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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Batida do Coração


Há corações que se inflamam por pequenas coisas e sorriem de dentro para fora numa espécie de 

aperto feliz. Há outros que pacificamente rejubilam sem que o batimento cardíaco se altere, sem que 

o ardor se lhes faça sentir de forma mais premente, sem o acelerar típico e descrito abundantemente 

na literatura. Há corações que existem permanentemente em chamas, queimando de alegria e de 

tristeza, em igual medida e proporcionalmente à quantidade de razões que o fazem arrebitar ou 

encolher, queimando mesmo assim. Há corações corrosivos, exigentes, que apenas se sentem bater na 

dependência da reciprocidade e que, egoístas, demandam atenção. Há corações promíscuos, corações 

que sentem o amor com a mesma força e da mesma forma que a paixão e o desejo, num tudo ou nada 

desesperante. Há corações solitários, que mesmo inundados de tudo aquilo que os faria atropelar o 

sossego, se mantêm isolados, inspirando o aroma e saboreando lenta e paulatinamente. Há corações 

rebeldes, teimosos, incompreensivelmente difíceis de penetrar. Há corações gulosos, guiados pela 

ambição de abarcarem sempre mais e de tocarem infinitos outros. Há corações permanentemente 

apaixonados, deslumbrados pela perfeição imperfeita e fiéis depositários de sentimentos. Há corações 

distantes, alheados, vivendo sorumbaticamente num mundo à parte. Há corações gélidos e quentes. 

Há corações... ahhh corações!


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