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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Filmes Inesquecíveis do Cinema - Resenha Cinéfila - Ben Hur


Esta semana está estreando o segundo remake, que se tornou consagro exatamente em seu primeiro remake, e ainda é consiiderada uma das produções mais clássicas e consagradas de toda a história do cinema, Ben Hur!!!

Uum filme épico, que o tempo trata de torna-lo ainda mais impressionante por todo o seu conjunto da obra, que teima em não envelhecer. Poucas produções encontram a consagração absoluta, essa obra é integrante desse reconhecimento seletivo.




Ben Hur
Direção - William Wyler
Produção - Sam Zimbalist
Roteiro -  Karl Tunberg
Baseado em - Ben-Hur: A Tale of the Christ, de Lew Wallace
Gênero - Épico
Música - Miklós Rózsa
Direção de arte - Edward Carfagno, William A. Horning
Direção de fotografia - Robert L. Surtees
Figurino - Elizabeth Haffenden
Edição - John Dunning, Ralph E. Winters
Companhia produtora - Metro-Goldwyn-Mayer
Distribuição - Metro-Goldwyn-Mayer
Lançamentos:
Estados Unidos 18 de novembro de 1959
Brasil 29 de janeiro de 1960
Portugal 25 de outubro de 1960
Idioma - Inglês
Duração - 222 min.
Orçamento - US$ 15,2 milhões
Receita - US$ 146,9 milhões

Charlton Heston como Judah Ben-Hur
Jack Hawkins como Quinto Arrio
Haya Harareet como Esther
Stephen Boyd como Messala
Hugh Griffith como Ilderim
Martha Scott como Miriam
Cathy O'Donnell como Tirzah
Sam Jaffe como Simonides
Finley Currie como Baltasar
Frank Thring como Pôncio Pilatos
Terence Longdon como Drusus
George Relph como Tibério
André Morell como Sexto


Em Jerusalém, no início do século I, vive Judah Ben-Hur (Charlton Heston), um rico mercador judeu. Mas, com o retorno de Messala (Stephen Boyd), um amigo da juventude que agora é o chefe das legiões romanas na cidade, um desentendimento devido a visões políticas divergentes faz com que Messala condene Ben-Hur a viver como escravo em uma galera romana, mesmo sabendo da inocência do ex-amigo. Mas o destino vai dar a Ben-Hur uma oportunidade de vingança que ninguém poderia imaginar.

Para iniciar os trabalhos, é bom citar que o filme é considerado um remake, do longa homônimo de 1925 e também uma adaptação do romance Ben-Hur - A Tale of the Christ escrito por Lew Wallace. Praticamente incomparável em todos os elementos técnicos, trata-se também de uma das produções mais vencedoras e premiadas do cinema. Contando com cenas inimagináveis para os padrões dos anos 50, uma cenografia impressionante, figurinos impecáveis,uma perfeita direção de arte e um elenco talentoso ao extremo, o filme foi ao seu auge graças ao talento monstruoso do diretor Willian Wyler.

O filme teve o maior orçamento e os maiores cenários construídos na história do cinema até então. A figurinista Elizabeth Haffenden supervisionou uma equipe de mais de cem fabricantes de roupas, com mais de duzentos artistas e operários trabalhando nas centenas de frisos criados para a produção. As filmagens começaram em 18 de maio de 1958 e foram finalizadas em 7 de janeiro de 1959, sendo realizadas seis dias por semana durante períodos de doze a catorze horas diárias.

Inicialmente quem dirigiria o filme seria Sydney Franklin, enquanto o personagem central seria vivido pelo lendário Marlon Brando. Problemas como a interrupção do início das filmagens por conta de decisões judiciais levaram algum tempo para serem resolvidos e o Sydney não pode assumir a direção por ter adoecido e com isso a direção caiu nas mãos do Wyler. O novato não tinha interesse em comandar a super-produção, mas ao saber que o orçamento do filme poderia chegar até a 10 milhões e ser apresentado a algumas ideias que tinham para o roteiro, entre elas,a fabulosa corrida de bigas, ele aceitou.Pesou também a seu favor o cachê oferecido, 350 mil mais 8% nas bilheterias. No fim, o custo total do orçamento ficou em 15,2 milhões. Pode parecer até ridículo nos dias atuais, comparado ao que alguns blockbusters costumam gastar, assim como o salário do Willian. Mas, para os padrões hollywoodianos, era muito dinheiro naquela época. Seu salário era o maior  já pago para um diretor por um único filme. E o orçamento fez do filme o mais caro já realizado em Hollywood, ao menos por aquele tempo.


Para o papel protagonista, sem contar com o Brando, os produtores resolveram escalar outro nome lendário dos dias atuais,o fantástico Charlton Heston. Curiosamente por aquele período o Heston já tinha em seu currículo outra produção bíblica que marcou o cinema cinquentista também, e é outro épico clássico e absoluto, Os 10 Mandamentos, de Cecil B, De Mille, e que muito em breve irá figurar aqui nessa coluna.

