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sábado, 22 de agosto de 2015

Resenha Cinéfila - Filmes Inesquecíveis do Cinema - O Pianista

Ficha Técnica
Lançamento: Estados Unidos 25 de dezembro de 2002
Direção e Produção: Roman Polanski
Roteiro: Ronald Harwood
Elenco: 
Adrien Brody .... Władysław Szpilman
Thomas Kretschmann .... Capitão Wilm Hosenfeld
Emilia Fox .... Dorota
Michał Żebrowski .... Jurek
Ed Stoppard .... Henryk
Maureen Lipman .... Mãe Szpilman
Frank Finlay .... Pai Szpilman
Jessica Kate Meyer .... Halina
Julia Rayner .... Regina
David Singer .... Hansell
Richard Ridings .... Sr. Lipa
Daniel Caltagirone .... Majorek
Valentine Pelka .... Marido de Dorota
Gênero: Drama Biográfico
Música: Wojciech Kilar - Frederic Chopin
Cinematografia: Paweł Edelman
Edição: Hervé de Luze
Distribuição: Focus Features
Idioma: Inglês - Alemão - Russo
Orçamento: US$ 35.000.000
Receita: US$ 120.072.577

Sinopse

A história verdadeira do músico Wladyslaw Szpilman,um pianista que trabalha na rádio de Varsóvia,que acaba sendo invadida pelos nazistas, em 1939. Logo, toda a população de judeus tem seus bens confiscados e é obrigada a se transferir para um gueto, passando por todo o tipo de humilhações e perseguições. Com o avanço da guerra, a população é transferida para um campo de concentração, mas Szpilman é salvo por um antigo amigo e passa a trabalhar forçadamente para os alemães. Sabendo que pode morrer a qualquer instante, ele foge do gueto e passa a viver escondido, tendo que conviver com o medo, a doença e a fome, até que um dia a guerra termine.
Comentários

