Bárbara
Pensar? Se existo, logo penso! Bom, isso seria uma frase bem colocada, se ultimamente não estivesse pensando demais e existindo de menos. São os sentimentos conflitantes dentro de mim, que não me deixam seguir adiante. E quer saber de uma novidade? Vou mandar todos estes pensamentos para a Cochinchina, e sacudir a poeira que está mais do que velha, e ainda impregnada em minha alma. Seja o que Deus quiser, e se o coração quebrar, sem "stress" reconstruo novamente - Mentirinha São Valentino que não me deixa passar por outro perrengue.
Primeiro passo: Ir atrás da minha amiga, e forçá-la a ir comigo em algum Shopping e comprar algo bonito, bem comportado e com a estampa "conhecendo os sogros". Mas sem antes saber do porque a minha querida e amada doidinha está na fossa.
Chego na casa da Patty e adivinha? Ela não está ou não quer atender a porta, já fico aflita, pois estou com a sensação "já vi este filme" – O que está acontecendo com essa menina? Como se não soubesse.
Não me dou por vencida e ligo para ela.
-Alô.
- Mulher você está viva? Estou aqui na sua porta, já com os paramédicos.
- Sem drama tá legal? Vou abrir a porta.
Não acredito que ela ia me deixar plantada aqui. Quando a porta se abre, seguro o riso para não ser indelicada, diante dos meu olhos encontro um ser desconhecido, com um rosto inchado de alguém que está chorando há dias, descabelada e o mais engraçado com um pijama do Piu-Piu e com uma pantufa do frajola. Segundo teorias dela, ela usa o pijama Piu-Piu, e nós pés o frajola em sinal de protesto. Abro meus braços a ela, mas não deixo de fazer minha piadinha.
- Acho que vi um gatinho - Ela me abraça e chora, chora, espero paciente. Sei que algo a magoou muito.
Depois que se acalmou, ela resolve desabafar, e conta que o seu coração é bandido e roubou a sanidade amorosa dela. Não sei a ligação dela entre o coração e a razão, mas não vou questioná-la. E continua falando entre soluços:
- Eu esperava tudo nessa vida de meu Deus, mas nunca, nunquinha em conhecer um homem maravilhoso, ter diversos orgasmos, e pra completar uma ejaculação feminina, que desconfiava que nem existia. Era tudo tão perfeito, tão lindo, tão "frufru" que fiquei assustada e "dei no pé".
Eu arregalo os olhos (ainda pensando na ejaculação feminina) mas me contenho - Como assim, fugiu? Ele te machucou? Mostrou pra você o paraíso, mas depois quis experimentar esquisitice? É isso? Isso te levou a fugir? Responde, mulher.
- Nossa, matraca! Nada de esquisitice, nem perversão além do normal. Simplesmente fugi de tudo de bom que já recebi na minha vida. Isso tudo foi uma verdadeira aventura, cheia de sacanagens, momentos carinhosos... (Suspiro). - Quando entrei no carro dele, ele deixou claro que poderia voltar pra casa, a hora que quisesse, que ele disponibilizaria qualquer veículo, e quando me deu a louca de ir embora, achei trator, charrete, jegue... Vim do jeito que deu.
- Como? Montada em um burro? Não tenho como me conter.
- Rá Rá Rá... Pra início de conversa, não quero ouvir este verbo "montar" por tão cedo, e segundo, como não tinha nas mãos nenhuma chave de um veículo decente, eu pedi carona. Saí sem me despedir, apenas vim embora. Sem trocas de telefones, absolutamente nada. Agora meu coração está feito um bobo apaixonado, desde de quando Patrícia Alencar se apaixona?
- Desde quando você se apaixona? Já que não se lembra, eu posso refrescar a sua memória. - Pego em suas mãos - Amiga, você tem que seguir a vida, se firmar com alguém, deixar de correr feito uma vaca louca.
- E quem disse a você que só porque, ele é um homem lindo, sedutor, educado, que tem a melhor pegada selvagem que já conheci e que mexe gostoso, pode me fazer feliz? Amiga, paixão não foi feita para os fortes.
Discutimos por um bom tempo, ela quer acreditar que amor não existe e eu tenho a certeza que o bichinho do amor, laçou o coração dela. Pra ser sincera, este bichinho deve estar solto por São Paulo, pois já fui atingida por ele também. Agora que eu enxergo a minha realidade, quero ajudar a minha amiga à acreditar que amor acontece.
