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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Resenha Cinéfila - Filmes Esquecíveis do Cinema - Somos Tão Jovens - 2013


Ficha Técnica

Título Original - Somos tão Jovens
Direção - Antonio Carlos da Fontoura
Produção - Letícia Fontoura
Produção executiva - Marcelo Torres
Roteiro - Marcos Bernstein
Gênero - Drama, Cinebiografia
Música -  Carlos Trilha
Supervisor técnico - Álvaro Almeida e Carlos Almeida
Direção de arte - Waldy Lopes
Direção de fotografia - Alexandre Ermel
Figurino - Verônica Julian
Edição - Dirceu Lustosa
Companhia produtora - Canto Claro Produções Artísticas
Distribuição - 20th Century Fox e Imagem Filmes
Lançamento - 3 de maio de 2013
Idioma - Português e Inglês
Orçamento - R$ 6.400.000
Receita - R$ 18.253.649

Elenco

Thiago Mendonça como Renato Russo
Laila Zaid como Ana Cláudia
Sandra Corveloni como Carminha
Marcos Breda como Dr. Renato
Bianca Comparato como Carmem Teresa
Bruno Torres como Fê Lemos
Daniel Passi como Flávio Lemos
Conrado Godoy como Marcelo Bonfá
Nicolau Villa-Lobos como Dado Villa-Lobos
Sérgio Dalcin como André Pretorius
Ibsen Perucci como Dinho Ouro Preto
Olivia Torres como Gabriela
Kotoe Karasawa como Suzy
Nathalia Lima Verde como Helena
Henrique Pires como Carlos Alberto
André de Carvalho como Tony
Vitor Bonfá como Loro Jones
Victor Carballar como Philippe Seabra
Kael Studart como Andi
Waldomiro Alves como Feijão
Leonardo Villas Braga como Hermano Viana
Edu Moraes como Herbert Viana
Natasha Stransky como Teresa
René Machado como Ico Ouro Preto
Daniel Granieri como Zeca

Sinopse

Obra cinebiográfica que reconstitui parte da trajetória de um dos maiores compositores/intérpretes da história da música nacional, o talentoso Renato Russo, cantor da banda de rock, Legião Urbana. O filme conta a história de Renato Manfredini Júnior, um garoto que depois de se mudar do Rio para Brasília em 1973, começou a sofrer de uma doença óssea rara, a epifisiólise, que o confinou à cadeira de rodas após uma cirurgia. Obrigado a ficar em casa e sendo tratado com morfina, o jovem começou a traçar seus planos de se tornar o maior roqueiro do Brasil, fundando, em 1979, a banda punk Aborto Elétrico, depois rompendo com o grupo para se tornar o "Trovador Solitário" e, mais tarde, criando a banda Legião Urbana.
Nossos Comentários

Se existe um compositor - intérprete entre os tantos que orgulhou e enriqueceu a musica nacional ao longo das décadas, que se foi e deixou uma saudade imensa, e um vazio no cenário musical do nosso país, esse se chama Renato Russo. O polêmico vocalista da consagrada Legião Urbana era considerado a voz da juventude. Compositor antenado com a realidade do país, os anseios e dificuldades da galera adolescente, carimbou a música brasileira com baladas, pop rock e românticas que se tornariam verdadeiros hinos ao longo das décadas. Falecido há quase vinte anos, ele ainda é uma figura cativante em nosso país, sua música continua encantando gerações, e reforça o seu talento, visto que grande parte de suas músicas de cunho político e reacionário, continuam atuais. Basta por exemplo escutar Que País é Esse. Gravada há 3 décadas, a letra da música é o retrato do país atualmente.

Renato angariou fãs nos quatro cantos do Brasil. Se sua história de vida é assim tão interessante para ganhar uma cinebiografia, fica difícil afirmar, mas visto a legião de fãs que ele formou, os produtores do nosso cinema decidiram apostar as fichas em uma obra que retratasse a vida do genial Renato. 

