Sem
memória
Há dias
que se afiguram apenas dias
Sem
memória de um tempo passado
Lembrados
como notícia, desumana,
Tacanhez
de mentes pequenas, moldáveis
Formatáveis,
objetivos ocultos à luz do sol,
Gente
pequena, sem valor, sem valorizar
Vida? Nada
importa, a morte espreita
Nasceste
para morrer, matas, por ordem
Por
desdém, por crendice em alguém
Que se
julga maior entre vós, que vos guia!
Hoje neste
dia sem memória de ontem
Seguimos,
calcando pedras, ruas e vielas
O mesmo
percurso, as mesmas caras,
As mesmas
portas, as mesmas janelas,
E esperas
ser diferente? Com as mesmas taras?
Não há sol
ou chuva que te desvie
Não há
susto, ou pedra que te mude
Segues
fitando o chão, sem elevar o olhar
Sem ver,
sem escutar, sem tocar, sem cheirar
O mundo
que tristemente apresado correr a teu lado
Não há
esperança num amanhã,
Nem num
hoje escrito a negro
Um número,
um simples número
Depois de
um ontem, antes de um amanhã
Escrito
ali no calendário!
A pombas
que se levantam à frente dos meus pés,
Não sabem
da paz, da oliveira ou terra seca
Sem
memória, procuram, o que tantos procuram
Apenas
seguir e sobreviver!
Alberto
Cuddel®
29/06/2016
In:
"Os dias do Fim" XLVIII
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