Para tentar animar, convido-a para um jantar no shopping, já que preciso comprar uma roupa nova, amanhã conhecerei os pais do Marco, claro que ela não quer sair, daí desafio ela, e como sei que é teimosa ela logo cede.
- Bom! Já que não quer sair daqui, e fugir da fossa, a minha teoria está certa. Você está arriada de paixão pelo doce peão.
- Deixa de caraminhola, não existe fossa, não existe paixão, e sim, uma pequena atração, quase imperceptível. - Lá está a Patty e o seu muro intocável.
- Então prove e tire esse pijama horroroso e venha escolher uma roupa comigo, amanhã conhecerei os pais do Marco.
Ela acaba se animando um pouco, mas percebo nitidamente a minha amiga super alto astral, aparecendo apática, e sem o brilho nos olhos.
O jantar foi bom, o vestido e sapato que comprei, são lindos, e ainda de sobra uma amiga um pouquinho mais animada. Deixo ela em sua casa, com promessas de almoçarmos juntas amanhã e uma visita ao salão de beleza para um "tapa" no visual.
Desço do carro fazendo mil planos mentais para surpreender meu namorado amanhã, passo pela portaria para pegar as correspondências e fico emocionada em encontrar uma caixa deixada pelo Marco. Acho estranha a letra e a mensagem no caixa, mas acabo acreditando que ele deve ter encomendado a surpresa por telefone.
Pensar? Se existo, logo penso! Bom, isso seria uma frase bem colocada, se ultimamente não estivesse pensando demais e existindo de menos. São os sentimentos conflitantes dentro de mim, que não me deixam seguir adiante. E quer saber de uma novidade? Vou mandar todos estes pensamentos para a Cochinchina, e sacudir a poeira que está mais do que velha, e ainda impregnada em minha alma. Seja o que Deus quiser, e se o coração quebrar, sem "stress" reconstruo novamente - Mentirinha São Valentino que não me deixa passar por outro perrengue.
Primeiro passo: Ir atrás da minha amiga, e forçá-la a ir comigo em algum Shopping e comprar algo bonito, bem comportado e com a estampa "conhecendo os sogros". Mas sem antes saber do porque a minha querida e amada doidinha está na fossa.
Chego na casa da Patty e adivinha? Ela não está ou não quer atender a porta, já fico aflita, pois estou com a sensação "já vi este filme" – O que está acontecendo com essa menina? Como se não soubesse.
Não me dou por vencida e ligo para ela.
-Alô.
- Mulher você está viva? Estou aqui na sua porta, já com os paramédicos.
- Sem drama tá legal? Vou abrir a porta.
Não acredito que ela ia me deixar plantada aqui. Quando a porta se abre, seguro o riso para não ser indelicada, diante dos meu olhos encontro um ser desconhecido, com um rosto inchado de alguém que está chorando há dias, descabelada e o mais engraçado com um pijama do Piu-Piu e com uma pantufa do frajola. Segundo teorias dela, ela usa o pijama Piu-Piu, e nós pés o frajola em sinal de protesto. Abro meus braços a ela, mas não deixo de fazer minha piadinha.
- Acho que vi um gatinho - Ela me abraça e chora, chora, espero paciente. Sei que algo a magoou muito.
Depois que se acalmou, ela resolve desabafar, e conta que o seu coração é bandido e roubou a sanidade amorosa dela. Não sei a ligação dela entre o coração e a razão, mas não vou questioná-la. E continua falando entre soluços:
- Eu esperava tudo nessa vida de meu Deus, mas nunca, nunquinha em conhecer um homem maravilhoso, ter diversos orgasmos, e pra completar uma ejaculação feminina, que desconfiava que nem existia. Era tudo tão perfeito, tão lindo, tão "frufru" que fiquei assustada e "dei no pé".
Eu arregalo os olhos (ainda pensando na ejaculação feminina) mas me contenho - Como assim, fugiu? Ele te machucou? Mostrou pra você o paraíso, mas depois quis experimentar esquisitice? É isso? Isso te levou a fugir? Responde, mulher.
