sempre mar…
O mar que te nasce
no olhar,
A cadência das ondas
no cantar,
Na frescura e sal no
corpo o sabor,
O mar que tanto os
atrai, não por paixão
Por um qualquer
encanto ou devoção
Mas como a ti
mulher, apenas por amor!
Nas ondas dos dias
que correm
Perdem-se distantes
nas madrugadas
Homens, lutadores, e
pescadores
Chorando em terra as
mulheres enlutadas
Nas marés, sobe de
raiva irada
Barco perdido vento
que deriva,
Deixa-os sem rumo,
em terra cativa,
Olham o mar, as
ondas, choram sobre nada
Manhã, neblina
longínqua que se insurge
Primeiro clarão
anuncia o que, agora, urge
O toque na areia ao
coração a bonança
Barco a praia
retorna devolvida a esperança
Mar dourado, azul
espraiado ao luar,
Em murmúrios
flamejantes
Visto-me das
estrelas-do-mar
Despindo os
supérfluos da terra
Sou mar ardente, sou
vida, sou gente
Levado pela lua, não
sou inquieto
Mas em mim bem
diferente,
Sou rima, sou prosa
sou verso
Sou mar extenso,
benigno, universo
Sou casa, sou lar,
sou alimento
Sou abrigo, calma,
revolto tormento,
Magia da dança,
fado, cantar,
Sou tudo, sou nada,
sou água, sou mar!
Alberto Cuddel
14/08/2016
20:17
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