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domingo, 28 de setembro de 2014

Resenha Cinéfila - Filmes Esquecíveis do Cinema - Noé

 
Ano de lançamento:2014
Direção:Darren Aronofsky
Destaques do elenco: Russell Crowe,Anthony Hopkins,Ray Winstone,Jennifer Connely,Emma Watson

Sujeito a visões divinas predizendo o fim do mundo, Noé tenta dizer ao seu povo a cessar seus maus tratos sobre a Terra, a fim de ser salvo. Ninguém ouve os seus avisos, e Noé e sua família são lançados à própria sorte no deserto. Noé se aproxima de uma raça de seis anjos caídos, criaturas gigantes de pedra, que Deus deixou na Terra, conhecidos como "Guardiões" para atraí-los para a sua causa .

A Bíblia Sagrada tem sido a fonte de inspiração pras produções hollywoodianas há décadas.Muitas são as passagens famosíssimas que deram margem a produções,ora grandiosas,ora decadentes.O mais recente exemplo,Noé,fica no meio-termo.

Seu diretor, o Aronofsky, pode ser considerado um diretor de grife,porém,analisando seu currículo,sua experiência se volta mais aos filmes dramáticos e de pouco apelo comercial.Daí,pode-se entender sua escolha pra comandar essa aventura,afinal,a história de Noé em si,segundo a Bíblia,conta com elementos trágicos:ele e sua família foram os únicos sobreviventes de um grande dilúvio que varreu a espécie humana da face da terra.Por isso,seria compreensível que um diretor acostumado a lidar com o gênero dramático fosse o mais indicado a comandar a grande produção de 125 milhões de dólares.

O fato é que os estúdios não queriam um filme dramático,mas sim um blockbuster de verão,época em que o filme seria lançado nos cinemas.Veio então a liberdade de expressão,e o filme do famoso personagem bíblico ganhou ares de fantasia,com personagens que não fariam feio e parecem saídos da trilogia O Senhor dos Anéis,no caso os tais homens-pedra.Mas o próprio Darren já havia anunciado que seria "o filme bíblico menos bíblico de todos os tempos".Daí tome liberdade poética.


Noé, retratado pelo sempre polêmico Russel Crowe,(que esbanjou antipatia no nosso país,quando aqui esteve pra divulgar o filmeco),é retratado como um sujeito perturbado com a missão que o Senhor lhe concedera,e está disposto a levar à risca tal missão,mesmo que pra isso,tenha que matar crianças recém nascidas.Como a história não segue à risca o que está descrito no Antigo Testamento,(nem poderia,afinal a Bíblia consta somente com pouco mais de 3 páginas dedicadas à história de Noé),surgem até mesmo personagens totalmente deslocados,como o Matusalém,cuja única menção em todo o Antigo Testamento,é que ele teria sido o homem mais velho a existir na face da Terra.Aqui,ele ganha parentesco com o Noé,ideia derivada sabe-se lá de onde.

Outro fator digno do esquecimento,são os animais digitais criados pra preencher a arca.A passagem deles se refugiando na embarcação é rápida e esquecível.Junte a isso os figurinos que não retratam a época do personagem com perfeição.Acho pouco provável que naquela época usassem calças e botas.Segundo a Bíblia conta,foram gastos mais de 100 anos na construção da arca.No filme,com uma década a mesma está pronta.A passagem do tempo pros personagens,em especial ao Noé,limita-se a retratar uma hora ele cabeludo,outra com a cabeça raspada.



O elenco também não empolga,mesmo com 3 oscarizados compondo o mesmo( Crowe, Connelly e Hopkins) e uma Emilly Watson,ainda em busca de firmação depois do fim da franquia Harry Potter,dando vida a uma personagem desnecessária. O Russel,como protagonista da história,pouco acrescenta ao personagem,ele passa o filme todo com a mesma expressão e demonstrando que falta um pouco mais de boa vontade com o perturbado Noé.


O filme,como todos os que abordam histórias tiradas da Bíblia,gerou suas polêmicas entre as entidades religiosas,e chegou até mesmo a ser proibido de ser exibido em alguns países.No fim,não agradou nem crítica nem público,tornando-se uma obra dispensável.Que a próxima produção derivada da Bíblia possa ter melhor sorte.
  

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