- Nossa, matraca! Nada de esquisitice, nem perversão além do normal. Simplesmente fugi de tudo de bom que já recebi na minha vida. Isso tudo foi uma verdadeira aventura, cheia de sacanagens, momentos carinhosos... (Suspiro). - Quando entrei no carro dele, ele deixou claro que poderia voltar pra casa, a hora que quisesse, que ele disponibilizaria qualquer veículo, e quando me deu a louca de ir embora, achei trator, charrete, jegue... Vim do jeito que deu.
- Como? Montada em um burro? Não tenho como me conter.
- Rá Rá Rá... Pra início de conversa, não quero ouvir este verbo "montar" por tão cedo, e segundo, como não tinha nas mãos nenhuma chave de um veículo decente, eu pedi carona. Saí sem me despedir, apenas vim embora. Sem trocas de telefones, absolutamente nada. Agora meu coração está feito um bobo apaixonado, desde de quando Patrícia Alencar se apaixona?
- Desde quando você se apaixona? Já que não se lembra, eu posso refrescar a sua memória. - Pego em suas mãos - Amiga, você tem que seguir a vida, se firmar com alguém, deixar de correr feito uma vaca louca.
- E quem disse a você que só porque, ele é um homem lindo, sedutor, educado, que tem a melhor pegada selvagem que já conheci e que mexe gostoso, pode me fazer feliz? Amiga, paixão não foi feita para os fortes.
Discutimos por um bom tempo, ela quer acreditar que amor não existe e eu tenho a certeza que o bichinho do amor, laçou o coração dela. Pra ser sincera, este bichinho deve estar solto por São Paulo, pois já fui atingida por ele também. Agora que eu enxergo a minha realidade, quero ajudar a minha amiga à acreditar que amor acontece.
Para tentar animar, convido-a para um jantar no shopping, já que preciso comprar uma roupa nova, amanhã conhecerei os pais do Marco, claro que ela não quer sair, daí desafio ela, e como sei que é teimosa ela logo cede.
- Bom! Já que não quer sair daqui, e fugir da fossa, a minha teoria está certa. Você está arriada de paixão pelo doce peão.
- Deixa de caraminhola, não existe fossa, não existe paixão, e sim, uma pequena atração, quase imperceptível. - Lá está a Patty e o seu muro intocável.
- Então prove e tire esse pijama horroroso e venha escolher uma roupa comigo, amanhã conhecerei os pais do Marco.
Ela acaba se animando um pouco, mas percebo nitidamente a minha amiga super alto astral, aparecendo apática, e sem o brilho nos olhos.
O jantar foi bom, o vestido e sapato que comprei, são lindos, e ainda de sobra uma amiga um pouquinho mais animada. Deixo ela em sua casa, com promessas de almoçarmos juntas amanhã e uma visita ao salão de beleza para um "tapa" no visual.
Desço do carro fazendo mil planos mentais para surpreender meu namorado amanhã, passo pela portaria para pegar as correspondências e fico emocionada em encontrar uma caixa deixada pelo Marco. Acho estranha a letra e a mensagem no caixa, mas acabo acreditando que ele deve ter encomendado a surpresa por telefone.
Subo as escadas rapidamente, louca para abrir meu presente ali mesmo, preciso mostrar a esse homem que ele já me conquistou e não preciso de mais presentes.
Jogo todos as correspondências em cima da mesinha e sento no sofá com a caixa de presente nas mãos, chacoalho feito uma criança, tentando descobrir o presente de natal, adoro surpresas.
Inicialmente, vou desembrulhando com muito cuidado, mas como a fita enrosca, dificultando a minha chegada ao prêmio, a única opção deixada, é rasgar o embrulho e descobrir o que tem dentro. Quando finalmente abro a caixa, meu coração pára, e jogo longe o pacote!
Marco
Voltar ao fórum depois de esclarecer que está tudo bem com minha sereia, tira-me um peso enorme do meu coração.
Sei que o Marcelo, já foi embora e deixou tudo organizado por ordem de despacho em cima da minha mesa. A cada processo analisado adianto na agenda as datas e horários das audiências, tento me programar para não ficar nada pendente, quando olho no relógio, passa das onze. Mando uma mensagem de boa noite a Bárbara e a resposta, me broxa.
- Boa noite meu amor,
Sonhe comigo.
M
- Obrigada.
B.
Só isso? Será que acordei, e ela me mandou apenas para não me deixar neurótico? Vou arriscar e ligar. Pode ter acontecido algo.
Depois de vários toques, ela finalmente atende, e a sua voz logo deixa nítido que estava chorando. Logo me desespero.
