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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Tudo o que ainda não escrevi - Abstracções da leitura

Abstracções da leitura

Tão insolentes são os corpos amorfos que me desejam,
E a vontade de teus beijos,
Noite, essa por onde vagueiam uivando!

Tão dormentes os pensamentos que vos trouxeram
E a dor dos meus sentimentos
As palavras que desdenham, o dia com esperança!

Tão sem futuro os sonhos nus caídos no leito
O prazer sonhado, gemido no quarto
Apenas finjo, um prazer que não tenho para dar!

Tão viçosas as vestes da Primavera, o cheiro, odor
Paixão pela qual me entrego as palavras
Roubadas a um qualquer poeta pela mente de quem lê!

Tão calmo o mar, nas correntes veraneias onde repousas
Construindo castelos na areia, sonhas família
No doce canto arrebatador da sereia!

Alberto Cuddel®
08 de Maio de 2016
In: Tudo o que ainda não escrevi - 31






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