…sou convencia, sou ciumenta? Como posso
não ser?
… Deus não me brindou com o teu dom, esse
em que brincas com palavras, mas concedeu-me a mim a melhor parte, a de ser
agraciada e musa do teu ser, a de ser escrita e descrita milhares de vezes em
ti, de ser fonte, de ser sede, de ser alimento e fome ao mesmo tempo. Posso
muitas vezes não te demonstrar, mas amo até à exaustão o que escreves, como
escreves, como me inscreves nos textos, como nos retratas na fidelidade das
palavras.
…mas confesso-me, arder em ciúme nos
comentários, nas palavras que outras que te leem comentam, numa mistura atroz
do que sinto, orgulhosamente amada por ti, escrita e reescrita vezes sem fim
nas tuas palavras, e ao mesmo tempo, medo, da ilusão do brilho do teu olhar, na
tua doce modéstia mesmo sabendo que és maravilhosamente bom no que escreves.
…quantas vezes ao rever os teus textos me
deixo voar, sonho ser a musa que na realidade sou, desculpa-me por muitas vezes
duvidar que realmente sou, que escreves por e para mim. Deus desculpar-me-á mas
orgulho-me de ser amada e escolhida por ti todos os dias.
… ser em ti, escolher amar-te sabendo-me
amada é uma surpresa constante, é essa tua teia que me eleva a cada dia,
lembro-me : “Não sei se um dia terei tempo para te amar para sempre, talvez
dure apenas o suficiente para te amar hoje, e hoje como prova do amor que
sinto, gritei o quanto te amava à pobre florista adormecida, para
apenas te puder surpreender.” Coitada, não a acordes… mas sabe tão bem
ser surpreendia…
… tenho ciúmes? Claro que sim… como não
ter…
A cada dia escolho amar-te mais e mais
também em mim, por que em mim te amas….
M. Irene Cuddel®
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