BREAKING

domingo, 3 de abril de 2016

Especial DC Comics - Filmes Esquecíveis do Cinema - Superman IV - Em Busca da Paz

    

Se o Superman III foi um processo cármico para ser concluído, a coisa vai ser pior ainda, pois quatro anos depois de Richard Pryor e Richard Lester avacalharem o terceiro filme do maior super-herói dos quadrinhos, no cinema, o Superman voltava à cena numa outra produção digna do esquecimento total (tipo amnésia cinéfila). O fracasso do Superman III levou até mesmo o Chris Reeve a desistir do herói, assumindo que não mais voltaria a vivê-lo nas telonas. Chris deveria ter mantido sua opinião, se soubesse o que estava por vir...

E Nós vamos contar para você...

Ficha Técnica
Superman IV - The Quest for Peace
Ano de lançamento - 1987
Tempo - 90mim
Direção - Sidney J. Furie
Roteiro - Christopher Reeve, Lawrence Konner, Mark Rosenthal
Género - Aventura, ficção científica, ação
Idioma - inglês
Orçamento - US$ 17 milhões
Receita - US$ 15.681.020

Christopher Reeve - Clark Kent/Superman
Margot Kidder - Lois Lane
Gene Hackman - Lex Luthor
Jackie Cooper - Perry White
Marc McClure - Jimmy Olsen
Jon Cryer - Lenny Luthor
Sam Wanamaker - David Warfield
Mark Pillow - Homem-Nuclear
Mariel Hemingway - Lacy Warfield
Damien McLawhorn - Jeremy
William Hootkins - Harry Howler
Jim Broadbent - Jean Pierre Dubois
Stanley Lebor - General Romoff
Robert Beatty - Presidente americano



O Planeta Diário, jornal onde trabalha Clark Kent, é comprado por David Warfield. Perry White é despedido e a filha de Warfield, Lacy, assume como editora. Após receber uma carta de um garoto que queria ver acabada a possibilidade de guerra nuclear, Superman decide destruir todas as armas nucleares do mundo, jogando-as ao sol.
Nesse interím, Lenny Luthor liberta seu tio Lex Luthor da prisão. A dupla rouba um fio de cabelo que Superman doou a um museu. Luthor usa o DNA contido no cabelo para criar um dispositivo e o esconde numa arma nuclear. Quando Superman joga esta bomba no sol, a energia da estrela cria um ser com poderes de nível kryptoniano, o Homem-Nuclear.



Nos anos 80, os estúdios Golan Globus eram os maiores produtores dos filmes de ação B e C de Hollywood. Os mesmos eram responsáveis pelos filmes de astros como Chuck Norris, Charles Bronson, Sylvester Stallone, Jean Claude Van Damme. Porém, as regras eram realizar o maior número de filmes possíveis durante o ano, com o menor orçamento  e os diretores e as equipes técnicas mais baratos do mercado.

Às vezes eles acertavam com pipocões divertidos e que perduram até hoje, entre os fãs saudosistas dos anos 80, como Stallone Cobra, Bradock, Desejo de Matar, Águia de Aço, As Minas do Rei Salomão, O Grande Dragão Branco,etc...

Para a infelicidade do homem-de-aço, os chefões do estúdio, a dupla Menahen Golan e Yoran Globus, votaram suas atenções para o mesmo, e decidiram bancar sua 4ª aventura. Fecharam um acordo com a Warner, responsável pelos direitos do personagem, tomaram os mesmos emprestados e tocaram o projeto adiante.

Para convencer o Reeve a retornar, prometeram céus e terras, ele iria escrever o roteiro e dirigir, além de atuar. O elenco e a equipe técnica dos primeiros filmes iria retornar e o filme teria o tom de seriedade adotado por Richard Donner. Empolgado, Chis assinou o contrato, e foi aí que veio as rebordosas.

Primeira, o orçamento que seria de 36 milhões de dólares foi cortado para 17.

Segunda, a equipe técnica foi toda dispensada.

Terceira, Reeve não iria ficar mais responsável pela direção, teria que se contentar em comandar uma segunda unidade.

Quarta, seu roteiro, que iria passar uma mensagem de paz e um alerta contra a corrida armamentista, foi totalmente destroçado pelo sujeito que iria comandar a aventura. E o escolhido foi um tal de Sydney J Furie, que um ano antes comandara o Águia de Aço, uma espécie de genérico do Top Gun.

As regras do estúdio se cumpriram. O elenco original foi mantido, mas de pouca serventia. Margot Kidder, que teve somente 5 minutos de cena no filme anterior, dessa vez foi mais aproveitada.
Gene Hackman, que havia deixado a sério no inicio da década, aceitou retornar, talvez por estar com contas atrasadas. Sem dinheiro suficiente, o filme virou avacalhação. Maquetes mal construídas substituíram as locações que serviam como palco para cidade de Metrópolis.

Os efeitos do filme, péssimos por sinal, foram reaproveitados em tomadas tiradas dos filmes anteriores. A icônica trilha sonora criada por John Willians, limitou-se a uns acordes que pouco lembravam o seu excepcional trabalho.


O roteiro trouxe uma sucessão de sequências sem nexo até mesmo para um filme desse gênero, o nosso herói reconstrói a Muralha da China com a visão de calor, move a lua de sua órbita, o vilão, o Homem Nuclear (o mais ridículo vilão que já cruzou o caminho do Super), leva a nova editora do Planeta Diário para fora da atmosfera terrestre, e ela sobrevive.

Nada, absolutamente, se salvou dessa bagaça. Visto nos dias atuais, a curiosidade é a participação do ator John Cryer, famoso com o seriado Two And a Half Man. O resultado final foi o esperado. O filme foi destroçado pela crítica e os fãs detestaram.

Acabou amargando um tremendo fracasso de bilheteria, sequer chegou a recuperar seu investimento. Nem mesmo o Chris Reeve, único poupado das críticas em Superman III, se salvou do esculacho dessa vez.

O filme foi também merecidamente indicado a dois Framboesas de Ouro, a "premiação" que reconhece os piores do ano. Levou as indicações de pior atriz coadjuvante (Mariel Hamingway) e piores efeitos.
Por uma década, o filme foi considerado a pior adaptação de um personagem de HQs para o cinema. A bem da verdade, por aquele tempo aconteceram produções tão ou até mais ruim que esse filme, vale citar, Supergirl, Capitâo América, O Sombra, O Fantasma... talvez pelo fato do Super-Homem ser mais icônico, daí venha o reconhecimento.

O Fato é que ele perderia o título 10 anos depois,para o vexatório Batman e Robin, mas essa é uma história que futuramente irá figurar por aqui.


Os últimos filmes do herói infelizmente acabaram ofuscando um pouco os dois primeiros, que até hoje figuram num ranking de melhores do gênero das adaptações de histórias em quadrinhos. A série, que teve um início arrasador, parece que é mais lembrada pelos filmes que fracassaram do que pelos que fizeram um enorme sucesso.

O icônico Chris Reeve despediu-se do herói com uma das piores produções já realizadas até hoje. Triste fim para um sujeito que continua sendo lembrado e idolatrado por milhões pelo mundo todo.


Postar um comentário

 
Copyright © 2013 Infinitamente Nosso
Design by FBTemplates | BTT