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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O Lado Bom de ser Traída - Capítulo 23

Bárbara

O que foi que aconteceu ontem à noite? Fui abduzida por um deus que caiu do céu. Loucura, loucura.
Levanto rápido, sinto o cheiro de chocolate quente, corro ao banheiro para escovar os dentes, faço um rabo de cavalo, dou uma enfiadinha na calcinha, para provocar meu deus da justiça, e caminho bem sensual, se encontrar com ele no corredor, faço cara "de quem não quer nada".
Olho de um lado, olho do outro, não vejo nada, procuro pelas roupas espalhadas pelo chão e nada. Acho que ele está na cozinha, mas era só que me faltava, bom de cama, gato, gostoso, inteligente e ainda cozinha, não calma aí, esse homem tem que ter um defeito.
Motivos básicos para se apaixonar perdidamente, digamos que apaixonada eu não estou, mas que quero fisgar o coração dele, isso tenho certeza, se eu estivesse sendo personagem de um livro, já estaria dizendo eu te amo.
Chego na cozinha e o balde de água fria derrama sobre minha cabeça, CARACA, ele foi embora sem se despedir, esse homem me confunde, uma hora sou dele, outra hora não sou mais, no outro momento invade minha vida e me deixa de quatro, agora vai embora sem ao menos um beijinho.
Olho para mesa e me desmancho toda, ele deixou um café da manhã pronto em cima da mesa e com um bilhete. Ao terminar de ler o bilhete fofo dou pulos de alegria! Um encontro, a alegria é tanta que pareço uma adolescente com espinhas na cara, feliz por ser convidada pelo cara mais popular da escola para ir ao baile.
Tomo meu chocolate quente delirando nas possibilidades de um futuro namoro com o Marco, nossa falar o nome dele é tão intimo e bonito.
Depois de delirar no meu café da manhã, vamos encarar a realidade do dia. Encarar nada, hoje vou me dar o luxo, de um dia de princesa, quer dizer princesa não, de feiticeira.
Ligo para Marcinha.
- Alô. Escritório Nucci & Brandão Contabilidade.

- Bom dia flor do dia.

- Acho que a senhora ligou para o número errado. Ela brinca como se eu fosse alguma mal humorada ambulante.

- Nossa Marcinha, é tão difícil assim receber um elogio?

- Chefa, partindo da senhora ultimamente, acredito que sim, mas o que devo a honra de sua ligação?

- Preciso que desmarque tudo o que tem na minha agenda hoje, tenho assuntos particulares pendentes que preciso resolver ainda hoje.

- Tem gente que não vai gostar. Como assim tem gente que não vai gostar, desde quando devo satisfações a alguém?

-Poderia me falar quem não vai gostar?

-Bom, o seu cliente favorito o Sr. Thor ligou querendo um horário na sua agenda ainda hoje. Senhor das contadoras aflitas, não posso deixar atender nenhum pedido desse espetáculo de cliente, se é que vocês entendem. E sem maldade, a empresa dele é extremamente importante para a minha
.
-Marcinha retorne a ele e pergunte se pode almoçar comigo. Sem segundas intenções, porque o moço foi fisgado, antes disso, vivia me convidando para festas na casa dele
.
-Retorno a você assim que falar com a secretária dele.

-Ok!!! Beijocas.

Agora tenho que me reprogramar, o dia no SPA, virou apenas tarde no Salão.
Dez minutos e minha ligação chega.
-Fala Márcia. Falo séria para brincar com  ela.
-Como assim você desmarcou nosso almoço hoje? Posso saber os motivos, vai falando logo, porque estou farta de noticias velhas!

-Patty? Não me lembro de nenhum almoço com você marcado para hoje.

-Então quando é que precisa lembrar se almoçamos juntas quase todos os dias? Não venha me dar de amiga sem coração que quando tem noticias quente deixa esfriar para contar!

-De onde tirou que tenho noticias quentes para contar?

-Então essa floricultura que está lotando o escritório, com arranjos de flores um mais bonito que o outro, está enviando para o endereço errado? Não estou entendo nada, ela atropela tudo quando fala.

