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domingo, 12 de junho de 2016

KG Kati - BRÍZIDA - CAPÍTULO VIII


Querido leitor.

Com essa postagem, volto a mencionar o importante projeto (para mim) que estou tentando fazer dentro do prazo. Até o final do mês de outubro, encerrando-o exatamente no dia das bruxas. Lembra desse projeto? A história de Brízida, uma bruxa do século XVIII que assombra uma cidadezinha no interior da Pensilvânia. Vem comigo no desenrolar dessa história!
BRÍZIDA - A SAGA DE UMA BRUXA
CAPÍTULO VIII
 

O dia amanheceu e Anton abriu os olhos, procurando por Brízida. Estava sozinho no quarto. Teria sido um sonho? O dia e a noite que haviam passado juntos teria sido uma ilusão sua? Momentos difusos e extasiantes passavam pela sua mente, confundindo suas emoções. Não sabia se o desejo de ter Brízida junto a si o havia feito sonhar com ela ou se o encontro realmente acontecera. Mas o sorriso em seus lábios permaneceu iluminando seu rosto com as lembranças.
 
Levantou-se da cama e foi para o banho. Debaixo do chuveiro, repassou na memória o que tinha acontecido no dia anterior. Não podia ser sonho, o seu cheiro, a sua pele, o seu gosto havia sido bem real! Mas não se lembrava de ter adormecido, nem de ter passado a noite com ela.
 
Muitas coisas passaram pelos pensamentos de Anton. Teria sido drogado? Pensou se tinha bebido alguma coisa durante o encontro, mas, inacreditavelmente, não lembrava nada a não serem os beijos, o cheiro e os cabelos de Brízida passeando pelo seu corpo.
 

Depois do banho, vestiu-se e desceu para tomar café com Donanda.
 
- Anton, eu pensei que você estivesse fora da cidade, não o vi ontem à noite! - Donanda encheu a xícara de café com leite e a ofereceu ao rapaz, que a pegou e sorveu o líquido quente.
 
- Eu estava no quarto, Donanda, tendo um dos sonhos mais bonitos de toda a minha vida. Diga-me, senhora, viu alguém sair da pensão hoje de manhã? Algum ruído, alguma voz diferente pelos corredores?
 
- Não, querido. É a segunda vez que me pergunta isso, o que acontece, Anton? 

- Nada, não, só força de hábito. Nada com que tenha que se preocupar. - Anton comeu um pedaço de pão com geleia e terminou seu café.  Beijou Donanda no rosto e sentiu outra vez o cheiro tão familiar de flores por perto. Aproximou-se da velha senhora para sentir mais de perto e percebeu que não era dela que provinha o perfume. Ele estava no ar, nas lembranças e no coração de Anton.

Invisível, Brízida acompanhou cada passo de Anton, cada sorriso, cada pensamento. Ela alegrou-se quando sentiu na própria pele lembranças da noite anterior, lendo a sua mente. Assim como Anton, Brízida também gravara em seu corpo e coração o cheiro e a maciez dos corpos unidos num amor cada vez mais forte.
 
Sorrindo, ela permaneceu bem próxima de Anton, quase o tocando para sentir o seu cheiro, enquanto ele revivia a noite que haviam passado juntos, mesmo sem ter certeza. Lembrou-se de quando usou o feitiço do esquecimento em Anton, pela manhã, com um movimento circular, liberando o pozinho pela ponta dos dedos no rosto do rapaz. Era melhor assim, sem que ele lembrasse totalmente do que havia acontecido, para o seu próprio bem e segurança.
 
Depois de satisfeita com o que viu nele, no que demonstrou sentir por ela, Brízida, levitando e invisível, partiu em direção à sua casa na floresta. Imaginou por que não o fizera esquecer totalmente o que passaram juntos, já sabendo a resposta. Queria que ele a amasse como ela já o amava. E o que mais a surpreendia era que nunca havia usado nele o feitiço do amor. E que jamais conseguiria esquecer-se da mais linda noite de sua vida. 


