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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Filmes Esquecíveis do Cinema - Resenha Cinéfia - Alexandre

Existem filmes que jamais deveriam sair do papel.Esse foi um deles. Considerado um dos piores filmes desse novo milênio, Alexandre foi mais uma superprodução onde se jogou fora um orçamento de mais de 155 milhões, num filme digno de ser esquecido.

Direção:Oliver Stone
Títulos - Alexander - Alexandre, o Grande (PT) - Alexandre (BR)
Paises - Alemanha /  Estados Unidos /  Reino Unido
Duração -  175 min 
Direção - Oliver Stone
Roteiro - Oliver Stone, Christopher Kyle, Laeta Kalogridis
Género - Drama, biografia e épico
Idioma - Inglês
Orçamento - US$155 milhões
Receita - US$167,298,192


Colin Farrell - Alexandre
Angelina Jolie - Rainha Olímpia
Val Kilmer - Rei Filipe II
Jessie Kam - Alexandre - criança
Connor Paolo - Alexandre - jovem
Jared Leto - Heféstion
Patrick Carroll - Hefestion - jovem
Elliot Cowan - Ptolomeu
Robert Earley - Ptolomeu - jovem
Anthony Hopkins - Ptolomeu - velho
Christopher Plummer - Aristóteles
Rosario Dawson - Roxana
Féodor Atkine - Pai de Roxana
Joseph Morgan - Filotas
Ian Beattie - Antígono
Jonathan Rhys Meyers - Cassandro
Morgan Christopher Ferris - Cassandro - jovem
Denis Conway - Niarco
Peter Williamson - Niarco - jovem
Neil Jackson - Pérdicas
Aleczander Gordon Perdicas - jovem
Garrett Lombard - Leonato
Chris Aberdein - Poliperconte
Rory McCann - Crátero
Gary Stretch - Cleito
John Kavanagh - Parménio
Nick Dunning - Átalo
Marie Meyer - Eurídice
Fiona O'Shaughnessy - Enfermeira
David Bedella - Escriba
Alexandre é um homem com grandes ideais, e em sua mente, surge a ideia de que o mundo poderia ser governado por um só rei. Antes de sua morte, ele conquistou 90% do mundo conhecido. 

A história é contada por Ptolomeu ao seu escriba Cadmo. O filme retrata as grandes vitórias dos exércitos de Alexandre, e como elas foram aos poucos sendo esquecidas.

Ptolomeu frisa a ideia de que na sua concepção, Alexandre era de fato um deus, muito embora sua mãe, a rainha Olímpia, aclamada por alguns como sendo feiticeira, já dizia que Alexandre era o filho de Zeus, porém, poucos acreditavam nela, vista a tamanha compatibilidade e semelhanças entre ele e seu suposto pai, o Rei Filipe II, embora, para ele, Alexandre era como a mãe em espírito, e tinha muito mais semelhanças com ela do que com ele quanto ao modo de ser e agir.

Aqui começamos a tecer os nossos comentários sobre este Grande e totalmente esquecível filme do cinema, e o pior de tudo é saber que seu diretor é um cara respeitado em Hollywood, o polêmico Oliver Stone, diretor de filmaços como Platoon, JFK - A História Que Não Quer Calar, Nascido em  4  de Julho, entre outros. Pode-se afirmar que a grande mancha em sua carreira é essa tosca adaptação sobre um dos mais importantes conquistadores da história da humanidade.

Alexandre III da Macedônia, comumente conhecido como Alexandre, o Grande ou Alexandre Magno,foi rei (basileu) do reino grego antigo da Macedônia e um membro da dinastia argéada. Nascido em Pela em 356 a.C., o jovem príncipe sucedeu seu pai, o rei Filipe II, ao trono com vinte anos de idade. Ele passou a maior parte de seus anos no poder em uma série de campanhas militares sem precedentes através da Ásia e nordeste da África, até os trinta anos ele havia criado um dos maiores impérios do mundo antigo, que se estendia da Grécia para o Egito e ao noroeste da Índia. Morreu invicto em batalhas e é considerado um dos comandantes militares mais bem sucedidos da história.

Com esse currículo, torna-se fácil uma indústria como a do cinema se interessar em realizar alguma obra com o heroico personagem. Era o que pensava o Stone. A biografia de Alexandre, o Grande, escrita pelo historiador britânico Robin Lane Fox, foi a inspiração para o roteiro. O diretor conseguiu que a Warner bancasse o filme e escalou um elenco de respeito, o icônico Anthony Hopkins, Angelina Jolie, Val Kilmer, Jared Leto (o atual Coringa),mais as participações de Rosario Dawson e Christopher Plummer. Para o papel protagonista, a aposta caiu nas mãos do fraquinho Colin Farrel, considerado sensação hollywoodiana por aqueles tempos.

