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sábado, 10 de junho de 2017

Filmes Inesquecíveis do Cinema - A Múmia

Pegando um gancho no fato que esse mês estrelou uma outra produção com o mesmo título,tendo o Tom Cruise à frente do elenco, resolvi dar um espaço para uma das mais divertidas produções do final dos anos 90. Está longe de ser uma obra-prima,tem seus pontos questionáveis, mesmo assim,é um filminho que se tornou com o passar dos anos,bastante popular,tem seus fãs,gerou uma franquia, com sequências que só fizeram decair a cada nova produção, mas tem méritos suficientes pra ser tratado como um inesquecível. Quem aqui não se divertiu com o aventureiro Rick O'Connel, sua amada Evelyn, seu ambicioso e cômico amigo, Jonathan e não se impressionou com o temível Imhotep? Vamos agora conhecer um pouco dessa produção e saber porque ela é inesquecível. Afinal, cinema também é feito dos pipocões legais.
A Múmia
The Mummy
País - Estados Unidos
Ano - 1999
Duração - 125 min 
Direção - Stephen Sommers
Produção - Sean Daniel, James Jacks
Roteiro - Stephen Sommers. John L. Balderston (não creditado), Stephen Sommers (história), Lloyd Fonvielle (história), Kevin Jarre (história), Nina Wilcox Putnam (história)(não creditado), Richard Schayer (história)(não creditado)
Gênero - Ação, Aventura, Comédia, Fantasia, Suspense, Terror
Música - Jerry Goldsmith
Cinematografia - Adrian Biddle
Edição - Bob Ducsay
Companhia produtora - Alphaville Films
Distribuição - Universal Pictures
Lançamentos:
Portugal 16 de abril de 1999
Estados Unidos 7 de maio de 1999
Brasil 18 de junho de 1999
Idioma - Inglês[1]
Orçamento - US$ 80 milhões
Receita - US$ 415 933 406

Brendan Fraser - Rick O'Connell
Rachel Weisz - Evelyn Carnahan
John Hannah - Jonathan Carnahan
Arnold Vosloo - Sumo Sacerdote Imhotep
Kevin J. O'Connor - Beni Gabor
Oded Fehr - Ardeth Bay
Patricia Velásquez - Ankh-sun-Namun
Aharon Ipalé - Seti I
Bernard Fox - Capitão Winston Havlock
Erick Avari - Dr. Terrence Bay
Omid Djalili - Gad Hassan

Em 1926, um grupo de arqueologistas descobre uma tumba na cidade perdida de Hamunaptra. Dentro da tumba encontrado o corpo de Imhotep (Arnold Vosloo), o sacerdote do Faraó Seti, que foi mumificado vivo além de ter recebido a mais terrível das maldições por ter dormido com a amante do faraó e, movido por ciúme doentio e amor, ter matado o Faraó. No entanto, quando um dos membros da expedição lê um manuscrito que foi encontrado pelo grupo e traz Imhotep de volta vida, ele ressurge cheio de ódio e só pensa em reencontrar sua amada e destruir todos que cruzem o seu caminho, trazendo consigo as dez pragas do Egito.

Lançado em 1999,esse filme é considerado um remake,embora os filmes anteriores sejam mais voltados ao suspense.A primeira produção com esse personagem data da época do cinema mudo.Em 1912, uma produção, mais voltada para a comédia, trouxe a medonha criatura aos cinemas. Mas o grande clássico com ela é uma produção de 1932, estrelada pelo lendário Boris Karloff,famoso até hoje por sua interpretação do Monstro de Frankenstein, (consulte a respeito do personagem na coluna dos Grandes Personagens). Mais de duas décadas depois, a múmia voltou à cena numa produção estrelada também por outro mítico ator, o Christopher Lee.

No início dos anos 90,o produtor  James Jacks tinha a intenção de fazer uma releitura com o personagem, trazendo a história para aquela década. O conhecido Universal Studios bancaria a obra,contanto que fosse um filme de baixo orçamento, com teto de 10 milhões de dólares. Ideias começaram a surgir e vários nomes conhecidos começaram a ser ligados para a possibilidade de dirigir.Entre eles,Clive Barker, o famoso George Romero, mais conhecido como "o pai dos zumbis no cinema", o Joe Dante, o Mick Garris,e por último,o Wes Craven, criador do Freddy Krueger e da franquia Pânico.

As ideias que grande parte dos envolvidos sugeriam, era de uma história de terror realmente, não com o tom aventureiro e recheado de humor como viria a ser. Mas nenhum dos nomes cogitados emplacaram na produção.Enfim surgiu o cineasta Stephen Summers. Ele conhecia o filme de 1932 e decidiu manter alguns elementos daquela obra, como o nome da criatura, Imhotep, mas seu filme seria mais voltado, como dito, para o clima de aventura, caça ao tesouro e de quebra, um antagonista de origem sobrenatural. Sommers escreveu também o roteiro, e os chefões da Universal gostaram tanto,que inflaram o orçamento para 80 milhões.

