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sábado, 4 de fevereiro de 2017

Filmes Inesquecíveis do Cinema - Resenha Cinéfila - O Chamado

Um dos filmes de terror mais referenciados desse milênio tomou forma no longínquo ano de 2002.Bem assustador,ainda introduziu uma personagem que se tornou símbolo do gênero e da cultura pop: A sombria Samara.

E claro que nós Não poderíamos deixar de compartilhar, aqui no blog, como um filme totalmente inesquecível...


O Chamado
País - Estados Unidos
Ano - 2002 
Duração - 115 min 
Direção - Gore Verbinski
Roteiro - Ehren Kruger
Baseado em Koji Suzuki
Gênero - terror psicológico
Música - Hans Zimmer
Direção de fotografia - Gabriel Beristain
Lançamentos:
Estados Unidos 2 de outubro de 2002
Brasil 31 de janeiro de 2003
Portugal 21 de fevereiro de 2003
Idioma - inglês

Naomi Watts Rachel Keller
David Dorfman Aidan Keller
Daveigh Chase Samara Morgan
Martin Handerson Noah Miller
Brian Cox Richard Morgan
Jane Alexander Doutora Grasnik
Lindsay Frost Ruth Embry
Amber Tamblyn Katie Embry
Rachael Bella Rebecca Kotler (Becca)
Shannon Cochran Anna Morgan
Sandra Thigpen Professora Taylor
Richard Lineback Innkeeper
Adam Brody Kellen
Heather Donahue Stephanie
Alan Blumenfeld Harvey
Pauley Perrette Beth
Joe Chrest Doutor Jones

A repórter Rachel Keller (Naomi Watts) decide investigar a misteriosa morte de sua sobrinha Katie Embry (Amber Tamblyn), que, segundo os médicos, morreu de parada cardíaca.

Tudo indica que sua morte está relacionada a uma sinistra fita de vídeo que dizem ser amaldiçoada pelo espírito de uma garotinha de roupa branca e cabelos longos, pois, ao término do filme, o telefone toca e uma estranha voz anuncia a morte de quem a assiste para uma semana.

No início, pensando que se trata apenas de um boato de colégio, a repórter decide assistir a tal fita e, ao seu término, recebe o telefonema macabro.

O que antes parecia ser apenas uma lenda urbana, acabada se tornando um terror real, quando o filho da repórter, o pequeno Aidan Keller (David Dorfman), sofrendo de insônia, encontra a fita e também a assiste.

Rachel agora tem que lutar contra o tempo, sendo que ela tem apenas os sete dias para descobrir de onde veio a fita, quem a produziu e o motivo de ela matar as pessoas que a assistem nesse curto período de tempo.

Rachel vai atrás da verdadeira história de Samara, a garotinha que aparece no vídeo. Enquanto isso, coisas assustadoras começam a acontecer.

O cinema de terror americano não é mais aquele dos anos 70 e 80,que nos deu obras que até hoje são sinônimos de filmes assustadores. O gênero entrou em decadência na terra do Tio Sam. Enquanto isso, os asiáticos vinham se destacando, criando produções amedrontadoras e dando um banho nos americanos. Provavelmente um dos maiores legados dos asiáticos e uma das grandes características do terror oriental, é que eles se focam mais para abalar o psicológico de quem assiste, com sustos programados em horas inesperadas e música bem baixa. Nesse quesito o conhecido diretor James Wan, da franquia Invocação do Mal, dá um show. Os produtores perceberam esse fator e começaram então a adquirir os direitos e realizar suas versões americanizadas,

Um desses filmes se chamava Ringu, lançado em 1998. baseado em um livro de Kôji Suzuki de 1991. Cerca de três anos depois, em 2001, o produtor-executivo Roy Lee assistiu à produção e repassou a Mark Sourian, dos estúdios Dreamworks, que imediatamente adquiriu os direitos de adaptação para o mercado norte-americano pela bagatela de US$ 1 milhão. O filme contava a história de uma maldição que recaia sobre quem assistia uma enigmática fita cassete. 

Para comandar a versão americana, o escolhido foi o conhecido diretor Gore Verbinski, e a trilha sonora seria composta por Hans Zimmer, um dos mais conhecidos maestros e arranjadores da indústria do cinema. Para a personagem protagonista, a jornalista Rachel, nomes famosos foram cotados, como Nicole Kidman, Jennifer Connelly, Julianne Moore, Jodie Foster e Julia Roberts. Nenhuma delas estava disponível,então o Gore convidou a Naomi Watts, que cairia como uma luva. O mesmo apuro foi vivido para escolher o personagem coadjuvante. Leonardo DiCaprio, Brad Pitt e Peter Sarsgaard foram os principais nomes cotados para interpretar o ex-marido de Rachel, o irresponsável e inconsequente Noah Miller. O papel, porém, foi dado a Martin Handerson.


