É com um enorme orgulho que partilho convosco a capa da Coletânea de Textos " Quando O amor é cego" da Papel de Arroz Editora, que inclui um dos meus textos refletivos, que abaixo transcrevo! Tem o lançamento previsto para Setembro de 2015. Sitio da Editora Clicar na imagem!
“Quando o amor é cego…”
Hoje durante o trabalho, numa das pausas em que retiramos os olhos dos monitores, e durante uma conversa com uns colegas, homens, só trabalhamos homens neste local de trabalho, um deles perguntou-me algo que me inquietou:
“Não sei como aguentas, 20 e tal anos sempre com a mesma mulher?”
Esta pergunta deixou-me a pensar, sim como aguento? Provavelmente a resposta é mais simples do que possa parecer, ou não será?
Quase 21 anos, estarei cego de amor, terei eu adquirido a incapacidade de ver, será que o investimento numa relação, numa vida, é apenas uma decisão racional pela falta de visão? Ou pelo contrario por melhor ver? Será que a cegueira é apenas a tudo o que está fora e que corrói e destrói o amor? Sim talvez seja isso…
Mas a pergunta inquietou-me verdadeiramente o espirito, por quê? Porque resulta, porque mesmo depois de 22 anos de relação nos continuamos Amar, porque investimos na decisão de nos amarmos a cada dia de novo… cegamente ao que nos destrói…
Pormenores, sim, pormenores: o saber o número que calça, o nº da sua roupa interior, como gosta das torradas, do tipo de flores a colocar no ramo, quando oferecer, os presentes de que gosta? O que gosta que lhe prepare, o olhar no calendário e saber quando é aquela altura do mês sem mesmo esperar o mau humor. Saber o que lhe dá prazer, como gosta, como chegar a ela! Para isso não preciso de ver, preciso sim de estar cego, as distracções mundanas que nos arrastam para uma falsa sensação de prazer e felicidade!
Cego para o exterior como posso pensar em outra? Mas será esse o motivo?
Não, não é esse o motivo, não é por dedicar tempo, a uma relação, é porque decidi ama-la cegamente, cada dia, conquista-la cada dia, é por definitivamente ama-la como é, porque haveria de trocar por um momento? Por um elevar do ego masculino?
Não eu amo-a, pelo menos por mais 22 anos!
E respondi: aguento? Não, como poderia aguentar algo que é um prazer, amo-a, foi a mulher que eu escolhi, e à qual disse sim!
“Quando o amor é(for) cego…”
Quando não olhar a cor da pele,
Ao género, idade, estrato ou papel,
Ao ser diferente, ao presente,
Ao passado, ao distante,
Ao pobre e necessitado,
Ao querer, ao egoísmo,
Religião, ao mal tratado,
Xenofobia ou racismo,
Quando finalmente o amor for cego,
Dado gratuitamente e pelo ego,
Ai sim, podemos abrir os olhos e ver,
Tudo quanto andamos a perder!
Alberto Cuddel
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Alberto Cuddel pseudónimo de António Alberto Teixeira de Sousa nascido a 14 de Janeiro de 1973, no concelho de Baião, na margem norte do rio Douro, cedo rumou ao litoral no concelho de Vila do Conde, estudou até ao 12º Ano. Casou em 1995 tem do ir residir para o concelho da Maia, local onde permaneceu até 2008. Rumou à área metropolitana de Lisboa, onde actualmente reside no concelho de Vila Franca de Xira.
Começou a escrever poesia em 1993 sem nunca ter editado qualquer obra, escreve essencialmente sobre o amor, as desilusões da vida, o quotidiano do sofrimento humano. Tem na sua cara metade a fonte da inspiração. Cada momento da vida é um poema, com toda a carga emocional que isso acarreta, mas não sabe viver de outra forma.
Participou com 5 poemas na edição da Antologia “Poetas d´hoje Vol II” do Grupo “Poesia da Beira Ria” ,
Coletânea " A lagoa e a Poesia" Com 6 Poemas,
"Som de Poetas" com 2 poemas da Papel de Arroz Editora com 2 poemas.
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Com participação em:
Muito lindo seu poemas palavras sábias,
ResponderExcluirCego para o exterior , com posso pensar em
outra.
Parabéns, Caro Amigo!
ResponderExcluirDeus nos presenteia das formas mais surpreendentes.
Eis cá que faço esta reflexão.
Quanto somos afortunados por tê-los aqui em nosso blog?
Não vou mensurar, seria injusto...
Apenas suponho que seja, como diz nosso grande poeta, Vinicius de Moraes, Infinito enquanto dure...
Carla