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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Resenha Cinéfila - Filmes Inesquecíveis do Cinema - Um lugar chamado Notting Hill

                               
Ficha Técnica
Direção - Roger Michell
Produção - Duncan Kenworthy
Roteiro - Richard Curtis
Gênero - comédia romântica
Música - Trevor Jones
Cinematografia - Michael Coulter
Edição - Nick Moore
Companhia produtora - Working Title Films
Distribuição - Universal Pictures
Lançamento -Estados Unidos 13 de maio de 1999 (premiere)
Reino Unido - 21 de maio de 1999
Brasil - 30 de julho de 1999
Idioma - inglês
Orçamento - US$ 43 milhões
Receita - US$ 363,889,700

Elenco

Julia Roberts - Anna Scott
Hugh Grant - William Thacker
Richard McCabe - Tony
Rhys Ifans - Spike
James Dreyfuss - Martin
Dylan Moran - Rufus
Alec Baldwin - Jeff King
Tim McInnerny - Max
Gina McKee - Bella
Emma Chambers - Honey
Hugh Bonneville - Bernie
Roger Frost - Freguês
Lorelei King - Publicitária de Anna Scott
Matthew Modine - Ator

Sinopse
Bonita e talentosa, a estrela de Hollywood Anna Scott (Julia Roberts) é o centro das atenções por onde passa, e suas fotos estão estampadas em revistas, jornais e outdoors. Mas sua vida afetiva está longe de ser um sucesso. No entanto, durante uma temporada na Inglaterra, ela conhece o tímido William Thacker (Hugh Grant), dono de uma pequena livraria em Notting Hill. Graças a um incidente, eles ficam amigos e se apaixonam. Mas a atribulada carreira da atriz e o assédio da imprensa, além é claro de seu namorado, parecem ser obstáculos intransponíveis para que essa história de amor tenha um final feliz.


Comentários

A maioria das comédias românticas tendem a seguir um script definido, e esse filme aqui não foge à regra. O filme reúne uma série de clichês do gênero e a sensação de de já vu em certos momentos é inevitável. Mesmo assim, Notting Hill tornou-se uma das produções mais bem sucedidas do final dos anos 90 e basta assistir e saber o porquê.

Ficção e realidade de certa forma andam de mãos dadas no roteiro,criado por um dos mais bem sucedidos roteiristas desse gênero, o Richard Curtis. Anna Scott, personagem da mega estrela Julia Roberts, é a atriz sensação do momento. Famosíssima, capa de revista, sempre cotada a premiações por seu trabalho e dona de um cachê milionário, ao mesmo tempo é vítima dos tabloides e da mídia sensacionalista, que não perdoa um único deslize da estrela. Tal qual a intérprete, que segundo contam, embolsou 15 milhões para estrelar esse filme e sofreu horrores com esses pontos negativos. Do outro lado conhecemos o livreiro Willian Thacker, rapaz que leva uma vida simples e comum, divide a casa com um sujeito amalucado, a vida sentimental é um desastre e se consola ao lados dos amigos e da irmã excêntrica.

Talvez o atrativo maior dessa louca história de amor sejam as impossibilidades, de pessoas de mundos tão diferentes se apaixonarem e se adaptarem às vidas um do outro. Curtis ao final da obra toca nesse ponto com extrema sutileza, nas cenas em que ambos os personagens ingressam esses mundos. O assustado Willian acompanha a estrela na estreia de algum filme seu e mais adiante, ela desfruta da companhia do amado num banquinho de praça,deitada em seu colo. Obviamente,por um acaso os dois se conhecem,se apaixonam, mas o pobre Willian é quem mais sofre, por conta da rotina intensa de seu afeto e as idas e vindas. Torna-se impossível ignorar ou não torcer pelo personagem do Hugh Grant, que diga-se de passagem,é o rei desse gênero. Mas se existe uma ressalva, é que a maioria dos seus personagens são parecidos com esse aqui, um sujeito tímido, atrapalhado e bobalhão. Porém, ele é tão cativante e tão gente boa, que passamos a sofrer com suas decepções e sua busca sem sucesso pelo amor. E torcemos para eles finalmente se acertarem. Vale destacar a cena que mostra a passagem do tempo, enquanto vemos um Willian triste e cabisbaixo e as estações do ano vão passando. Amar não é tão simples assim...

Já a Julia também desperta a nossa simpatia, (ou antipatia em certos momentos, pela forma como ela trata o pobre Thacker) e nos apresenta o outro lado da fama. Como sua personagem define,tudo aquilo são somente aparências,por trás das mega celebridades estão pessoas comuns, em busca dos prazeres simples da vida:uma caminhada pelo parque, uma ida em busca de um bom livro ou encontrar o amor de sua vida. A sequência em que ela declama, “Eu sou apenas uma garota parada em frente a um homem, pedindo a ele que a ame”, é de derreter o coração.

O roteiro, embora como dito,com uma alta dose de clichê e certas situações parecidas ao que já vimos em outras obras, é cativante,conta com ótimos diálogos e ao mesmo tempo apresenta o lado obscuro e negativo de ser famoso demais. Também dosa competentemente o humor com o romance e com boas piadas. O alívio cômico é protagonizado pelo personagem do Rhys Ifans, destaque entre os coadjuvantes.

As filmagens ocorreram no bairro de Notting Hill,em Londres. O filme fez tanto sucesso que, segundo contam, a casa de porta azul do personagem do Hugh, pertencia na realidade ao roteirista Richard Curtis. Após o sucesso do filme, o lugar  era constantemente visitado. Todos queriam conhecer o local onde os personagens interagem boa parte do filme. Os moradores novos tiveram até que retirar a porta e a enviaram para um leilão de artefatos de cinema, para ter um pouco de sossego. Em relação à direção, existem momentos em que a obra se alterna em sequências um tanto lentas, outras mais frenéticas, mas nada que comprometa.

Vale destacar a trilha sonora belíssima, com menção honrosa para a canção "She", de Elvis Costello,que embala os momentos iniciais e finais. Vale também confirmar um fato que dispensa comentários:o sorriso da Julia é um dos mais belos do cinema. As sequências finais, em que ela e o Hugh finalmente se acertam, durante a coletiva de imprensa, é um dos momentos mais memoráveis desse gênero. A troca de olhares entre os personagens,o sorriso cativante da atriz e o olhar incrédulo do Willian marcam com chave de ouro a trajetória de ambos.

Sucesso de crítica, o filme, que teve orçamento de 43 milhões, arrecadou mais de 363 milhões e até hoje é celebrado pelos fãs do gênero como uma das melhores comédias românticas dos últimos anos.

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