-Patty, minha amiga e companheira de alface, o que exatamente, você está querendo me dizer?

-Bárbarete Gorete, esse escritório, a cada dez minutos chega um arranjo de flores, e a cada um que chega, corro para saber se pelo menos um é para mim, só que nada, todos endereçados a mesma criatura. – Então isso significa que essas flores é de algum admirador que teve uma noite quente ou será que o admirador ficou com dó do dono da floricultura que está falindo e resolveu ser um bom samaritano e resolveu ajudá-lo? – Pode descarregar tudo agora não aceito ficar no vácuo.

-Pára tudo, amiga prometo que conto tudo, corre lá e veja se tem algum cartão assinado!

- Você não me conhece mesmo criatura, você acha que já não fiz isso? Mas a sua Yorkishire rosnou e não deixou eu ver nadinha. Como assim ela já fez isso, mas é intrometida mesmo.

- Tudo bem, em 20 minutos estarei aí. Beijos.
Tomo uma ducha rápida, coloco o primeiro vestido tubinho que vejo a frente, assim estarei preparada para o almoço e para a tarde no SPA..
Dirijo rápido como a formiguinha atômica, a ansiedade e a esperança de serem flores do Marco me cegam, até que a realidade bate. E se essas flores forem do bastardo, eu juro que embrulho e envio para Porto Alegre.
Quando abro a porta da recepção meus olhos brilham, meu nariz agradece e meu coração dispara.
Marcinha que não é besta, não diz nada, mas o urubu despenado da Patty, já começa o interrogatório.

-Amiga vamos lá, que te ajudo a ler os cartões, menina do céu, o que fez para merecer tamanha devoção?

-Patty, me deixa ver o primeiro cartão. – Marcinha, qual arranjo chegou primeiro?

-Olha o primeiro eu sei, os demais juro que perdi a noção, são tantos nunca vi nada igual!!!

Ela pega o arranjo lindo, nem preciso ler para saber o que meu coração já sabia, é dele. Pego o cartão anestesiada pelo momento, esse homem não existe.

Nosso primeiro Beijo foi lindo, mas no nosso primeiro encontro ele vai ser eterno.

Marco.
Meu Deus é um quebra cabeça, começo arrancar todos os cartões dos arranjos, as flores são lindas, mas a curiosidade para ler, é maior.
As pessoas mais bonitas são as que sorriem com a alma.
M.
Somente as flores podem transmitir todo o bem e carinho que sinto por você.
Todo Seu.

Cada arranjo é mais bonito do que o outro, ninguém nunca fez isso por mim. Com isso fica difícil não se apaixonar. É muito carinho, cumplicidade e respeito.
(Suspiro longo pensativo e romântico).
- Babby, estou vendo os coraçõezinhos te rondando, assim como os cantos dos pássaros. Conta aí, quem é este pedaço de bom caminho? E se for o Caio, eu mesma vou jogar todas as flores no caminhão do lixo.
Saio do meu devaneio, com o falatório de Patty, se eu não contar tudo, a ladainha completa, ela não me deixar viver.
Saio puxando-a para a minha sala, eu vou contar tudo de uma vez, na verdade preciso desabafar.

- Patty, ontem eu fui ver o Caio.

Ela faz menção em me interromper, mas não deixo.

- Calminha moça, fui vê-lo, mas não passou de um ponto final grande e sem nenhuma possibilidade de virar continuação. Depois que saí de lá, me afoguei em algumas taças de vinho e uma lasanha altamente calórica...

- Tá tá tá, pula essa parte, pois caloria se queima na academia, mas a minha curiosidade está me corroendo, vamos para o finalmente.

- Ok... Depois desse momento gordice, recebi um telefonema, do meu Juiz.

- Eu sabia que iria render essa história. Ele é muito gostoso, e aí? Conta mais.

- Você parece criança. A diferença que os seus olhos brilham para ouvir o momento íntimo dos outros, amiga, você é estranha. - Enfim, ele chegou lá...