Já no escritório da Prefeitura de Saint Louis, naquela manhã de sexta-feira, Anton procurou pelo prefeito Rivers. Queria saber das novidades sobre o HALLOWEEN. Afinal, faltavam apenas três meses para a festa e os shows.
 
- Sr prefeito, o que temos de novidades? Alguma notícia do banqueiro Jeff?
 
- Recebi um telegrama hoje, Anton.  Nele dizia que Jeff Hoffman chegará à cidade no final do mês de setembro. Por volta do dia vinte e dois. Menciona também que o quarto onde ele estará hospedado deverá ter lugar para duas pessoas. Seu filho também virá para visitar Saint Louis. Avise Donanda para reservar um quarto com duas camas, faz favor, meu rapaz?
 
- Sim, claro, sem problemas, prefeito Adams. Avisarei ainda hoje.
 
- Está bem. O filho de Jeff trabalha com ele no banco, certamente quer estar presente para tomar conta dos negócios da família. Seu nome é Olivier. É ainda um rapaz, tem apenas vinte anos. Formado na capital, é excelente administrador, conforme as notas que vieram sobre ele no telegrama. Vamos tratá-los muito bem e teremos uma boa ajuda para a cidade.
 
- Sim, senhor Adams. Se me permite, darei uma volta aos arredores de Saint Louis para ver se está tudo em ordem na cidade.
 
- Claro Anton. Fique à vontade.


Já de volta às ruas da cidade, Anton não pode deixar de passar os olhos ao longo das vielas para ver se tinha algum sinal de Brízida. 
Não podia acreditar que a noite passada fora um sonho. Pareceu bem real, ainda sentia as mãos e o corpo dela passeando pelo seu. Por que não conseguia se lembrar como tudo terminara? Como ela saiu do seu quarto? Quando? Para onde fora? Só podia pensar que a desejava junto a si e que queria respostas. Muitas respostas aos fatos e aos seus sentimentos. Soube que procuraria por ambos. Procuraria por Brízida, aonde quer que ela fosse. 



Andou sem rumo até se decidir, sem saber que tomava a decisão certa. Começou a procurar por pistas naquela velha casa onde havia falado com ela pela primeira vez. Chegando lá, a velha casa abandonada parecia ainda mais sombria e misteriosa, suas pareces pareciam ter vida, pareciam se movimentar diante dos olhos de Anton. Pensou em recuar, mas não conseguiu. Sua curiosidade era mais forte. 

Passou pelas cercas mal feitas e entrou no terreno mal cuidado. As árvores balançaram furiosamente, o vento pareceu ficar mais forte, assoviando e fazendo os ossos de Anton gelar, enquanto se movimentava devagar, cautelosamente.
 
Chegou à porta da frente da casa e a abriu, girando a maçaneta com cuidado. Espiou o seu interior.  Nada lá dentro, somente teias de aranha e poeira. Em alguns passos, Anton entrou na escuridão e andou até a janela mais próxima, localizada ao lado direito da entrada. Num empurrão, abriu-a e o sol entrou iluminando os móveis cobertos por panos sujos. 
 
Olhou em volta, examinando o ambiente. Mesmo sem ter nada muito suspeito aos seus olhos, Anton sentiu que havia alguma coisa errada acontecendo. Apesar da aparência da casa, mal cuidada e suja, Anton podia sentir que ela havia sido invadida alguns dias antes da sua visita. Examinando melhor o local, pode ver pegadas na poeira espalhada pelo chão. Podiam ser vistas as cadeiras caídas e teias de aranha provavelmente destruídas por mãos humanas, enchendo os espaços vazios da casa.
 
Então, Anton soube.
 
Brízida estava envolta em mais mistérios do que podia imaginar. E estava disposto a desvendar todos eles, ajudando-a no que fosse preciso.

Tenha uma ótima semana e fique com Deus.

Beijos meus.
Katia Gobbi (KG Kati)

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