BREAKING

domingo, 16 de julho de 2017

Especial Homem Aranha - Resenha Cinéfila - Homem Aranha - 2002

Nesse post,vamos destrinchar a trilogia do diretor Sam Raimi,iniciando,claro,com o filme que finalmente trouxe o maior super-herói da Marvel aos cinemas,de forma definitiva.

Homem-Aranha - Spider Man
País - Estados Unidos
Classificação - Permitido para todas as idades
Ano - 2002
Duração - 121 min 
Direção - Sam Raimi
Produção - Laura Ziskin, Ian Bryce
Produção executiva - Avi Arad, Stan Lee
Roteiro - David Koepp
Baseado em Homem-Aranha de Stan Lee, Steve Ditko
Género - Aventura, Drama, Ficção científica
Música - Danny Elfman
Direção de arte - Tony Fanning, Scott P. Murphy
Cinematografia - Don Burgess
Edição - Bob Murawski, Arthur Coburn
Companhias produtoras - Sony Pictures Entertainment, Marvel Entertainment, Laura Ziskin Productions
Distribuição - Columbia Pictures
Lançamentos:
Estados Unidos 3 de Maio de 2002
Brasil 17 de Maio de 2002
Portugal 21 de Junho de 2002
Idioma - Inglês
Orçamento - US$ 139 milhões
Receita - US$ 821 708 551

Tobey Maguire Peter Parker / Homem-Aranha
Willem Dafoe Norman Osborn / Duende Verde
Kirsten Dunst Mary Jane Watson
James Franco Harry Osborn
Rosemary Harris May Parker
J.K. Simmons J. J. Jameson
Joe Manganiello Flash Thompson
Gerry Becker Maximilian Fargas
Ted Raimi Hoffman
Cliff Robertson Ben Parker
Bill Nunn Joseph Robbie Robertson
Elizabeth Banks Betty Brant
Jack Betts Henry Balkan
Stanley Anderson General Slocum
Ron Perkins Dr. Mendell Stromm
Michael Papajohn Carjacker
Tim De Zarn Philip Watson
Jason Padgett Amigo de Flash
Larry Joshua Promotor das Lutas
Randy Savage Serra-Osso Mcgraw
Bruce Campbell Locutor de Ringue
Shan Omar Huey Professor
Sally Livingstone Garota no Ônibus
Sylva Kelegian Mãe em Pânico
Lucy Lawless Punk
Una Damon Professora
Maribel Gonzalez Mulher com os Cães
Joseph D'Onofrio Policial
Jim Norton Motorista do Caminhão

Peter Parker (Tobey Maguire) é um jovem estudioso que vive com seus tios, Ben (Cliff Robertson) e May (Rosemary Harris), desde que seus pais faleceram. Inteligente e com um grande interesse pela ciência, Peter tem dificuldade em se relacionar com seus colegas, por ser tímido e por eles o considerarem um nerd. Até que, em uma demonstração científica, um acidente inesperado faz com que aranha modificada geneticamente pique Peter. A partir de então seu corpo é quimicamente alterado pela picada da aranha, fazendo com que Peter possa escalar paredes e tetos, emitir pelos punhos um fluido ultra-resistente semelhante à uma teia de aranha e passe a ter um "sentido de aranha", que o avisa sempre que há perigo por perto, além de superforça e visão ampliada.

Inicialmente Peter pensa em usar seus novos poderes para ganhar dinheiro, adotando o nome de Homem-Aranha e se apresentando em lutas de exibição. Porém, ao permitir que um ladrão fuja por não considerar sua função capturá-lo, o fugitivo acaba assassinando seu tio Ben. A partir de então, Peter decide não mais usar seus poderes para proveito próprio e sim para enfrentar o mal, tendo como seu primeiro grande desafio enfrentar o psicótico Duende Verde (Willem Dafoe), que na verdade é o empresário Norman Osborn após ter sido exposto à um gás experimental que lhe deu uma segunda personalidade e grande força física.

Nos anos 80 e 90 foram muitos empecilhos que impediram que o escalador de paredes ganhasse sua produção para o cinema: primeiramente, a falta de dinheiro, pois um filme como esse exigiria principalmente, muitos efeitos digitais. Em seguida vieram:incapacidade  em se criar um roteiro fiel ao material que se originava, um estúdio de respeito e nomes de peso ligados ao projeto. Apesar da boa tentativa do James Cameron.

Mas as coisas mudariam para o herói nesse novo milênio,e pode-se dizer, foram alguns colegas de editora os principais responsáveis por trazê-lo aos cinemas. Em 2000,o super grupo X-Men, ganhara sua adaptação, comandados pelo Bryan Singer e bancados pela 20th Century Fox, (confira a trajetória dos X-Men nas colunas Grandes Personagens e Nossas Resenhas). O projeto foi tão bem desenvolvido, que durante sua pré-produção, o filme do Aranha já começara a ser anunciado. E quando ele estrelou debaixo de críticas bem positivas e fez uma excelente bilheteria, o sinal verde já estava aberto há tempos.