Os executivos da MGM tomaram a decisão de filmar Ben-Hur no formato widescreen, uma decisão que Wyler não gostou. Mais de duzentos camelos, 2,5 mil cavalos e dez mil figurantes foram usados durante as filmagens. A pós-produção durou seis meses, com a batalha marítima sendo realizada com miniaturas em um grande tanque de água nos estúdios da MGM em Culver City. A corrida de bigas de nove minutos de duração se tornou uma das sequências mais famosas do cinema, enquanto a trilha sonora composta por Miklós Rózsa é a mais longa já composta e muito influenciou outros filmes épicos por mais de quinze anos.



Entre tantas cenas grandiosas, temos dois destaques, a primeira é a batalha marítima, toda feita com miniaturas e em tanques de água. O maior destaque é realmente a corrida de bigas, que continua tão adrenalinesca e impressionante hoje,como na época do lançamento do filme. Só para essa sequência, foi gasto um tempo absurdo, que exigiu bastante de todo o elenco mais a equipe técnica. 

Vale destacar que na época em que foi feito, não existiam os recursos em efeitos especiais dos dias atuais. Nem o mais pioneiro dos técnicos do ramo poderia imaginar que um dia criariam todo um processo de efeitos digitais, chroma key, cgi e outras coisas que chegam até a criar efeitos bisonhos e constrangedores. Nessa cena não foi empregado nenhum efeito, sequer ótico. Tudo o que foi visto em termos de efeitos nessa obra foi resultante de trabalho manual, edição de cenas e muita criatividade. Não podemos também ignorar toda a perfeita direção de arte, que reconstitui todo um período de forma excepcional, assim como a fotografia, que destaca o clima épico da produção a níveis ainda maiores. A riqueza de detalhes da cenografia é impressionante, merece ser admirada quadro a quadro e justifica para onde foi o dinheiro gasto na milionária produção.

O esplendor da produção chamou a atenção da mídia especializada em cinema dos anos 50 e o filme foi um dos mais aguardados de sua época. Ben-Hur estreou em Nova Iorque em 18 de novembro de 1959 depois de um trabalho de divulgação que custou 14,7 milhões de dólares. Foi o filme de maior arrecadação do ano e no processo se tornou o segundo filme de maior bilheteria até então, atrás apenas de E O vento Levou, de 1939, que dispensa apresentações e merece também um futuro destaque nessa coluna. O filme fez nada menos que 146,9 milhões. Claro que comparado aos dias atuais, em que as 3 maiores bilheterias ultrapassaram a marca de mais de 2 bilhões, torna-se insignificante. Mas imagine o que seria essa arrecadação nos anos 50, para um filme que gastou pouco mais de 14 milhões para ser feito.

Na premiação do Oscar, não deu pra ninguém. Teve nada menos que 12 indicações,das quais venceu em 11 categorias, incluindo melhor filme, diretor e ator para Charlton Heston, além de melhor coadjuvante para Hugh Griffith. As demais foram premiações técnicas. Essa premiação fez do Ben Hur, a produção mais vencedora de toda a história da premiação. 

Até hoje nenhum outro filme superou o recorde e para se ter uma ideia do que significa tudo isso, o recorde até hoje só foi igualado por duas produções tão grandiosas quanto esse aqui. O primeiro a igualar foi o Titanic, nada menos que quase 4 décadas depois (1998), seguido por O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei, em 2004.

O filme também venceu três Prêmios Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme – Drama, Melhor Diretor (Wyler) e Melhor Ator Coadjuvante (Stephen Boyd), além de receber um prêmio especial para Andrew Marton pela direção da sequência da corrida de bigas. Heston foi indicado para Melhor Ator em Cinema – Drama, porém não venceu. Ben-Hur também venceu o Prêmio BAFTA de Melhor Filme, o Prêmio do Círculo de Críticos de Nova Iorque para Melhor Filme e o Prêmio do Sindicato de Diretores dos Estados Unidos para Melhor Realização de Direção em um Filme (Wyler). Ben-Hur também apareceu em várias listas de melhores criadas pela American Film Institute. E aparece na 72ª posição na lista dos 100 Filmes, 49ª nas 100 Emoções, 21ª nas 25 Trilhas Sonoras, 56ª nos 100 Inspiradores e 2ª nos 10 Épicos. Judah Ben-Hur também foi indicado como herói e Massala como vilão na lista dos 100 Heróis e Vilões. A National Film Preservation Board selecionou Ben-Hur em 2004 para preservação no National Film Registry por ser considerado um filme "culturalmente, historicamente ou esteticamente significante".
Neste mês está estreando o segundo remake dessa obra incomparável. Acho extramente difícil ele conseguir até mesmo se igualar, quanto mais superar a mitológica produção. Certos filmes deveriam permanecer intocáveis, no hall das maiores e incomparáveis produções do cinema.




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