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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

DELÍRIOS DA LOBA

Hoje você vai ser minha presa
Não tenho pressa
Passo minhas mãos em seu rosto lentamente
Detenho-me em teus lábios calidamente
Os encontro entreabertos
Pelo desejo abertos
Você murmura palavras que meus ouvidos não entendem
Mas que os meus sentidos sentem
Deslizo minhas mãos por suas costas nuas
Ela se arrepia involuntariamente
Indecentemente
Cravo minhas unhas
Como vorazes cunhas
Mãos assanhadas
Nada acanhadas
Descem com prazer
Com você a gemer
Você geme baixinho
Eu retribuo mordendo suas orelhas
Tiro-te centelhas
Chego a teu peito másculo
Dou-te nele um ósculo
Novo suspiro
Isso me atiça, quero te arrancar sensações indescritíveis
 Desço  até suas pernas
Nelas me enlaço
Em um quente abraço
E você atônito
Me pedindo tudo
Ainda não é a hora
Você é todo meu agora
Sou a loba devoradora
Não te toco no meu paraíso
Ele será meu próximo lazer
Do meu doce prazer
Volto à sua boca carnuda
Encontro ela muda
Seus olhos brilham
Se excitam
Mordo sua língua
Deixo-te a míngua
Dedico-me a ela
É meu treino
Meu reino
Alterno-me com seu peito
E suspeito
Que essa jornada
Nada acanhada
Não terá fim
Quero-te assim
Você me agarra
Quer entrar nessa farra
Roçamo-nos loucamente
Delirantemente
Apaixonadamente
Você vem e me penetra
Me acerta
Me conduz
E seduz
Isso não vai ter fim
Amar-te assim
Vamos assim pela noite
Horas e horas de amor
Alucinante
Delirante
E nessa noite de prazer
Minhas mãos são os instrumentos
De nossos firmamentos
E meus lábios o caminho da minha sedução...

 
 
 
 
 
 
 

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