Toda burocracia no que dizia respeito a direitos de produção, licenciamento, autorais, foram resolvidos. Se faltava um grande estúdio e dinheiro para bancar a obra, isso também foi.Quem adquiriu e negociou os direitos com a Marvel foi a Sony Pictures Entertainment, que decidiu bancar a obra em parceria com a Marvel Entertainment, com os estúdios Columbia Pictures distribuindo. E se no passado, a Cannon não dispunha de 20 milhões para bancar seu projeto, o orçamento aqui ficou em torno de 139 milhões.

Para comandar a produção, alguns nomes bem conhecidos foram considerados: Chris Columbus, diretor dos dois primeiros Harry Potter e o David Fincher, diretor de Seven e Clube da Luta. Contrariando esses nomes badalados, os produtores escalaram um nome que não tinha a mesma grife, mas era popular em Hollywood:Sam Raimi, responsável pela trilogia oitentista Evil Dead - A Morte do Demônio, que o colocou nos holofotes. Sua escolha não agradou os fãs do personagem, pois Raimi era conhecido pelo seu estilo Trash e poderia não casar muito bem com o tom desse filme.

Acontece que os produtores acertaram muito bem em sua decisão,pois Raimi,acima de tudo, era um grande fã do personagem e conhecia bem os seus quadrinhos. E por ser mais um fã e saber o que os fãs queriam ver, ele impregnou sua obra de muita fidelidade,salvo algumas alterações, nos dias atuais,até lógicas de justificativas. O roteiro ficou sob os cuidados do conhecido David Koepp, e ele reciclou ideias do que o James Cameron havia escrito nos anos 90.

Sam Raimi escalou seu elenco,e fez uma mescla de nomes conhecidos com outros não tão badalados. Willem Dafoe seria o antagonista Norman Osborn/Duende Verde. A conhecida Kirsten Dunst viveria a Mary Jane Watson. Rosemary Harris seria Tia May e Cliff Robertson,o tio Ben. Outros nomes como o conhecido J.K Simmons viveria o cômico J.Jonah Jameson e Elizabeth Banks faria uma participação como Betty Brant. James Franco seria Harry Osborn Jr e Tobbey Maguire viveria Peter Parker/Homem-Aranha.

Raimi conhecia bem o universo do herói, portanto apresentou seu filme dividido em dois atos. No primeiro está toda a construção dos personagens. Grande parte do que os fãs conhecem em mais de 50 anos de sucesso do Aranha se fazem presentes,e não precisam de maiores referências. A forma como a origem do herói e apresentada, é excepcional. Acompanhamos Peter em seus últimos dias no colegial, até o exato instante em que é picado pela aranha e adquire seus poderes. Tudo o que foi apresentado por Stan Lee e Steve Ditko, nos anos 60, desfilam perante nossos olhos nesse ato.

Sem pressa, somos apresentados aos dilemas e o drama pessoal do herói, ao perder seu tio de forma trágica,e observamos sua dor em ter de conviver com o fato de que poderia ter feito a diferença e evitado aquilo tudo. Conhecemos sua paixão platônica por Mary Jane, que por sua vez, sofre com a intolerância de seu pai ao mesmo tempo em que sonha em se tornar estrela da Broadway e trabalha numa lanchonete furreca e na contrapartida, acompanhamos o drama pessoal de Harry,melhor amigo de Peter, e que sofre com o descaso do pai, o poderoso industrial Norman Osborn, dono de uma companhia que constrói protótipos e armas para o exército americano,mas que está sendo passado para trás pelos executivos de sua empresa. Por esse resumo, nem parece se tratar de um filme derivado de HQs. Mas é sim, e por essa apresentação dos personagens, compreendemos o porquê do Homem-Aranha ser tão popular e de fácil identificação com o público. É um personagem humano. Embora super-poderoso, quando esconde a máscara, enfrenta os mesmos problemas que os nossos: falta de dinheiro, relacionamentos mal resolvidos, sentimentos não correspondidos...

Após esse primeiro ato,depois de ter sido criada toda uma empatia e torcida por alguns dos personagens,vem toda a fantasia dos quadrinhos.O próprio Homem-Aranha só aparece depois de toda essa construção, aos 50 minutos. Agora caracterizado como o novo combatente do crime de Nova Iorque, o nosso herói se bate com um teste de fogo, o misterioso Duende Verde, na verdade, o pai de seu melhor amigo, Harry Osborn, que após testar em si mesmo um soro experimental, na tentativa de salvar sua empresa,acaba desenvolvendo uma dupla personalidade, muito mais sádica e incontrolável, não conhecendo limites para saciar suas ambições pessoais, (a ponto de desintegrar com uma bomba, todos os executivos que lhe passaram a perna).

