Resenha Cinéfila - Filmes Esquecíveis do Cinema - 007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro

Título no Brasil: 007: Contra o Homem com a Pistola de Ouro

Título Original: The Man with the Golden Gun

Ano de Lançamento: 1974

Gênero: Ação

País de Origem: Reino Unido

Duração: 125 minutos

Direção: Guy Hamilton

Estúdio/Distrib.: Fox Home Entertainment

Elenco:

Roger Moore - James Bond

Christopher Lee - Francisco Scaramanga

Britt Ekland -Mary Goodnight

Maud Adams - Andrea Anders

Hervé Villechaize - Nick Nack

Clifton James - Xerife J.W. Pepper

Bernard Lee - M

Lois Maxwell - Miss Moneypenny

Desmond Llewelyn - Q

Locais das filmagens:

Reino Unido - Estúdios da Pinewood.

Tailândia - Banguecoque

Hong Kong

Macau

Sinopse

007 está na mira implacável de Francisco Scaramanga. Considerado o maior assassino de aluguel do mundo,ele tornou-se conhecido por uma particularidade:eliminar seus oponentes utilizando uma arma de ouro que dispara projéteis também de ouro.Incentivado pelo diretor do MI-6 a sair de licença até ser esquecido pelo assassino,Bond decide inverter a caçada e ele mesmo parte no encalço do vilão,ao mesmo tempo em que decide concluir a missão de recuperar uma célula solex.

Comentários

Numa série formada por mais de 23 filmes,com uma nova produção sendo filmada nesse instante,que já atravessou 5 décadas, é normal vez ou outra ocorrerem alguns tropeços. A série do 007 não está livre desse fator,e uma das produções mais ignoradas pelos fãs ocorreu em 1974.

Sean Connery deixara a franquia pela segunda vez, no início dos anos 70, e em seu lugar os produtores escalaram o britânico Roger Moore, que já havia sido cogitado para o papel uma década antes.Após ser bem acolhido em seu filme de estréia, ele retornou ao agente secreto pela segunda vez,numa produção aquém dos padrões estabelecidos pelos produtores. O roteiro foi a adaptação do último romance escrito pelo criador do personagem,o Ian Fleming,e para a direção,foi mais uma vez chamado o veterano Guy Hamilton,responsável uma década atrás pelo mega sucesso 007 Contra Goldfinger.Seria o 4º e último filme do 007 a ser dirigido por ele.

Entre o elenco,o destaque seria o ator britânico Christopher Lee,famoso por aquele tempo,por interpretar o temível Conde Drácula nos cinemas.Uma curiosidade é que na vida real,ele era primo do Ian Fleming.O maior problema do filme foi o roteiro desinteressante.A trama era fraca demais,não despertava tanto interesse. Houve uma bela escassez de cenas mais memoráveis, a ação não empolgava, as locações realizadas na Tailândia não impressionavam. O vilão central, Scaramanga, era igual político, prometia demais e não cumpria. Pouco fez no filme para justificar sua fama de "maior assassino do mundo".

A cenografia dessa vez ficou também a desejar. Para completar o caldo, resolveram explorar a veia cômica do Roger Moore, que era bastante conhecido pelo seu senso de humor.Isso culminou com um acréscimo desnecessário de cenas cômicas na obra.Nesse filme,007 comete algumas trapalhadas dignas do Renato Aragão. 

Para completar o caldo decidiram trazer de volta um personagem dispensável, o bobalhão Xerife Pepper,que aparecera no filme anterior, com 007 Viva e Deixe Morrer. As Bondgirls também não são nada memoráveis.

Mas nada se compara a péssima trilha sonora e a vexatória canção-tema do filme.O tema e a banda sonora são considerados os mais fracos da série por fãs e críticos, uma opinião compartilhada por John Barry, responsável por ambos,que disse ser o trabalho que ele mais odiou.

Junte a esses fatores,o insosso capanga do vilão central,o Nick Nack, interpretado pelo ator Hervé Villechaize, que tinha somente 1 metro e 14 centímetros de altura. Posteriormente, ele se tornaria mais conhecido por sua participação no s riado Ilha da Fantasia.

Num filme com tantos pontos negativos, pouca coisa se destacou. Entre esses, a participação do personagem Scaramanga, considerado pelos fãs como um dos maiores vilões da história da série, apesar de não ser tão bem, desenvolvido e trabalhado e a cena em que Bond atravessa uma ponte dando um giro de 360 graus no ar, com seu carro,uma das cenas mais impressionantes da série, embora de curtíssima duração.

O filme não foi fracasso de bilheteria, mas foi pessimamente aceito pela crítica da época,que entre outras coisas,declarou que a série estava ofegante e dava seus suspiros finais. Roger Moore e sua interpretação diferenciada do James Bond também não foi digerida pelos fãs dessa vez,que começavam a questionar sua permanência na série. Entre os admiradores,críticos e fãs do personagem,esse filme chega a alcançar um consenso:trata-se de um dos piores,não somente da passagem do Moore,mas de toda a série.

Os efeitos negativos instauraram uma crise na franquia, agravada com a saída de um dos produtores, o Harry Satlzman. Foi o último filme realizado pela dupla que iniciou a trajetória do 007 nos cinemas.Passando por dificuldades financeiras, o Harry vendeu sua parte na franquia,que passou a ser de responsabilidade inteiramente do ex-sócio, o Albert R Brocolli.

Estando ausente no filme anterior, John Barry voltou a compor a música. O tema-título foi composto por Barry com letras de Don Black (assim como os temas de Thunderball e Diamonds Are Forever), e cantado pela cantora escocesa Lulu. O roqueiro Alice Cooper compôs uma música chamada "The Man With The Golden Gun" para o filme, mas os produtores trocaram-na pelo tema de Lulu. Cooper lançou mais tarde a sua canção no álbum Muscle of Love.

O tema e a banda sonora são considerados os mais fracos da série por fãs e críticas, uma opinião compartilhada por Barry, que disse ser o trabalho que ele mais odiou. Aparentemente, o futuro do Bond nos cinemas era negro, mas a resposta não demoraria a vir com a próxima produção, uma das melhores da história da série.