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domingo, 19 de fevereiro de 2017

Filmes Esquecíveis do Cinema - Resenha Cinéfila - 50 Tons Mais Escuros

O que se esperar da sequência de um filme que foi trucidado pela crítica e merecidamente venceu 5 Framboesas de Ouro, a " premiação" que contempla os piores do ano? Mas que inexplicavelmente rendeu mais de 571 milhões nas bilheterias, em parte graças à mulherada que viu na história sonolenta supostamente com ares de sadomasoquismo, uma válvula de escape para as suas repressões sexuais? 

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Títulos - Fifty Shades Darker
As Cinquenta Sombras mais Negras (PT)
Cinquenta Tons mais Escuros (BR)
Pais - Estados Unidos
Ano - 2017
Duração - 130 min 
Direção - James Foley
Produção - Dana Brunetti, Michael De Luca, E. L. James, Marcus Viscidi
Roteiro - Niall Leonard
Baseado em Fifty Shades Darker de E. L. James
Gênero - Filme erótico, drama
Música - Danny Elfman
Cinematografia - John Schwartzman
Edição - Richard Francis-Bruce
Companhias produtoras - Focus Features, Michael De Luca Productions, Trigger Street Productions
Distribuição - Universal Pictures
Lançamentos:
Estados Unidos 10 de fevereiro de 2017
Portugal 9 de fevereiro de 2017
Brasil 9 de fevereiro de 2017
Idioma - Inglês
Cronologia - Fifty Shades of Grey(2015)

Dakota Johnson como Anastasia "Ana" Steele
Jamie Dornan como Christian Grey
Kim Basinger como Elena Lincoln / Sra. Robinson
Eloise Mumford como Katherine "Kate" Kavanagh
Luke Grimes como Elliot Grey
Bella Heathcote como Leila Williams
Eric Johnson como Jack Hyde
Rita Ora como Mia Grey
Victor Rasuk como José Rodriguez
Robinne Lee como Ros Bailey
Fay Masterson como Gail Jones
Max Martini como Jason Taylor
Brant Daugherty como Luke Sawyer
Tyler Hoechlin como Boyce Fox
Hugh Dancy como Dr. John Flynn
Rowan Blanchard como Emily Grey

Incomodada com os hábitos e atitudes de Christian Grey (Jamie Dornan), Anastasia (Dakota Johnson) decide terminar o relacionamento e focar no desenvolvimento de sua carreira. Ele, no entanto, não desiste tão fácil e fica sempre ao seu encalço, insistindo que aceita as regras dela. Tal cortejo acaba funcionando e ela reinicia o relacionamento com o jovem milionário, sendo que, aos poucos, passa a compreender melhor os jogos sexuais que ele tanto aprecia.


Sequência do péssimo 50 Tons de Cinza, o normal seria os produtores e demais responsáveis pela realização, incluindo o elenco central, ficarem  atentos às críticas sofridas e tentar melhorar na sequência. Mas como seria possível isso, visto que é mais uma adaptação de um livro chulo e mal desenvolvido, que relata um romance idiota entre um bilionário e uma boboca que teve a sorte  de cair no centro das atenções do figura que é metido a dominador sado? O estofo da obra são muitas sequências detalhadas de sexo quente entre o desenrolar da história e mais nada.

Aliás, essas sequências foram tão mornas no filme antecessor, que a autora do livreco acabou se desentendendo com a diretora, pela forma como ela abordou a adaptação. Inclusive, ela reclamou bastante pela falta de ousadia nessas sequências,que a bem da verdade, são o chamariz de sua obra. A infeliz deve ignorar que esse tipo de filme passa por órgãos de censura nos States,que determinam a faixa etária para a liberação e muitas vezes nem chegam a liberar, o que acaba exigindo cortes entre uma sequência a outra.

Mas, inconformada, a E.L.James conseguiu que a Sam Taylor Johnson fosse demitida e escalaram para comandar a sequência,o veterano James Foley, que se mostra tão incapaz de fazer a história evoluir quanto sua colega afastada. Como dito, não se faz milagres, adaptando algo de uma fonte que é ruim, mas existe a liberdade criativa e às vezes um bom diretor e os roteiristas conseguem melhorar em muitos aspectos. Ah, vale relatar que um dos roteiristas é ninguém menos que o próprio marido da James, um certo Niall Leonard.