Embora seja um filme um tanto fantasioso,Raimi toma decisões que, se foram polêmicas para alguns fãs, são dignas de lógica. A mais contestada foi eliminar os disparadores de teia do Aranha, (que nos quadrinhos foram construídos pelo próprio Peter) e fazer deles, orgânicos, sendo parte da mutação que o jovem sofreu por conta  da picada da Aranha, que aqui, foi geneticamente alterada, não parte de um experimento envolvendo radioatividade. Já o uniforme do Aranha é o mesmo que os fãs tão bem conhecem,nada de alterações radicais.

Raimi espertamente optou em lançar somente um vilão para antagonista, e sua escolha foi um dos mais clássicos da mitologia do aracnídeo. Claro que num filme de origens, onde se é necessário criar toda uma história, e apresentar heróis e vilões, a ação fica um tanto em segundo plano, durante boa parte da projeção. A construção do Duende Verde é semelhante a do Aranha, e na duração do filme, de forma alguma tem como sintetizar toda uma década em que o personagem infernizou o herói nos quadrinhos,(inclusive com uma das maiores perdas da sua história). A armadura que compõe o visual do personagem também não foi bem quista, mas convenhamos, foi bem melhor que uma fantasia e máscara de borracha,como o personagem dos quadrinhos utiliza. O Duende Verde é bem retratado pelo Dafoe, em suas duas personalidades, e se torna um bom rival para o nosso herói, principalmente por contar com toda uma série de equipamentos, inclusive um planador com poder de fogo.

Já o Tobbey Maguire, então com 27 anos,convence como o adolescente Peter Parker, o jovem tímido, nerd e bobão, apaixonado pela vizinha Mary Jane mas incapaz de lutar pelo que quer. Ao adquirir seus poderes,acaba descobrindo da pior forma a clássica frase, "Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades". Quando assume sua identidade de herói, torna-se confiante,e mesmo ainda com a inexperiência e o desenvolvimento de suas habilidades, assume seu papel. Kirsten Dunst  faz uma Mary Jane Watson encantadora, e a forte química entre os dois atores só contribui de forma positiva para tamanha dramaticidade entre suas relações. E não esquecendo que eles protagonizaram uma das mais icônicas sequências de beijo entre o herói e a mocinha.

Tecnicamente falando,o primeiro filme do herói foi perfeito. Além do bom roteiro e sua fidelidade, Raimi ainda encontrou espaço para prestar sua homenagem a alguns arcos conhecidos dos quadrinhos e que os fãs mais ávidos certamente souberam referenciar. Ao mesmo tempo, o diretor deixou claro que uma das mais importantes produções desse gênero influenciou e incentivou na concepção de algumas cenas dessa e das demais  obras:os primeiros filmes do Superman, dos quais ele é um grande fã. Preste atenção por exemplo, a cena em que Peter abre a camisa,mostrando o símbolo do Aranha. Raimi cita também que o segundo Superman, de 1980,influenciou nas sequências de luta entre herói e vilão.

Mas são nos efeitos especiais que estão a grande força do filme. Concebidos pelo John Dykstra, da série Star Wars, os efeitos concedem às proezas do Homem - Aranha, algo deslumbrante. Seus passeios pelos arranha-céus de Manhattan, as sequências aéreas do Duende, os embates e explosões, tudo é magnífico.Tanto que em alguns momentos ignoramos até mesmo quando o próprio Aranha se torna um personagem digital,por exigência da cena. As cenas de ação não são tão memoráveis ou exageradas, (isso ficaria para a sequência) mas são competentes e recheiam bem a primeira passagem do herói pelas telonas. Da mesma forma, o processo de fotografia e direção de arte do filme é excelente. Na época, recém saída dos atentados do 11 de setembro de 2001, a cidade de Nova Iorque é apresentada de forma radiante, com cores bem vivas.


Outro ponto a seu favor é a trilha sonora, criada por Danny Elfman. Se não consegue ser tão memorável ou atemporal como a criada por John Willians para o Superman,é uma trilha composta por uma bela e marcante melodia,e que cresce juntamente com o herói.Assim como os ótimos efeitos sonoros.



A primeira aparição do Aranha deu o que falar.A crítica adorou. Muitos até diziam ser o melhor filme desse gênero por aqueles tempos. Os fãs, idem. Mistura de drama, humor, romance e ação, o filme alcançou a espetacular bilheteria de mais de 821 milhões,até então, a maior para um filme de super-herós.A partir daí,ninguém mais seguraria a Marvel. E logicamente, abriria o espaço para se tornar uma trilogia. Nos dias atuais,pode-se dizer que,se não é realmente o melhor desse gênero, que está tão bem representado por títulos como, Batman - O Cavaleiro das Trevas ou Os Vingadores, sem dúvida alguma já é um clássico  da história do personagem e da transposição de HQs.



Postar um comentário

 
Copyright © 2013 Infinitamente Nosso
Design by FBTemplates | BTT