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sábado, 22 de julho de 2017

Especial Homem Aranha - Resenha Cinéfila Homem Aranha 2 - 2004

Se o primeiro filme foi ótimo, a sequência o supera sem precisar de muito esforço. O excepcional roteiro, muito bem trabalhado por Raimi, faz do Homem-Aranha 2, um dos melhores exemplares desse gênero.


Homem-Aranha 2
País -  Estados Unidos
Permitido para todas as idades
Ano - 2004
Duração - 127min 
Direção - Sam Raimi
Produção - Avi Arad, Laura Ziskin
Produção executiva - Stan Lee, Kevin Feige
Roteiro - Alvin Sargent
Baseado em O Homem Aranha de Stan Lee, Steve Ditko
Género - Ação, aventura, ficção científica
Música - Danny Elfman
Cinematografia - Bill Pope
Edição - Bob Murawski
Companhias produtoras- Columbia Pictures, Marvel Entertainment, Laura Ziskin Productions
Distribuição - Columbia Pictures, Sony Pictures Entertainment
Lançamentos:
Estados Unidos 30 de Junho de 2004
Brasil 2 de Julho de 2004
Portugal 15 de Julho de 2004
Idioma - Inglês
Orçamento - US$ 200 milhões
Receita - US$ 783.766.341

Tobey Maguire Peter Parker / Homem-Aranha
Kirsten Dunst Mary Jane Watson
James Franco Harry Osborn
Alfred Molina Dr. Otto Octavius / Doutor Octopus
Rosemary Harris May Parker
J.K. Simmons J. J. Jameson
Donna Murphy Rosalie Octavius
Daniel Gillies John Jameson

Após derrotar o Duende Verde a vida de Peter Parker (Tobey Maguire) muda por completo. Temendo que Mary Jane (Kirsten Dunst) sofra algum risco por ser ele o Homem-Aranha, Peter continua escondendo o amor que sente e se mantém longe dela. Ao mesmo tempo precisa lidar com Harry (James Franco), seu melhor amigo, cuja raiva pelo Homem-Aranha aumenta cada vez mais por considerá-lo como sendo o assassino de seu pai. Além disso sua tia May (Rosemary Harris) passa por uma fase difícil após a morte de seu tio Ben, estranhando também o comportamento do sobrinho. Enquanto precisa lidar com seus problemas particulares Peter recebe ainda uma má notícia: o surgimento do Dr. Octopus (Alfred Molina), um homem que possui tentáculos presos ao corpo.

O enorme sucesso crítico e comercial,levou o Homem-Aranha a retornar aos cinemas 2 anos depois.Raimi fizera um bom trabalho,portanto se manteve na direção e dessa vez o roteiro ficou dividido entre 4 pessoas: Alvin Sargent, Michael  Chabon, Alfred Gough e Miles Millar. Esses últimos merecem uma atenção especial. Na época eram os principais responsáveis por um popular seriado envolvendo também um super-herói, Smallville,que mostrava a juventude do Clark Kent, antes dele assumir a identidade do Super-Homem (confira a passagem do Super-Homem pela tv,na coluna dos Grandes Personagens).

É de se imaginar que um roteiro escrito a 4 mãos tende a ser confuso e deslanchar numa produção inferior ao antecessor,mas o que aconteceu com essa sequência foi o oposto. Raimi manteve grande parte do seu elenco central, reforçando com a presença do conhecido Alfred Molina, que iria dar vida a outro grande vilão dos quadrinhos:o temível Dr. Octopus.

Por não precisar mais apresentar os personagens ou contar histórias de origem, (excetuando a do novo vilão), o segundo filme começa 2 anos depois de onde o outro terminou.Peter enfrenta problemas pessoais por conta de seu alter ego e sua cruzada pessoal contra o crime. Precisando limpar as ruas de Nova Iorque, ele não consegue estabilidade nos sub empregos que arranja, e acaba sendo sempre despedido. Sua passagem pela faculdade também não vai nada bem, com reprimendas de seu professor, o conhecido Curt Connors. Além disso, está morando num apartamento furreca e precisa se esconder do senhorio, por conta do aluguel atrasado. Junte a isso,o fato que sua carreira de freelancer no Clarim Diário também não vai bem.

