BREAKING

quarta-feira, 23 de março de 2016

Especial DC Comics - Grandes Personagens do Cinema - BATMAN - Parte 3


O Homem-Morcego só ganharia uma produção decente nos cinemas,no ano de seu aniversário de 50 anos.Nessa época,em comemoração,a DC Comics lançou um especial de edições comemorativas nas bancas,dando ao personagem um tratamento totalmente diferenciado que o seu colega,o Super-Homem,que um ano antes,comemorara a mesma idade,mas cuja data passara totalmente batida.


 Batman 1989

Os estúdios Warner Bros não deixaram a data passar em branco também,e uma megaprodução com o personagem para os cinemas foi anunciada.Por aquele tempo,o gênero de adaptações de personagens em quadrinhos não era tão popular quanto nos dias atuais.Porém,os produtores e idealizadores tinha algo a se guiar: a série de filmes do Super-Homem,estrelada pelo saudoso Cristopher Reeve.Já havia um caminho a seguir,ao contrário do mitológico Superman-O Filme,que mais de uma década atrás,até então,era o representante solitário de um gênero que pouco prometia.Tanto que os idealizadores daquele clássico estavam sem saber que direção tomar.

A escalação começou com polêmicas. Um então desconhecido diretor novato fora escolhido pro comando da super-produção.Seu nome:Tim Burton. Em seu currículo,o trabalho mais recente era uma obra chamada Os Fantasmas se Divertem.Sua escolha não caiu no agrado dos fãs,mas ele continuou à frente do projeto.


Burton se uniu ao roteirista Sam Hamm,e começaram a trabalhar no roteiro. A ideia era dar ao Batman,a mesma personalidade dark e sombria dos quadrinhos,tirando de vez a aura infantilóide que perseguia o personagem,graças à série de 66. Burton não conhecia a trajetória do personagem,e portanto,teve que se basear nas hqs pra assimilar essa característica do herói. A famosa minissérie de Frank Miller foi um dos guias para essa intenção.

O elenco foi acrescentado da figura do oscarizado Jack Nicholson,seu personagem seria o Coringa. Para convencê-lo, prometeram-lhe uma porcentagem nas bilheterias. No fim ,ele embolsaria mais de 60 milhões, cachê inimaginável para época. Kim Basinger, namoradinha da América e desejo da maioria dos adolescentes da época,foi acrescentada ao elenco. A polêmica maior foi a contratação do ator Michael Keaton para o papel do herói. Os fãs detestaram,inclusive o criador do Batman,o próprio Bob Kane.Burton não se rendeu ao chilique dos fãs e bancou a permanência do ator.


A trilha sonora foi composta por Danny Elfman, que já havia trabalhado com Tim Burton em duas outras produções. Parte da trilha sonora foi composta por canções de Prince, escolhido pelos produtores do filme, Peter Guber e Jon Peters. Entretanto, a escolha desagradou o diretor Tim Burton, que rejeitou a ideia de seu filme ser comercial.


Um dos destaques da produção, foram os enormes cenários, construídos ao ar livre na Inglaterra. A impressionante cidade de Gothan City vista na obra não eram locações como as vistas nos filmes do Super-Homem.Na época,entrou para o livro dos recordes como o maior cenário ao ar livre do mundo.O esforço foi compensado no ano seguinte,o filme levou o Oscar de Melhor Direção de Arte.


Outro detalhe interessante dizia respeito ao uniforme do herói. Keaton não era um tipo atlético e portanto,o uso de uniformes colantes estava fora de questão. Uma armadura foi elaborada como vestimenta. A mesma apresentou alguns contratempos, como o fato do ator não poder se movimentar bem, nem virar o pescoço, mas não foi nada que comprometesse a obra.


