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terça-feira, 1 de agosto de 2017

Filmes Esquecíveis do Cinema - Resenha 007 na Mira dos assassinos

Hoje trouxemos mais um filme esquecível do Cinema...
 
007 Na Mira dos assassinos
País - Reino Unido
Ano - 1985 
Duração - 131 min 
Direção - John Glen
Produção - Albert R. Broccoli, Michael G. Wilson
Roteiro - Michael G. Wilson, Richard Maibaum
Gênero - Ação
Música - John Barry
Música tema - Duran Duran
Companhia produtora - EON Productions
Distribuição - Metro-Goldwyn-Mayer, United Artists
Lançamentos:
Estados Unidos 22 de Maio de 1985
Brasil 19 de Junho de 1985
Idioma - Inglês
Orçamento - US$ 30 milhões
Receita - US$ 152.627.997

Roger Moore como James Bond
Tanya Roberts como Stacey Sutton
Christopher Walken como Max Zorin
Grace Jones como May Day
Robert Brown como M
Desmond Llewelyn como Q
Fiona Fullerton como Pola Ivanova

James Bond descobre, na Sibéria, um microcircuito no corpo do agente britânico 003, morto nas geleiras. Após espetacular fuga, 007 chega a Londres e é informado de que o chip encontrado por ele é o mesmo que os cientistas ingleses criaram, imune a explosões nucleares. O maior suspeito de ter passado tecnologia ao inimigo é Max Zorin, um excêntrico industrial que supostamente fugiu da Alemanha e fez fortuna com prospecção de petróleo.

Após rodar o mundo investigando o empresário, Bond chega a  San Francisco, no Estados Unidos. Zorin não é apenas um inescrupuloso industrial. Psicopata, o ex-agente da KGB é experiência genética de um médico nazista capturado pelos soviéticos e tem como fim conquistar o mundo monopolizando a produção de silício (material com o qual são feitos os microchips). Em seus planos, uma enorme explosão criaria um terremoto em San Francisco, romperia os lençóis subterrâneos de água, inundando o Vale do Silício, que concentra a indústria de informática nos Estados Unidos. Na missão, Bond terá como única aliada a filha de um empresário traído por Zorin, Stacey Sutton.

O ator Roger Moore retorna pela 7ª e última vez a dar vida ao grande 007, num dos filmes mais fracos da história da série.Até hoje, Moore detém o recorde de ter sido o ator oficial a estrelar o maior número de títulos com o James Bond, tendo permanecido por uma década e meia na franquia.Embora Sean Connery também tenha estrelado 7 filmes como o espião,vale lembrar que sua última aparição, em 1983, foi na produção não-oficial, 007-Nunca Mais outra Vez.

Existe um fato curioso sobre a série 007.Os maiores intérpretes sempre se despedem em filmes abaixo das expectativas.Foram consideráveis os fatos que fazem desse título aqui,um dos piores da franquia. O primeiro foi a própria presença do Roger Moore. Com 57 anos de idade, o ator não apresentava mais agilidade ou vigor para encarar as peripécias de Bond. Seu cansaço e lentidão em algumas cenas evidenciavam isso, tanto que foram utilizados muitos dublês para algumas sequências. Pior é que, no processo de edição do filme, não conseguiram disfarçar a presença deles, e ficam bem nítidos entre uma sequência ou outra. Na verdade, Moore deveria ter saído da franquia após o 007-Somente para Seus Olhos, de 1981. Sua permanência se deu por culpa do próprio Sean Connery. Para maiores detalhes a esse respeito, consulte as postagens com o personagem na coluna dos Grandes Personagens.