Outra atriz de difícil escalação foi a intérprete da aparição, Samara Morgan. Gore Verbinski queria, no começo, uma atriz-mirim desconhecida, mas, como não encontrou uma atriz adequada para o papel, escolheu Daveigh Chase, que até aquela época havia tido poucos trabalhos. Daveigh, apesar da pouca idade, foi considerada por Verbinski muito madura para o papel.

Um dos méritos do filme original e que influenciou bastante a refilmagem, foi o seu clima sombrio. Dizem que o Verbinski o viu numa fita vhs com péssima qualidade e isso influenciou bastante na concepção de seu remake. Ele afirmou que o filme foi modificado em 50% de sua obra original. O chamado é desses raros suspenses excepcionais que, diferente da maioria das produções do gênero, não precisa se apoiar em violência explícita para criar impacto. Pelo contrário, o clima de tensão onipresente na produção garante o interesse da platéia durante toda a duração da fita. Tal atmosfera é obtida pelo trabalho competente de Bojan Bazelli (fotografia), Hans Zimmer (trilha sonora) e Gore Verbinski (direção), em perfeita sintonia, auxiliada pela ótima edição de Craig Wood. Outro ponto a seu favor é a cenografia gótica  como a cabana na floresta e movimentação e enquadramentos de câmera eficazes e competentes.

Outro ponto positivo é a construção dos personagens centrais. Rachel é intensa, mas não é perfeita. É uma mãe relapsa e com uma relação estranha com o pequeno Ainda, um menino silencioso e triste, uma espécie de imagem especular de Samara Morgan, a responsável pela maldição do vídeo. Noah é o pai distante do garoto, mas à medida que a narrativa avança, o personagem evolui, pois precisa tomar as rédeas da situação e assumir a postura que evita há tempos, ou seja, a paternidade negada de maneira sutil.

Mas é na personagem sobrenatural que estão os maiores méritos da obra. A Samara não aparece de forma recorrente, mas suas aparições quando ocorrem levam o coração na boca. Não por menos, a personagem tornou-se um dos maiores ícones do cinema de horror contemporâneo e já foi inclusive rotulada como uma Regan McNeil moderna, (a eterna possuída do clássico O Exorcista). Uma curiosidade até engraçada: Até mesmo a própria atriz que a interpretou, Daveigh Chase, ficou assustada quando se viu tão medonha nas telas – ela tinha 12 anos no lançamento do filme.

O forte de O Chamado não está em sangue, efeitos ou pulos da cadeira mas em sua bizarra história, que exige um certo grau de comprometimento do espectador e é onde reside a alma do filme. Ela é um tanto quanto inverossímil e repleta de buracos, mas o roteiro lida com essas deficiências usando-as como vantagem, tornando The Ring (título original) uma experiência inquietante e válida, se você for um espectador com a mente aberta. Porém, tem um ponto extremamente negativo: o final, que não explica nada, nos deixando no limbo. Talvez fosse uma jogada dos roteiristas, uma vez que o filme ganharia uma sequência alguns anos depois. E é justamente pelo fato da terceira parte está sendo lançada agora que esse filme está sendo destacado aqui, afinal, merece seu espaço na lembrança como inesquecível, apesar de algumas falhas.


Com mais pontos positivos que negativos, O Chamado conquistou a unanimidade crítica  na época de seu lançamento e mesmo passada mais de uma década de seu lançamento, continua sendo alardeado e reverenciado como um dos melhores e mais sufocantes filmes de terror dos últimos tempos. Ele também inauguraria um subgênero, o de adaptações de filmes asiáticos de horror. Dando início a uma febre feitas pelos americanos, como "O Grito", "Os Mensageiros", "O Olho do Mal", "Imagens do Além", entre outros que chegaram como um subgênero que prometia um novo gás nos filmes de terror, afastando-os dos slashers que tanto fizeram sucesso na década de 70, 80 e 90.

Este filme também é responsável pela onda de filmes com fantasmas japonesas com cabelões compridos, na maioria cobrindo o rosto. Foi o original a fazer isso e fez direito logo na primeira vez. Se você ainda não assistiu a este filme, assista. Ele é incrível e vale muito a pena, tanto pelo trabalho dos atores, quanto pela história ou mesmo pela criação de um monstro do terror que já está no mesmo patamar que Jason, Freddy e Chucky. SAMARA RULEZ. O filme foi também um grande sucesso de bilheteria, arrecadando 250 milhões ao redor do mundo, para um custo de 48 milhões.




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