Apenas sentado..
Sentado na solta
areia da vida
olho ao longe o mar
da solidão
pescadores
ardilosos, redes na mão
lançam, recolhem,
voltam a lançar
hábeis manejadores
de teias, iscos
prendem a eles
encoutas sereias
surdos ao seu canto,
na escuridão
envolvem, seduzem,
jardins floridos
belos, mentirosos,
flores de plástico
nem erva nasce em
terra árida, seca
usam-nas nos seus
prazerosos desejos
ardil montado,
promessas de beijos,
quando saciados, é
vê-los, em fuga
deixando ao
abandono, esfarrapadas
almas inertes,
devastadas,
secando ao sol, de
um negro inverno
chorando a desgraça
do inferno
com que alegria da
vida as deserdou!
E eu?
sentado na solta
areia da vida
cantando em fado, a
desgraça
de uma qualquer vida
sem graça,
vida que a abandonou
na partida!
Alberto Cuddel®
In: Os dias do Fim
E eu?
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