Outro ponto negativo é o roteiro, um tanto confuso e cheio de reviravoltas e subtramas. Começa com o Bond recuperando um microchip em plena Rússia, para em seguida saber que um milionário, Max Zorin, vivido pelo oscarizado Christopher Walken, pode ter negociado com os soviéticos, tecnologia de uso exclusivo dos aliados ocidentais. Aí surge uma complexa trama que envolve experiências genéticas, aquisições indevidas de poços de petróleo e a velha megalomania de querer conquistar o mundo usando fins escusos e homicidas. Tem também uma longa e desnecessária sequencia em que Bond se hospeda no haras do vilão, disfarçado de comprador de cavalos, e pouco descobre que possa ser válido para a trama. A cena só estira a duração de mais de duas horas da obra,sem finalidade positiva alguma. O filme padece com a ausência de uma grande e memorável cena de ação, embora tente, como quando Bond se apodera de um caminhão dos bombeiros. Ou a cena que se inicia na Torre Eiffel. Aliás, as filmagens na França não foram fáceis, as negociações com as  autoridades francesas foram complicadas, pois eles não queriam autorizar as cenas de ação nas ruas ou a sequência de salto na Torre.

Também não podemos descartar as Bondgirls, duas das mais deploráveis da franquia. Uma é vivida pela exótica cantora Grace Jones, a May Day. Extremamente esquisita, é até hoje uma das figuras mais controversas a ir para cama com o espião. O próprio Moore mesmo nos dias atuais, fazia piada com a cena. Outra é a personagem Stacey Sutton, vivida pela Tanya Roberts, uma das "Panteras", o famoso seriado do final dos anos 70 e início dos 80. É considerada uma das piores personagens femininas a dividir a cena com o 007,por conta de sua histeria.

Pouca coisa se salvou desse título: a música-tema, interpretada pelo grupo pop Duran Duran, um dos mais conhecidos dos anos 80. A canção recebeu até indicação ao Oscar. O vilão interessante e sociopata, vivido pelo Walken e as sequências finais,em que ocorre uma explosão na mina de silício e quando  Bond acerta as contas com os vilões, dependurado no topo da ponte Golden Gate, em Chicago.Também é curioso notar que o 007 praticamente não usa nenhuma "gadget", aqueles acessórios que sempre lhe são oferecidos pelo projetista Q,muito menos nenhum veiculo ultra mirabolante. Isso tudo por conta do diretor,o John Glen,que gostava de situar o James Bond mais próximo à realidade, por mais impensáveis que sejam as situações e tramas em que ele se metia.

Finalizando, existem curiosidades e  fatos ligados a esse título. O primeiro é uma rápida participação do ator sueco Dolph Lundgren, na época um ilustre desconhecido. Sua presença se deu por conta da atriz Grace Jones, que era sua namorada e certamente conseguiu uma participação para ele. Nesse mesmo ano, ele seria lançado ao estrelato pelo Sylvester Stallone em Rocky IV (consulte a história do Rocky na coluna dos personagens).

O segundo é que não foi somente o Moore quem se despediu da série James Bond com esse título. A atriz Lois Maxwell, que por duas décadas e meia viveu a srta. Moneypenny, também deixou a franquia, tendo sido até hoje, a coadjuvante com o maior número de aparições na história do 007 nos cinemas. Roger Moore deixava de vez o espião que o imortalizou, mas ganhava um lugar cativo no coração da maioria dos fãs. Longe de ter sido o intérprete mais perfeito,mesmo assim é extremamente querido até hoje. Apesar de dividir opiniões a respeito de sua performance e interpretação do 007.Pena que sua despedida foi com um dos piores filmes de sua passagem.

O cara que por mais vezes interpretou o querido James Bond foi o primeiro intérprete a nos deixar. Moore faleceu no dia 23 de maio de 2017, aos 89 anos,na Suíça.A notícia de sua morte deixou os fãs extremamente consternados com a perda do mais carismático de todos os 007. Mas ele já é imortal através de sua obra e permanecerá para sempre no coração de seus admiradores. E em sua homenagem, a coluna Pop Culture irá fazer um balanço de sua trajetória como ator e embaixador da Unicef.

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