Mas nem tudo foi perfeito nessa produção. O calcanhar de Aquiles foi o roteiro. Na história, acompanhamos o início do Batman e suas primeiras aparições, que estão deixando os criminosos em polvorosa,assim como a imprensa e toda a polícia local. A coisa complica quando um novo criminoso, totalmente psicopata, o Coringa,surge em cena disposto a tomar o controle da cidade. Na contramão,a fotógrafa Vicky Vale se interessa pelos boatos que rondam as aparições do Homem-Morcego,e decide formar uma parceria com um jornalista desacreditado,na intenção de conseguir uma exclusiva sobre a misteriosa figura.


A trama do filme era morna, o vilão, Coringa, teve mais destaque e tempo de cena que o personagem protagonista. Nicholson, numa interpretação arrebatadora, ofuscou o Batman por completo. A personagem Vicky Vale se perde no decorrer da história,numa hora pra outra se torna a típica "donzela em perigo". O romance morno e sem graça entre ela e Bruce Wayne também não convenceu muito. Houve uma escassez de cenas mais memoráveis e com mais ação,sendo até hoje,impossível destacar alguma grande sequência da obra.Mesmo assim,os fãs do personagem e também de cinema,responderam ao lançamento.


Na época, a Warner não poupou no marketing do filme. Os meios de comunicação trataram a produção como se fosse o maior e melhor filme da década, coisa que não era. Toda a mídia voltou as atenções para o filme e no final, teve seu resultado. Foi um enorme sucesso de bilheteria, ultrapassando a marca de mais de 400 milhões. O sucesso foi tamanho, que criou a "Batmania".Efeito semelhante já vivido em tempos passados por personagens como 007 e Rambo.Produtos com o emblema do herói venderam bastante.


O filme teve uma forte influência para o gênero das adaptações. Mesmo não atingindo a perfeição do Superman- O Filme. Embora o gênero só viesse a ganhar força no início desse milênio e deslanchar de vez,foi esse filme aqui que mostrou que havia público para os personagens derivados de quadrinhos. A DC não soube se aproveitar do momento,a concorrente Marvel até agora colhe os frutos.Mas nada disso seria possível sem  o sucesso do primeiro Batman,que teve também uma forte influência nas produções que viriam nos anos posteriores.Filmes como X-Men, Homem-Aranha e até mesmo produções da própria DC,foram influenciados por essa obra.


Batman-O Retorno (1992)

Três anos depois da alardeada super-produção,o Homem-Morcego voltou às telonas num filme que não teve o mesmo marketing anterior.Tim Burton não tinha interesse em comandar uma segunda aventura com o personagem, mas ao ser apresentado ao roteiro, mudou de opinião.






Michael Keaton,sobrevivendo às rejeições que antecederam o primeiro filme,voltou para a  sequência,muito mais confortável no personagem,e dando ao mesmo o ar melancólico e depressivo que o caracterizava nos quadrinhos.







O elenco dessa vez contou com nomes muito mais expressivos: Danny DeVito, interpretando um dos mais extravagantes vilões da mitologia do Batman, o Pinguim, Michelle Pfeiffer, como a sedutora Mulher-Gato e Christopher Walken como o inescrupuloso empresário Max Shreck.


Danny Elfman também se fez presente, mais uma vez responsável pela trilha sonora. O que continuava sendo o grande atrativo da produção, era a cenografia exuberante,que retratava a cidade de Gothan. Como marca registrada sua,Burton a impregnou de um clima gótico,sombrio e dark,que fazia da mesma um espetáculo à parte.


Porém,mais uma vez pode-se afirmar que o calcanhar de Aquiles do filme,foi o roteiro:Com o objetivo de manipular Gotham City, um milionário (Christopher Walken) tenta transformar o Pinguim (Danny DeVito), um ser deformado que tinha sido abandonado ainda bebê nos esgotos, em prefeito da cidade. Como se isto não bastasse, surge a Mulher-Gato (Michelle Pfeiffer) que, apesar de ser linda e sedutora, também tem dupla personalidade, em razão de problemas no passado. Ambos se tornam verdadeiros pesadelos para Batman no presente.


