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sábado, 29 de agosto de 2015

Sírio de Andrade - Ruinas

Todo eu em ruínas, 
Sim, vagas e vagas de replicas, 
Alma desfeita, 
Não ficou um sentido, 
Uma vontade, 
Que não caísse por terra... 
Não ficou pedra sobre pedra... 
Sofrimento atroz que de devora, 
Que me consome... 
Não há vontade de erguer
Levantar, mover... 
Nada de nada... 
Raiva... 
A fúria... 
Que me faz estar... 
Apenas estar, 
Sem movimento 
Pele dilacerada 
Carne que se desprega dos ossos
Não, não me moverei... 
As ideias rodopiam
Já fora de mim... 
Onde, onde caí 
Sim, ficarei aqui
Para onde havia de ir... 
Se ninguém me procura...


Antologia depressiva! 




17/01/2015



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