Como Homem-Aranha, as coisas não estão diferentes. O chefão do jornal, Jonah Jameson continua implacável na sua cruzada de perseguição ao herói. Na contramão, sua amiga e paixão reprimida Mary Jane, está tentando firmar com méritos uma carreira como atriz de teatro e, cansada de esperar uma decisão de Peter, que por sua vez teme que sua identidade secreta seja descoberta e com isso as pessoas próximas a ele, se tornem alvos de seus inimigos,a moça acaba iniciando um namoro com outro rapaz, para desespero do nosso herói.Já  seu amigo, Harry Osborn agora chefia a divisão de pesquisas da Oscorp e está patrocinando a pesquisa de Otto Octavius,um cientista que lida com fusão estável e é ídolo do nerd Peter. Para completar o caldo, tia May está com uma ordem de despejo e pode ser colocada na rua a qualquer instante. Toda essa turbulência vai ter suas consequências na vida de Peter,como bem iremos descobrir.

Raimi realiza então uma das mais empolgantes aventuras com o Aranha, encontrando mais uma vez espaço para o drama, romance, humor e cenas de ação muito mais adrenalinescas que as vistas no primeiro filme. O diretor deixa seu lado fã mais uma vez vir à tona e homenageia um dos arcos mais conhecidos do personagem, quando Peter decide abandonar o uniforme numa lata de lixo, tal qual ocorreu na história Homem-Aranha Nunca Mais. O herói tem um motivo para isso.Seus poderes passam a falhar quando ele mais necessita,o colocando em situações extremas, como na cena em que a sua teia, que é de origem orgânica, falha e ele despenca de uma altura inimaginável,(como ele sobrevive sem nenhuma fratura, nem o próprio Raimi soube justificar). Logo,vem os motivos para isso,  seus problemas pessoais lhe causaram stress e o preço é justamente a falha de seus poderes. Unindo ao fato que a vida pessoal e sentimental anda uma bagunça, ele decide pendurar a máscara e abandona o heroísmo, para alegria do JJ. Jameson, que mais uma vez é um dos grandes alívios cômicos do filme, vivido de forma competente pelo talentoso J. K.Simmons.

Mas o grande atrativo dessa sequência sem dúvida alguma é o novo antagonista,vivido por Molina, o Otto Octavius. Apresentado como um cientista bondoso, íntegro e de boas intenções, ele tenta desenvolver sua pesquisa de fusão com o patrocínio do Harry, que tenta a todo custo mostrar ser um sucessor digno de seu finado pai, e acredita que o sucesso do bom doutor lhe concederá reconhecimento. Por sua vez, o roteiro ainda encontra espaço para desenvolver a personalidade do Harry, que se tornou obcecado em acertar as contas com o Aranha, pois acredita que ele foi responsável pela morte do pai. Pois bem, o Otto, para auxiliar em sua pesquisa, desenvolve um exoesqueleto com 4 tentáculos indestrutíveis mecânicos, artificialmente inteligentes controlados por ele e fixados em seu corpo. Para impossibilitar qualquer dos braços de assumirem vontade própria, um chip inibidor foi adicionado à aparelhagem e é ativado pelo seu cérebro. A experiência falha no dia de sua exibição para a imprensa, a esposa de Otto morre e ele se vê preso aos tentáculos. A partir daí, ele se torna instável e obcecado em concluir sua pesquisa e para isso passa a cometer roubos para conseguir o dinheiro necessário. J. Jonah Jameson então batiza a nova ameaça à cidade como Dr. Octopus.

