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sábado, 23 de abril de 2016

Alberto Cuddel - Os dias do Fim XXV






Dispo-me


De que me vale?
Arrastar pelo chão cambraias sujas,
Não limpam ou abnegam lágrimas caídas,
Alma turva, pecados, sopro das corujas
Ai de mim! -Alma impura
Má sorte noturna, nada dura
Velas que se apagam, piadosas
Vergonha do espelho, outras coisas
Procuram-me desde o chão
Vermes levantam-se esguios
Imundos, completa e doentia refração
Contornando as sombras da sua obesidade
-ai de mim! Onde busco conforto
Apenas encontro condenação…


Libertem-me…
dispo-me na alma
sóbria calma
aurora que busco
luz de que me revisto…

Alberto Cuddel®

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