Mais uma vez, o Batman teve um tempo de cena reduzido em relação aos vilões,que ganham muito mais destaque e chegam a roubar a cena. Se na vez anterior o Coringa se sobressaiu,quem se destacou agora foi a Mulher-Gato e o Pinguim.


Danny DeVito criou um Pinguim asqueroso, uma criatura bizarra manipuladora, egocêntrica, carente e interesseira, ávida por sair dos esgotos e ganhar seu espaço e poder na sociedade. Na performance exagerada do ator, ele faz parte das criaturas bizarras que compõem a vitrine de criaturas de Tim Burton.Outro destaque,s ão seus veículos e armamentos extravagantes,além da bizarra maquiagem a que o ator se submetera. Mas é Michelle Pfeiffer que rouba toda a cena.


Amparada por uma personalidade dúbia, a meiga, solitária e atrapalhada Selyna se transformará na sexy, vingativa e manipuladora Mulher Gato. Michelle criou a Mulher Gato definitiva, um misto de fetiche, acidez e psicose que atormentará Batman. Como nos quadrinhos, Michelle consegue passar toda a personalidade complexa da personagem, às vezes sensual, às vezes agressiva, amorosa ou não, individualista ou não, apoiada no figurino espetacular que acabou ajudando a criar um verdadeiro ícone no cinema. É uma daquelas combinações que acontecem volta e meia no cinema, em que um personagem casa com o ator ou atriz e cria uma figura que não sai da cabeça do espectador. Resumindo,mais uma vez foi um filme do Batman,com o menor tempo possível do Batman.


Outro fator negativo,é mais uma vez a ausência de uma grande cena de ação ou perseguição,daquelas que fiquem na memória dos fãs. Os filmes do Burton foram carentes nesse aspecto. independente desses fatores, o filme foi um sucesso de crítica mais uma vez e foi bem sucedido comercialmente.Muitos consideram superior ao antecessor.


Mas os chefões da Warner não ficaram satisfeitos com a arrecadação,esperavam muito mais,e decidiram repensar os rumos das próximas produções.Esse filme marcaria o fim tanto do Tim Burton na direção,como do Keaton na pele do personagem. E também seria a última produção bem sucedida do herói naquela década. Ao se despedir da série,a carreira do Michael deu uma estacionada,ele pouco fez de relevante nas telonas,que o colocasse em destaque mais uma vez,embora não tenha ficado sem trabalhar. Mas 2014 reservou uma guinada em sua história. Ele protagonizou a comédia-dramática Birdman,cujo personagem central é justamente um ator decadente que no passado, foi protagonista de uma produção bastante popular com um super-herói.Seria a vida imitando a arte? Sua atuação foi aclamada pela crítica,e o ator,agora com 63 anos,voltou a ficar nos holofotes hollywoodianos mais uma vez,desde o Batman,de 1989.
Pela participação, Keaton conquistou as seguintes premiações: um Globo de Ouro,Sag Awards,Satellite Awards,Kansas City Film Critics Circle Award,Phoenix Films Critics Society Award,Critics Choice Movie Award,Chicago Film Critics Association Awards.


Também recebeu sua primeira indicação ao Oscar de melhor ator,mas não ganhou.O filme porém,levou o de melhor do ano.


Os rumos que a série iria tomar a partir do próximo filme, seriam alarmantes e vexatórios.Muita gente considera essas primeiras produções com o Batman,duas das mais bem sucedidas e importantes pra indústria do gênero das adaptações, responsáveis por influenciar as demais produções que se seguiriam nesse gênero. Um dos maiores legados desses primeiros filmes, seria a concepção da bem sucedida animação Batman- O Desenho em Série, importantíssima no ramo das animações e uma das mais premiadas de todos os tempos.Todo o universo DC nas animações seria reformulado após essa aqui.
                            

Postar um comentário

 
Copyright © 2013 Infinitamente Nosso
Design by FBTemplates | BTT