Inicialmente, a ideia era fazer um documentário. Em 1999, o produtor musical Luiz Fernando Borges chegou a apresentar o projeto para família de Renato, e todos autorizaram o desenvolvimento. Em 2005, foi divulgado que a ideia do documentário havia sido descartada e um longa-metragem estava sendo produzido, agora, sob comando da produtora de Antonio Fontoura, a Canto Claro Produções Artísticas. Em meados de 2009, parte do elenco foi confirmado e as filmagens iniciaram em 2011, em Brasília.

Um dos pedidos da mãe de Renato, foi que respeitasse a sua memória e não o retratasse como um roqueiro drogado e homosexual. O roteirista e o diretor então preferiram não polemizar e apresentar parte da juventude do ídolo, apresentando seus problemas de saúde na adolescência, o confinamento obrigatório durante sua recuperação e seus primeiros passos na música, mostrando suas influências e a formação da banda Aborto Elétrico, que depois culminaria nas bandas Legião e Capital Inicial. Essa falta de ousadia faz desse filme, uma obra morna e sem muitos atrativos, pois Renato abusava das drogas e do álcool e sua opção sexual todos sabiam qual era. O cineasta se abstém em polemizar e com isso o filme perde bastante.

Como dito, não se sabe se a trajetória de Renato foi assim tão interessante a ponto de se tornar filme. Como músico, ele foi um dos maiores de sua geração. No filme, o cantor é representado como um sujeito depressivo e problemático ao extremo, (quem conviveu com ele reforça essa opinião a respeito de sua personalidade).

Então, não há muito a ser apresentado ao seu respeito. O roteiro cria uma personagem fictícia, a Aninha, com uma intenção não definida. Qual a importância, numa cinebiografia, em retratar alguém que não existe e com nenhuma influência na vida da pessoa retratada? Os primeiros trinta minutos do filme não apresentam nada de interessante, o que segura mesmo o público, é o ator que interpreta o Renato, o Thiago Mendonça, que incorpora de forma satisfatória os trejeitos do músico e convence. A coisa dá uma melhorada de 5% no instante em que o personagem começa a ingressar na música, mesmo assim, nada de excepcional. Mas o fato é que boa parte da vida do Russo é totalmente ignorada e deixada de lado.

Os diálogos do filme são de uma chatice só. Eles ainda utilizam trocadilhos de letras das músicas da banda em boa parte do tempo, com a ideia de justificar que determinada canção veio inspirada em um certo momento ou situação vivida pelo intérprete. Ao menos eles enxertam a obra com personalidades que conviveram com Renato na vida real, como Fê Lemos, Herbert Vianna, Marcelo Bonfá e Dinho Ouro Preto. Ressaltando um fato, boa parte desses não tem importância alguma para a história do filme. só aparecem para encher linguiça. Mas uma das maiores queixas dos fãs foi não por não ter uma única menção ao Renato Rocha, ex-baixista do grupo, que participou dos primeiros LPs da banda, e os primeiros sucessos.

O filme também padece com o número de personagens desnecessários para um filme de curta duração, além de muitos acontecimentos. Muitos somem no decorrer, deixando um certo vácuo e uma falta de melhor estrutura narrativa. Os pais de Renato não tem importância alguma, surgem e desaparecem do nada. Certas situações acontecem tão rápido, que fica uma tremenda falta de lógica e explicação. Para completar, o final da obra é uma pasmaceira somente, quando menos esperamos, felizmente o filme termina.

Não existe um ponto positivo?

Sim, o elenco, mesmo com alguns personagens falhos, consegue segurar as pontas, e os fãs ainda são agraciados com algumas músicas da Legião. O filme teve uma boa bilheteria, apesar das falhas gravíssimas, em parte graças à mítica da personalidade retratada. No mais, entra com louvor para a Galeria dos Filmes Esquecíveis do Cinema.

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