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terça-feira, 5 de abril de 2016

Alberto Cuddel - Os dias do Fim XXIV

 
 
 


Choram… mas não calam

Sussurram dormentes os sinos,
Chorando, dobrando clamam,
Aplacam a dor sentida, vazios,
Gemendo, como quem chama!

Triste vaidade, lágrimas caídas,
Tantas verdade, outras fingidas,
Dormentes clamam, tristes caídos,
Nem aves, nem cães, gatos ouvidos!

Pesar, amargo pesar, tanto a escrever,
Tantas rimas ocultas, tanto a dizer,
No fim, apenas assim, um vazio, nada!

Levas contigo a voz, o deixas escrito
Morre o poeta, pensamento prescrito
Voz de um povo que já não se cala!

Alberto Cuddel
In: Os dias do Fim XXIV
 

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