Não por menos, o novo vilão é disparado um dos melhores e mais memoráveis de todo esse gênero. Trabalhado de forma excepcional pelo talentoso Alfred, o Octopus torna-se um antagonista ainda mais letal que o Duende Verde, principalmente por se bater com o Aranha em seu habitat, os arranha-céus de Nova Iorque, protagonizando sequências estupendas de ação. E mais uma vez, a fidelidade de Raimi aos quadrinhos se faz presente, pois a origem do vilão é 80% baseada na que foi mostrada nas HQs.

E é nesse desenrolar de ação e muita pancadaria entre herói e vilão, que se desfilam as subtramas:a obsessão de Harry, os dramas pessoais de Peter, a intolerância de Mary Jane com o suposto descaso do nosso herói e o fato dele ter de lidar com a  perda de seus poderes,ainda mais num momento que será crucial mais adiante.Ainda se encontram brechas para introduzir personagens que futuramente serão adversários do Aranha,como o Dr. Curt Connors,o Lagarto e o filho de J.J,Coronel John Jameson, o Lobo.E Raimi ainda preenche a história com um diálogo entre tia e sobrinho na cozinha. São esses detalhes que fazem a diferença nesse filme.

Mas o grande trunfo mesmo do Homem-Aranha 2, são os embates entre ele e o Octopus. O primeiro,quando o vilão assalta um banco, é um espetáculo. Mostra que ele não só está à altura do herói, como ao mesmo tempo a cena é dramática,pois envolve justamente a tia May.Mas sem dúvidas, o grande trunfo é o embate em  cima do metrô. A cena, temperada pelo que de melhor os efeitos digitais podem proporcionar, é épica e uma das maiores já vistas em filmes como esse. Passados 13 anos de sua produção,a cena ainda hoje impressiona e são poucas capazes de a superar. E quando ainda mal recuperamos do incrível confronto, vem o embate final, envolvendo inclusive a Mary Jane, nas margens do rio Hudson.

O mais incrível é que testemunhamos tudo isso na duração de pouco mais de 2 horas. O filme é tão perfeito que nem percebemos e quando menos se espera ele termina,com um beijo entre Mary Jane e Peter que fez todo mundo nos cinemas aplaudir, de tão empolgante que foi essa obra. Por torcermos pelo casal, sofrermos com o pobre Peter, acompanhar suas desilusões e cabeçadas que a vida lhe dá,mesmo assim ele permanece íntegro em sua moral e personalidade, preferindo sacrificar sua felicidade pessoal, abrindo mão de seu grande amor e prestes a perdê-la de vez. No fim, vem a recompensa merecida e foi impossível se conter.

Tecnicamente falando, Homem-Aranha 2 foi também superior ao filme anterior. Raimi acerta o ponto nos efeitos digitais, a fotografia é muito boa e a trilha sonora do Danny continua empolgante, assim como os ótimos efeitos sonoros. A sala de cinema tremia cada vez que os tentáculos do Octopus batiam no chão. O filme ainda termina com algumas pontas soltas a serem resolvidas na terceira produção, o que deixou os fãs eufóricos e impacientes.

Assim como o antecessor, Homem-Aranha 2 foi unânime entre fãs e críticos. Não só o superou como ainda hoje é considerado um dos melhores desse gênero como dito antes e integra fácil o top 10 das melhores adaptações.Fãs e críticos uniram-se no mesmo coro:é o melhor de todos os que foram lançados com o herói.Seu custo foi de 200 milhões, e arrecadou mais de 783 milhões. Ele ainda alcançou a proeza de ganhar o Oscar de melhores efeitos especiais. Foi a última vez que esse gênero de filme foi agraciado com a premiação nessa categoria. E levou também 5 prêmios Saturno:

Melhor Ator (Tobey Maguire).
Melhor Diretor (Sam Raimi).
Melhor Filme de Ficção Científica.
Melhores Efeitos Especiais.
Melhor Roteiro.




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