O Foley só consegue piorar ainda mais esse filme,se é que isso fosse possível. Sem ter como conseguir realizar mágica, ele deprime ainda mais o filmeco, com uma condução pasma e sonolenta, na qual, em duas horas de exibição, não acontece nada de excepcional que valha um registro. O primeiro ato do filme destrincha o trágico passado do herói da mulherada, o Christian Grey, mostrando como o pobrezinho que foi abusado e apresentado ao mundo do sadomasoquismo por uma dominadora perversa, a Elena Lincoln, vivida pela Kim Basinger, que há tempos não faz nada digno de louvor, e quando sai do ostracismo que se tornou sua carreira, é para dar as caras em bombas como essa aqui.

O diretor não sabe como construir o drama, está mais perdido que cachorro que caiu da mudança. Em muitos momentos o riso toma conta de uma cena,quando deveria ser o contrário. Os trailers do filme o apontavam como um thriller psicológico, mas o que se vê em cena é uma história que se arrasta ainda mais lenta que tartaruga. As esperadas sequências de sexo selvagem e arrebatador são mais decepcionantes ainda que as da obra anterior,os personagens dão umas rapidinhas e pronto, aí vem o melodrama, os impasses e os contratempos e dúvidas que assolam a vida dos dois pombinhos. Isso até a próxima transa mais adiante. Para completar, tem a desnecessária trilha sonora, que não cria clima algum.

O roteiro do filme parece até fazer uma releitura da produção anterior em dados instantes, embora note-se em alguns momentos que a personagem protagonista parece agora ter um pouco mais de opinião,não demora para a mesmice vir à tona. Resumindo, o roteiro é um fiapo de história, que inclui novos participantes, como a já citada personagem da Besinger, a Leila Willians, uma ex-namorada e submissa do Grey, que também não tem importância alguma para história, só surge mesmo para tentar dar um pouco mais de movimentação à história, e o chefe da Anastasia, Jack Hyde, o "vilão" do momento. Não vamos ignorar os diálogos sofríveis e a tentativa de causar tensão, no momento em que o nosso herói, o Grey, sofre um acidente de helicóptero e instantes depois surge como se nada tivesse acontecido, no melhor estilo pastelão dos melodramas mexicanos, famosos por suas exibições no SBT.

Não podemos encerrar o destrinchamento da obra sem citar seus protagonistas. A química entre Dornan e Dakota Johnson continua inexistente, pense num casal sem cumplicidade alguma, o que deprime ainda mais ao que o filme se propõe. A Anastacia da Dakota,embora se solte um pouco mais das amarras vistas anteriormente,continua uma boboca sem personalidade,que não sabe o que quer da vida. Dornan continua sem sal vivendo o poderoso da mulherada, o Christian Grey.Ciumento,controlador e pegajoso, assim pode ser descrito o seu personagem mais uma vez. Pior que ele é tido como um bom ator dramático, mas o fato é que ele realmente não se encaixa com esse personagem.

O filme se encerra após 2 horas de teste de paciência com quem se propõe a assistir e nas cenas pós-créditos ainda tem as "cenas do próximo capítulo", que deve ganhar as salas de exibição no ano que vem.Não se sabe qual o destino final dessa obra aqui. O filme está sendo massacrado pela crítica como era de se esperar e certamente vai liderar mais uma vez as indicações do Framboesa 2018. Vamos aguardar e ver se as bilheterias nos reservam uma surpresa como ocorreu em 2015. Os produtores nesse instante devem estar rezando para que o seu público-alvo, a mulherada,não leiam as criticas. Porém, na pré-estreia nos States, ele se saiu bem, arrecadando 6 milhões, e apenas na Terça-feira arrecadou 11 milhões, batendo de longe as bilheterias dos filmes que estrearam na mesma semana. Veremos se nas próximas semanas a bilheteria evolui ou se o disse me disse vai pesar contra.





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