Os filmes e documentários que retratam o drama vivido pelo povo judeu na 2ª Guerra Mundial, existem aos montes. Sempre será uma fonte para as produções destinadas ao cinema e tv. Uma das produções mais importantes, senão a maior de todas, ganhou o mundo e deixou os espectadores perplexos em 1993, quando o aclamado Steven Spielberg dirigiu A Lista de Schindler, (detalhes nessa mesma coluna, basta clicar nos marcadores e procurar as postagens antigas), tido até hoje como o filme que melhor reconstituiu o holocausto nazista. Quase 10 anos depois, foi a vez de um outro diretor comover a todos, apresentando essa obra aqui,que conta a incrível história verídica do polonês Wladyslaw Szpilman,um pianista que conseguiu sobreviver a todas as provações possíveis que um ser humano suportaria. Mais que comover, esse filme demonstra e enaltece o espírito de sobrevivência do ser humano.
O diretor Roman Polanski é uma figura controversa e polêmica. Mas,acima disso,é um dos maiores diretores de todos os tempos,com obras no currículo que dispensam apresentações a qualquer cinéfilo. O amante de cinema, por mais jovem que seja,tem a obrigação ao menos  uma vez na vida, de assistir um filme dirigido por ele. Exatamente uma década antes dessa obra,por ironia,Spielberg ofereceu a ele o projeto de A Lista de Schindler. A história do holocausto nazista se confunde com a própria vida do Roman, pois ele era um garoto quando os alemães ocuparam a Cracóvia,país para onde seus país se mudaram,acreditando estar livres da perseguição imposta por Hitler. Não demorou para o país ser também invadido e Roman, com menos de 10 anos, e tal qual o personagem-central de sua obra,vivenciar as mesmas coisas: seus pais foram enviados para campos de concentração e sua mãe morreu em Auschwitz. O garoto depois conseguiu deixar o gueto e perambulou como mendigo, tendo de conviver com a fome e a perseguição dos nazistas. Muitas vezes, segundo ele contou, fugia em disparada dos alemães que atiravam contra ele,brincando de tiro ao alvo. Com o fim da guerra, ele finalmente reencontrou seu pai, que conseguira sobreviver aos campos da morte. Mas Ronan disse não ao convite do amigo Spielberg, e o próprio decidiu comandar o projeto, que se tornaria o mais famoso de sua carreira.
Assim como Polanski, o personagem no qual se baseia essa obra, Wladyslaw Szpilman, sobreviveu aos 6 anos de ocupação de seu país, passando por todas as mais difíceis atribulações imaginadas. Com o fim do conflito, o músico escreveu suas memórias e relatou todo o horror que ele presenciou. Publicado na Polônia, recebeu o título de  Morte de Uma Cidade, mas o livro foi proibido de ser comercializado pelas autoridades comunistas. 50 anos depois, já em 1998, o livro finalmente foi traduzido para o inglês e outras línguas,com o título O Pianista, recebendo reconhecimento mundial.
Os produtores se interessaram pela história comovente do músico e decidiram adaptar a obra. Polanski se identificou com a história, e precisando exorcizar seus fantasmas, aceitou o projeto de dirigir. Para o papel central,após testarem nada menos que 1400 atores, o diretor resolveu convidar o ator Adrien Brody,acreditando que ele seria ideal para o papel. Roman não se enganou, pois o Adrien simplesmente se transforma na pele do sofrido Szpilman.
Ele traduz com perfeição todas as agruras e sofrimentos do personagem, seja na caracterização e nas tribulações físicas, seja no olhar.Brody, que já era bastante magro, perdeu ate 14 kg pra vivenciar o personagem nos momentos mais difíceis enfrentados por ele.Grande parte do sucesso dessa obra se deve a sua fenomenal performance,que merecidamente, lhe rendeu o Oscar de melhor ator
Um dos grandes destaques da obra é a direção de arte e as locações. O Gueto de Varsóvia e a cidade ao redor foram recriados em Babelsberg como eles seriam durante a guerra. Antigos quartéis soviéticos foram usados para recriar a cidade em ruínas. Em 2 de março de 2001 as filmagens foram para um hospital militar soviético abandonado em Beelitz, na Alemanha. Em 15 de março as filmagens dentro do estúdio começaram. A primeira cena filmada foi a que Szpilman presencia a resistência dos judeus do gueto atacando os alemães. A cena foi complexa para ser filmada devido aos inúmeros dublês e explosões. As filmagens no estúdio terminaram em 26 de março e foram para Varsóvia em 29 de março. O bairro de Praga, na capital polonesa, foi escolhido para as filmagens devido a abundância de prédios originais. O departamento de arte recriou propagandas e cartazes originais da época que foram colocados nos prédios.
Destaque para a fotografia, que concede um clima soturno,tal qual a obra pede.O filme conta com momentos e cenas extremamente marcantes e duros de se assistir,algo comum,se tratando de um filme cujo tema foi um dos momentos mais duros vividos pela humanidade.Roman não economiza em mostrar a ida dos judeus ao gueto,os abusos,as humilhações e os crimes praticados pelos nazistas, a caminhada ao trem que os levará aos campos da morte e todo o padecimento do personagem,que aos poucos é privado de tudo:sua dignidade,elegância,profissão e família.Mais que isso,ele se transforma numa testemunha ocular de momentos marcantes da ocupação nazista em sua cidade,como a construção do gueto e a resistência por parte dos moradores,que resultou num dos momentos mais brutais da história dessa ocupação.
Ao mesmo tempo,existem cenas extremamente comoventes. Do contraste entre o seu delicado talento artístico e a brutalidade da guerra, surgem as passagem mais emocionantes. Dentre elas, a mais bela e emblemática é aquela em que Szpilman, mantido isolado em um apartamento deserto, apenas simula tocar um piano, uma vez que qualquer barulho acabará com a sua "camuflagem".A sua luta em sobreviver a fome e a doença é de doer no coração.Mas nada se compara ao momento em que,finalmente descoberto por um oficial alemão,já no ápice de suas tribulações,o personagem executa no piano a balada em Sol menor,de Chopin.Trata-se de um dos momentos mais ternos e ao mesmo tempo,tristes da história do cinema recente.Emoldurada pela fotografia excepcional,a cena é emblemática.
O filme colheu os louros pelos seus méritos. Conquistou e comoveu o mundo e recebeu prêmios importantes do meio artístico: 3 Oscars, por melhor diretor, ator para o Brody e roteiro adaptado, a Palma de Cannes concedeu 4 premiações, além das já citadas,também de melhor filme,o César concedeu 2 prêmios,de melhor fotografia e som e o Bafta concedeu de Melhor filme e diretor.
É merecidamente,talvez o melhor filme do Polanski.Isso numa carreira repleta de obras-primas.Em termos de importância, essa obra só perde para A Lista de Schindler, mas num top 10 do gênero, fica facilmente em segundo lugar.

Um comentário :

  1. Adorei este filme!!!!
    Realmente, indico.
    A fotografia é um dos pontos fortes.
    O Enredo é emocionante!!!

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