O filme poderia ter dado certo,mas infelizmente foi uma pisada feia na bola. O roteiro é simplesmente desastroso e a duração do filme testa a paciência do espectador, praticamente três horas de duração para uma produção que não mostra nada de empolgante ou de encher os olhos. O fato é que a curta mas incisiva vida do conquistador foi recheada de muitos caminhos a serem percorridos, batalhas desenfreadas, expedições mundo afora etc. Com isso tudo, logicamente fica impossível registrar passo a passo do que foi o Alexandre. Assim, a saída mais fácil para Stone foi omitir uma enorme parte da vida do figura entre a sua adolescência e a batalha de Gaugamela (o auge de sua carreira de general, quando ele vence definitivamente o imperador persa Dario). Muita coisa importante fica de fora (a fundação de Alexandria, o primeiro embate com Dario, a famosíssima história do Nó Górdio) e, embora o filme arrisque um flashback próximo ao final para mostrar alguns detalhes essenciais, a essa altura todos os espectadores que não têm um conhecimento razoável de história já perderam o fio da meada. Um erro imperdoável e incompreensível.

O filme vai cada vez mais se arrastando,com um excesso irritante de diálogos sonolentos e pouca ação. Isso, numa obra do calibre do personagem. Praticamente nada de interessante acontece durante toda a extensa exibição. Pior ainda, o filme foi lançado na época em que os fãs de cinema ainda respiravam as produções épicas de batalhas sem fim, como a fantástica trilogia O Senhor dos Anéis,Tróia, Gladiador e Cruzada. Bem que o Stone poderia ter pego carona nessa onda e recheado o filme com tudo isso. Em termos de comparação, imagine um filme sobre o Ayrton Senna sem mostrar ele participando uma única vez de uma corrida. Não significa que não existam sequências assim na obra, elas só não são de encher os olhos quanto o das produções mencionadas.

Mas o ponto mais questionável e polêmico do roteiro trata a respeito da homossexualidade de Alexandre. Há quem diga que ele era bissexual. Nesse filme ele é retratado como um sujeito claramente homossexual o que faz do filme talvez o primeiro grande blockbuster com um protagonista que tem um relacionamento abertamente dessa natureza. Porém, essa ousada e louvável inovação acaba criando outro dos grandes defeitos da fita, já que Alexandre é mostrado quase que exclusivamente como um homossexual, sem que seja levado em conta o seu também considerável apetite sexual pelo sexo oposto. Essas insinuações quase rendem ao filme um processo movido por advogados gregos, indignados pela forma como a figura histórica foi tratada. "O filme é pura ficção e não uma descrição verdadeira da vida de Alexandre", sustentavam os advogados. Para eles, não ficava  claro que o filme seria ficção e exigiram que a informação fosse colocada nos créditos. Por fim, eles desistiram da empreitada.

Não vamos poupar o elenco, Colin Farrel está simplesmente ridículo como o personagem protagonista. O fato de ser o nome central deve ter pesado na sua interpretação ou ele realmente é o ator péssimo que eu sempre achei. Com os cabelos pintados de loiro, seu Alexandre é retratado como um personagem fraco e inseguro, além de chorão. A falta de carisma é evidente e ele não consegue segurar de forma alguma o tosco filmeco. O próprio ator declarou depois que esse filme enterrou sua carreira.

Hopkins é desperdiçado como o personagem narrador da trajetória do Alexandre, simplesmente não tem importância alguma e a Jolie é a mais deslocada da produção. Sua personagem exigia uma atriz mais velha. Já o Leto, é o interesse romântico (cruzes) do Alexandre, vivendo um personagem que faria o sádico Coringa se esconder de vergonha.

O resultado final não poderia ser outro. O filme foi trucidado pela crítica, que simplesmente o detestou, tal qual o público. A arrecadação total ficou em torno de pouco mais 167 milhões, (17 a mais do orçamento,ao menos recuperou o seu custo). Muita gente afirmou e com grande verdade, de que o filme de forma alguma faria justiça à memória do grandioso personagem. O filmeco ainda recebeu seis indicações ao Framboesa de Ouro, que premia os piores do ano, o de pior filme, pior diretor, pior ator (Colin Farrell), pior atriz (Angelina Jolie), pior ator coadjuvante (Val Kilmer) e pior roteiro. Injustamente não levou nenhum, ele bem que merecia.



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