Choram… mas não calam
Sussurram dormentes os sinos,
Chorando, dobrando clamam,
Aplacam a dor sentida, vazios,
Gemendo, como quem chama!
Triste vaidade, lágrimas caídas,
Tantas verdade, outras fingidas,
Dormentes clamam, tristes caídos,
Nem aves, nem cães, gatos ouvidos!
Pesar, amargo pesar, tanto a escrever,
Tantas rimas ocultas, tanto a dizer,
No fim, apenas assim, um vazio, nada!
Levas contigo a voz, o deixas escrito
Morre o poeta, pensamento prescrito
Voz de um povo que já não se cala!
Alberto Cuddel
In: Os dias do Fim XXIV
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