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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Especial Grandes Personagens - Resenha Cinéfila - Rocky V - 1990

O início da década de 90 marcaria aparentemente o fim das aventuras de Rocky.Talvez por esse motivo,Stallone recheou a 5ª aparição do seu icônico personagem,com uma nostalgia na clara intenção de homenagear seus fãs e fazer um retorno as suas origens,visto as críticas sofridas pelos filmes anteriores,puramente comerciais.


Ficha Técnica
Título - Rocky V
Lançamento - 1990
Duração 104 min
Direção - John G. Avildsen
Roteiro - Sylvester Stallone
Trilha Sonora - Compositor Bill Conti
Produtores - Irwin Winkler, Robert Chartoff
Género - Drama /ação / esporte
Idioma - Inglês
Orçamento - $ 14.000.000,00
Bilheteria - $ 80,731,100
Elenco:
Sylvester Stallone — Rocky Balboa
Talia Shire — Adrian Balboa
Burt Young — Paulie Pennino
Sage Stallone — Robert Balboa Jr
Burgess Meredith - Mickey Goldmill
Tony Burton - Tony "Duke" Evers
Richard Gant — George Washington Duke
Tommy Morrison - Tommy Gunn
Michael Williams — Union Cane

Após o combate contra Ivan Drago (Dolph Lundgren), Rocky vem a se deparar com uma situação difícil: perde quase todo o dinheiro graças a um contador corrupto, e ainda descobre que estava impossibilitado de continuar a lutar sob o risco de morte. Volta a morar no bairro de origem na Filadélfia e passa a conviver com problemas sociais e pessoais, principalmente em relação a seu filho. Encontra um promissor lutador de boxe e decide treiná-lo. Tudo corria bem até que um grande empresário "rouba" o seu pupilo. Os dois (mestre e aprendiz) acabam se enfrentando fora dos ringues para decidir quem realmente é o "campeão dos campeões!"



Neste filme da sérir, o diretor da mitológica primeira produção, John G Avildsen, retornou. As filmagens e locações ocorrem em boa parte dos cenários vistos nos dois primeiros filmes. A intenção poderia até ser boa, mas o resultado final não foi. O que é considerado o grande calcanhar de Aquiles desse filme é o roteiro. Rocky, impossibilitado de voltar a lutar por conta das lesões sofridas na luta anterior, passa a ser treinador. Existe graça em um filme de Rocky sem vê-lo entrar nos ringues e ver toda sua apreensão antes de uma luta? A ideia para o destino do personagem é muito válida, mas longe de ser suficiente para se fazer um filme. Pois bem, essa ideia de que o boxeador não estaria mais uma vez em combate ferrou com tudo. O fato de não ver Rocky se preparando para uma briga, e sim na posição de treinador, já não é muito animador de se ver, e tudo piora muito com o fato do seu pupilo, Tommy Gunn (vivido pelo fraquíssimo Tommy Morrison, na vida real, campeão mundial de boxe), não ter carisma algum. Assim, fica difícil torcer por bons desempenhos seus nas lutas, e mais difícil ainda compreender tamanho afeto que Rocky adquire por ele, a ponto de deixar sua família em segundo plano (algo absurdo para quem acompanhou a essência do personagem durante os outros quatro filmes da série).

O fato de Rocky negligenciar a família foi lamentável, pois a sua relação com seu filho poderia ter muita carga dramática a ser abordada, mas o diretor optou pela mesmice do "pai que trocou o filho por um estranho". Vale destacar que quem representa o filho do Rocky,é o filho de Stallone mesmo, o Sage Stallone, não época, um pré-adolescente (causando mais uma desordem de cronologia, pois no filme anterior, o garoto deveria ter uns 10 anos). Stallone acaba se perdendo por completo em suas intenções e muita coisa acaba sendo questionada. 


Talvez a intenção do diretor fosse deixar sempre explícito a possível alteração de caráter de Tommy que iria ocorrer, mas, mesmo assim, tudo soou demasiadamente exagerado. É muito forçado o modo que Rocky, antes muito relutante em agenciar alguém, aceita treinar Tommy após um simples jantar em sua casa e exprimindo uma enorme empolgação. Porém mais forçado ainda é o modo que Tommy repentinamente "apunhala pelas costas" seu treinador, por ele não achar que seu pupilo ainda não estava pronto para disputar o título mundial, e para piorar, em pouco tempo cria um ódio imenso por seu ex-mentor. Stallone pisa feio no roteiro, nesse ponto, não existe justificativa alguma que dê credibilidade às decisões e mudanças de opiniões. No fim, a diferença entre os dois é acertada nas ruas,o que só constrange e frustra ainda mais os fãs do herói. Porém, o filme tem seus poucos méritos,como a nostalgia que preenche os vários deslizes da obra. Em meio às muitas decepções, o quinto filme ainda possui alguns momentos que irão fazer os fãs do original se deliciarem. Toda a  volta a sua rua na cidade Filadélfia, a retratação da academia de Mickey abandonada, sua antiga jaqueta preta de tigre com um chapéu-coco, estão presentes.

Nesses pontos, o diretor John G. Avildsen acerta em cheio, principalmente na direção de um flashback de um diálogo de Rocky com seu falecido treinador, Mickey, atenuando a forte relação de pai-filho existente entre eles, e até justificando sua própria posição exagerada perante Tommy Gunn. E o diretor acerta principalmente nesses flashbacks, mostrando habilidade em momentos como o da luta final, em que Rocky, prestes a ser derrotado por Tommy, enxerga a imagem de Ivan Drago (Dolph Lundgreen, seu adversário do filme anterior) e Apollo Creed (Carl Weathers), conscientizando-se que é melhor do que tudo aquilo e ganhando forças para não desistir.

Vale registrar que, de todos os oponentes que Rocky enfrentara, o único que não se encontra mais entre nós é o Tommy Morrison, que faleceu aos 44 anos em 2013. O balanço geral dessa 5ª produção é que, por melhor que fosse a intenção do Stallone, os tropeços foram enormes. Os fãs e críticos até hoje consideram como o pior da série,pelos elementos aqui destacados. Pior ainda, o Sylvester declarava que o filme colocava um ponto final na trajetória do Rocky, pois não haviam mais adversários para ele enfrentar. Os créditos finais atestam isso, apresentando imagens de todos os filmes anteriores. Assim, o lendário boxeador correria o risco de se despedir com uma produção que jogava por terra o que ele representava para os fãs de cinema.





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