- Linda me conta o que está acontecendo? Você está chorando?
- Não, meu querido, acho que estou ficando resfriada.
- Bárbara não minta pra mim, não vamos construir um relacionamento em cima de mentiras, não merecemos isso.
- Você tem razão, mas podemos falar sobre isso depois.
- Não! Eu quero saber agora o que está acontecendo. Me conta agora! Exijo.
Ela chora mais ainda, me fazendo acreditar que fui grosso com ela, exigindo algo que ela teme em esconder.
Amanso a voz - Amor, estou indo para o seu apartamento. Desligo antes mesmo de uma resposta.
Pego o meu carro e sigo costurando o trânsito, que neste horário não me dá longo período de espera. Acredito que não estou invadindo um momento dela, o que sinto é que algo muito ruim aconteceu, e mesmo que ela continue não querendo me contar o que é, pelo menos estarei lá, ao seu lado, segurando-a em meus braços. Uma onda de dúvidas me invadem, será que estou sendo meloso, invasivo, e não dando espaço para ela por em ordem os seus sentimentos. E neste momento, sinto medo! Medo em perdê-la, por forçá-la em admitir algo, a qual ainda não está preparada. Será o que aconteceu?
Estaciono na frente do seu prédio, e fico lá, pensando se devo ou não invadir o seu momento, mas meu coração fala mais alto e quando já vejo, estou parado na porta do seu apartamento, tocando a campainha.
- Vem cá, você precisa de um abraço – digo emocionado em ver minha pequena sereia tão frágil.
Ela me abraça forte, e tenho certeza, que tive a decisão certa, em vir até aqui e estar ao seu lado. Continuei abraçando-a, até se acalmar, e ter condições em explicar o que aconteceu.
- Não precisa me dizer nada, apenas me deixe ficar aqui te confortando.
- Não, eu preciso que veja isso.
Ela me trás uma caixa, e me mostra o conteúdo. No começo não entendi, por que uma encomenda poderia deixá-la tão transtornada. E quando olho para dentro da caixa, eu vejo tudo vermelho.
- O que significa isso?
- Eu não sei. Cheguei da Shopping, e quando passei na portaria para pegar as minhas correspondências, encontro este pacote, endereçado a mim, e com os seus dados como remetente. Você, reconhece o que é isso?
– Uma réplica perfeita de um bebê com rostinho da Vitória, e com fitas amarradas em todo o seu corpo. Falo em um sussurro.
Estou tão assustado, quanto ela. Quem no mundo em sã consciência, poderia querer fazer mal a minha princesa? Por quê? O que a Bárbara tem haver com isso?
- Marco, não quero te magoar, mas quando eu vi isso tudo, eu simplesmente entrei em pânico, não quis falar por telefone.
- Bárbara, quando se trata de minha filha, por favor, fale! Seja por telefone, carta, e-mail. Qualquer coisa, mas não me mantêm no escuro, quando se trata dela.
- Eu sei, me desculpa! Estava transtornada. É muita crueldade, seja uma brincadeira ou não, sem falar que estou apavorada. Fora que...
Passo as mãos pelos cabelos, com raiva! Vou descobrir quem é o filha da puta que está provocando todo este estardalhaço, e quando descobrir, vai pedir à Deus por misericórdia.
Saio da sala, e vou fazendo algumas ligações importante. Tentando descobrir algo indício deste pacote. Vou direto para quem pode me ajudar.
Enquanto estou perdido nas minhas ligações, buscando auxílio de vários amigos, ouço um barulho vindo da sala. E quando volto para ver o que aconteceu, encontro a Bárbara com as mãos na boca, e o seu celular caído no chão. Corro para saber se ela está bem, e quando me agacho para pegar o celular, que por incrível que pareça, ainda está intacto e ligado. Vejo na tela um e-mail aberto, não me contenho e leio.
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De: Desconhecido
Para: Bárbara Nucci
Data: 20 de abril de 2014
Assunto: Não diga que não avisei.
Melhor se afastar. Esse presentinho foi só um aviso. VOCÊ não vai querer fazer MAL a uma DOCE MENINA, vai? Quem avisa, amiga é! Seu prazo está passando (tic-tac).
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Neste momento, meu sangue se esvai do meu corpo. O que é isso? Que tipo de brincadeira de mal gosto é essa? Tenho que ter a minha filha perto de mim, o quanto antes!
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