Contei tudinho para Patty, do sexo louco na sala, do ciúmes dele, da exclusividade, da sacanagem no banheiro, dormir abraços, do café, do bilhete. Ou seja, tudo e nos mínimos detalhes.

- Queridinha, este homem está arriado por você. Isso é paixão! Pode apostar.
- Mas Patty, não posso pensar assim, saio de um relacionamento que tem um final trágico e já caio de "boca" em outro? Isso é muito pra mim.
- Querida, de boca, você já caiu, desde o encontro de motos, então isso já está batido e rebatido! E deixa de bobagem, aproveite e se der certo ótimo, se não, parte para outro.

- Ah como se isso fosse fácil, eu tenho um coração, sabia? Diferente de você.

Ela finge se ofender - Nossa maldade a sua falar assim de mim, mas paixão é para os fracos.

- Pois eu ainda vou vê-la se apaixonar.

O telefone da minha mesa, toca, interrompendo a nossa análise sistemática do amor.

- Diga Marcinha.

- Marcado com o Sr. Thor. Para o restaurante de sempre, às 12:30.

- Ok, obrigada!

- E pra complementar o meu dia, vou almoçar com o Thor, aquele pedaço de escultura grega.

- Ooooo me leva, diz que sim?

- Tá maluca? Isso não é um encontro não, apenas assuntos de trabalho. E pelo que sei ele está apaixonadíssimo.

Acabo botando a Patty para trabalhar e organizo todos os papéis que preciso levar para o almoço com meu cliente especial. Mando uma mensagem ao meu lindo, será que ele teve alguma dúvida de que iria aceitar jantar com ele?

Marco

Depois de um engarrafamento monstro, finalmente estou na porta do escritório da minha deusa sereia.
Já entro no prédio, em direção à recepção.

- Bom dia, posso ajudá-lo?

- Pode sim, gostaria de falar com a Srta. Bárbara Nucci, ela se encontra?

- Infelizmente não, mas acredito que não vá demorar, o Sr. deseja esperar?

- Vou esperar um pouco.

E nesse intervalo, a Senhora de nome Márcia, muito simpática por sinal, me oferece água, café, biscoitinhos, porém a hora não passa, já estou duvidando se a minha escolha foi certa ao vir sem avisar.

E do nada, aparece uma jovem, muito bonita, que vai em direção a tal Márcia, e nem nota a minha presença.

- Marcinha, a Babby não chegou do almoço ainda? Droga, ela foi almoçar, afundou os meus planos.

- Não, Patty.

- Ai não acredito que ela foi almoçar com aquela delicinha do Thor e nem se quer me chamou. Eu ficaria apreciando aquela beldade por horas. Mas que porra é essa? Quem é esse cara?

- Patty, deixa de perversão, pois não estamos sozinhas no ambiente. Neste momento, a faladora percebe a minha presença, e arregala os olhos ao me ver.

- Ooooh Desculpa Sr. não vi que estava aqui. Esperando pela Bárbara?
- Estou sim, ou melhor estava. Não pude deixar de ouvir, mas ela não deve vir por tão cedo, certo?

- Oh, não, não é isso. Ela, ela... foi almoçar, mas é almoço de negócios, este cliente é importante, mas daqui a pouco ela já estará de volta.

- Imagino a importância deste cliente para ela. Me levanto sem olhar para trás, estou fervendo de ódio.

- Espera...

Ouço a moça me chamar, mas não tenho condições de ficar aqui ouvindo mais nada. Entro no carro, e estou explodindo de ódio. Não acredito. Ela recebe as flores, agradece, mas na hora de almoçar, vai para o tal do Thor. Quem esse babaca pensa que é? Se eu soubesse onde fica o restaurante, iria lá para quebrar a cara do idiota, que ousa em almoçar com a minha mulher, e ela viria comigo nem que fosse por cima do meu ombro.
Ódio mortal. Começo a esmurrar o volante. Não começamos bem, ela acende esta possessão em mim. Não acredito que cai nessa! Não me reconheço, nunca fui assim em relação a uma mulher.

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