Há quem diga que na verdade, A Múmia é um genérico do famoso Indiana Jones, por reunir muito dos elementos que fizeram aquela franquia e o personagem, um dos maiores do cinema. Temos a busca por um tesouro lendário em algum lugar do mundo,armadilhas mortais, insetos belicosos, cenários bucólicos e muita ação. Mas o simpático Rick O'Connel passa distante mesmo do mítico Indiana. Da mesma forma,o dr. Jones não enfrenta inimigos sobrenaturais.

As filmagens ocorreram em Marrocos,no deserto do Saara e no Reino Unido. O filme tem seus pontos positivos, mas antes de os enfocar, é bom comentar a respeito dos negativos. Os efeitos especiais foram feitos pela empresa do criador do Indiana Jones,a Industrial Light e Magic, do George Lucas. Não faltam efeitos nesse filme.Tanto que acabam se tornando um dos pontos fracos da produção. Hoje em dia, para economizar, o pessoal recorre a criar cenários através do Chroma Key, uma tela verde onde os atores atuam,e onde depois são inseridos os efeitos que criam cenários,entre outras coisas. Na cena de abertura, todo o Antigo Egito é recriado através desse recurso e a cena se torna bastante artificial. Outro ponto questionável é a aparência da Múmia,que é interpretada pelo ator Arnold Vosloo. Se num passado distante iriam colocar quilos de maquiagem ou próteses nele,para viver a criatura,a opção foi utilizar a técnica de captura de movimentos,afim de replicar a forma de andar do monstro.Em seguida veio uma combinação de live action e computação gráfica e por fim, próteses de maquiagem e peças digitais no rosto de Vosloo.Colocavam umas "luzinhas vermelhas"rastreando todo o rosto para que pudessem mapear nos efeitos especiais. O resultado disso tudo,é uma criatura extremamente artificial,que não impressiona nem causa espanto algum no espectador.

Outra coisa questionável do roteiro, é misturar mitologia egípcia com relatos bíblicos, no caso, as famosas "10 pragas do Egito", descritas na passagem de Moisés no Velho Testamento. Quem assistiu a famosa novela da Record sabe do que estou falando. Mas tirando esses detalhes, pois afinal, é muito difícil chegar na perfeição,os demais elementos não produzem críticas. A começar pelo elenco escalado pelo Sommers. 


O protagonista é o hoje considerado ex-astro hollywoodiano, Brendan Fraser. Longe de ser um grande ator, Fraser se sai bem interpretando o Rick. Tem carisma e diverte com sua canastrice e suas caretas. A agora oscarizada Rachel Weisz, vive a inteligente mas atrapalhada Evelyn, interesse romântico do Rick. Ela tem uma enorme química com o Brendan e a dupla convence como um casal. E o humor do filme  fica por conta de dois personagens: o primeiro é o malandro Jonathan, vivido por John Hannah, tremendo vigarista e aproveitador, sempre sonhando em ficar rico. O segundo é o covardão Beni Gabor, interpretado por Kevin J O'Connor.  Ex-companheiro de Rick, ele está do lado de quem lhe pagar melhor,e acaba tendo de servir ao temível Imhotep. Juntos,esses dois garantem todo o humor e a graça do filme. 


Já a múmia, como dito, é vivida pelo ator Arnold Vosloo, que passa a maior parte do filme,escondido sobre os efeitos digitais. Seu objetivo,além de dominar o mundo, é ressuscitar também a sua amada Anck Su Namun. E completando o elenco central, temos o protetor de Hamunaptra,Ardeth Bay, vivido por Oded Fehr.

Na parte técnica,temos como destaque toda a cenografia das ruínas de Hamunaptra e a tumba subterrânea onde se esconde o tesouro do Faraó. As sequências de ação à la Indiana Jones, se não são comparáveis ou superiores às vividas pelo famoso arqueólogo, (consulte a trajetória do Indiana na coluna dos Grandes Personagens), cumprem sua função de divertir e fazer a história fluir. Ainda tem uns raros e rápidos momentos de suspense, que só servem para causar aqueles sustinhos desnecessários. Tem também seus momentos clichês e a forçada em querer impregnar humor a todo instante, nem sempre funcionando, mas não chega a comprometer. E se os efeitos em dados momentos, não ajudam muito, em outros, eles colaboram bastante. A fotografia acerta tanto no momento em que o filme exige um tom mais sombrio, como nos planos que enfocam o deserto. E a trilha sonora, criada pelo conhecidíssimo Jerry Goldsmith,também é muito boa.

O resultado final foi que, na falta do Indiana Jones, em parte essa produção matava um pouco da saudade do personagem e conseguiu divertir. Tanto que foi um grande sucesso comercial, com uma arrecadação de mais de 415 milhões,tornando-se um bom blockbuster da época. A crítica dividiu-se entre os pontos positivos e negativos. Mas o sucesso foi tanto que gerou como dito,uma franquia.Vieram pelo menos duas sequências: O Retorno da Múmia e A Múmia 3, além de uma série animada, reunindo os mesmos personagens e dois spin off com O Escorpião Rei,que surgiu no Retorno da Múmia. Também rendeu duas adaptações de games.


Mas nenhumas das sequências conseguiram ser divertidas ou superiores quanto o filme original.Tanto que até hoje,é o filme mais reprisado, principalmente nos canais a cabo.E sempre encontra audiência.


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