo a tela, que nos remete diretamente à primeira aparição da nave espacial Discovery.

Para muitos críticos é considerado um dos melhores filmes de ficção científica de todos os tempos. Na época de seu lançamento,bateu todos os recordes já imaginados por aquele tempo.O orçamento de 10.5 milhões resultou numa bilheteria de mais de 190 milhões,excepcional, considerando a época em que foi lançado.Em 1991 foi considerado "culturalmente, historicamente ou esteticamente significante" pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos para ser preservado no National Film Registry.





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