Grandes Personagens do Cinema - Charles Chaplin - Curiosidades

Encerramos hoje nossa homenagem à Sir Charles Spencer Chaplin Chaplin com aquela sensação, mesmo após seis postagens, de que não fomos justos com este ícone da cinema. Por que???? Simples! São tantos pormenores, tantas informações, tanto material! Mesmo assim, sentimo-nos honrados de ter em nossos arquivos este material. 
Quando a minha amiga e parceira Pedra perguntou-me sobre qual seria o personagem que abriria o ano de 2015, eu respondi, The Master, Chaplin! E ela riu e me respondeu: Abriremos o ano com chave de ouro, escolha perfeita.
E assim foi!!!
Agradecemos o carinho e comentários dos amigos.
Aguardem o nosso próximo Grande Personagem do Cinema que já está saindo do forno. Podemos adiantar de que ele é gigante e muito feroz, mas que o amor, o encantamento por uma linda mulher o transformou. 
E agora vamos conhecer algumas curiosidades sobre este homem, cineasta e personagem maravilhoso. 

O meio-irmão de Charles,se chamava Sydney John Hill. A identidade de seu pai biológico sempre foi um mistério, e quando a sua mãe se casou com o pai de Charles, o Sir Charles Spencer Chaplin, o garoto passou a utilizar também o sobrenome Chaplin. Charles herdou o mesmo nome do pai, não foi incluido sequer um sobrenome "Júnior" ou coisa parecida.

Sua mãe teve outro filho,fruto de um relacionamento com outro artista do Music Hall.Desse romance nasceu um filho que recebeu o nome de George Wheeler Dryden.George foi criado desde criança pelo pai biológico e também se tornou um comediante de vaudeville, e somente por volta de 1915 soube pelo pai que era meio-irmão do famoso comediante Charlie Chaplin. Logo depois, George escreveu para Charlie e também para o Sydney, mas não obteve nenhuma resposta. Em 1917, escreveu uma carta a atriz Edna Purviance, que convenceu Chaplin a conhecer o seu meio-irmão. Esta carta, segundo informações de autores, encontra-se nos pertences de Chaplin. Então em 1918, George juntou-se aos irmãos Chaplin e de sua mãe, que ele também não conhecia, nos Estados Unidos e mais tarde, em 1936 tornou-se um cidadão norte-americano.

Nos Estados Unidos trabalhou como ator e atuou também como diretor. Em 1928 veio trabalhar nos Estúdios Chaplin onde foi assistente no filme “O Grande Ditador” e “Monsier Verdoux” de Charlie, de seu meio-irmão. Também fez papel de apoio como um médico e um palhaço em “Luzes da Ribalta”.
O primeiro contato de Chaplin com o show bissness foi aos 5 anos de idade,após sua mãe começar a apresentar os primeiros distúrbios mentais e os problemas na laringe,que encerrariam a sua carreira.Charles e seu irmão começaram a se apresentar ainda crianças,pra garantir o sustento da família.

Charlie Chaplin com 12 anos de idade, fazia parte de um grupo conhecido por Eigh Lancashire Lads, uma trupe de jovens dançarinos, que se apresentava em salões de música na Grã-Bretanha no final do século 19 e início do século 20. Eles formavam uma trupe muito bem-sucedida, e costumavam recrutar outros membros, dando uma chance profissional principalmente aos jovens mais talentosos.

Em 1903, Charlie Chaplin conseguiu um papel para interpretar Billy, o pagem de Sherlock Holmes, numa peça escrita por William Gillette, e que era protagonizado pelo ator britânico H.A. Santsbury, e dizem que foi com ele que Chaplin começou a ter realmente os primeiros ensinamentos sobre a arte de representar. Em 1906, Charlie conseguiu um emprego no Court Circus Casey, onde passou a desenvolver suas habilidades cômicas e se saiu muito bem. Um tempo depois, seu irmão Sydney chamou Charlie para trabalhar na companhia de Fred Karno, onde Sydney trabalhava fazendo muito sucesso em números de mímica.

Por volta de 1909, Chaplin fez a sua primeira temporada viajando com a trupe para Paris onde conheceu Max Linder, com quem teve os primeiros contatos com o mundo do cinema. Linder pode ser considerado como o pai da primeira geração de comediantes do cinema norte-americano, especialmente de Chaplin, que o estudou profundamente.

Muitos autores mencionam que na trupe de Fred Karno também estava o jovem Arthur Stanley Jefferson, com quem Chaplin dividia o quarto, e que mais tarde ficaria conhecido como Stan Laurel, o famoso magro da dupla “O Gordo e o Magro”. Pouco tempo depois Stanley retornou a Inglaterra, mas Charlie continuou nos Estados Unidos.
Em 1913, Charlie Chaplin assinou um contrato com a Keystone Comedy Film Company, com um salário de 150 dólares para fazer três filmes por semana, e passou a trabalhar diretamente com Mack Sennett, em Los Angeles. Dizem que Chaplin teve muitas dificuldades iniciais consideráveis devido às exigências de adaptação para atuar nos filmes, pois ele vinha do teatro e seu desempenho sofreu bastante com isso, principalmente no seu primeiro filme.

Charlie Chaplin dirigiu e escreveu o roteiro, pela primeira vez em sua carreira em “Twenty Minutes of Love”, também conhecido por “Carlitos Contra o Relógio”, produzido por Mack Sennett para os Estúdios Keystone,Esse filme foi muito importante para a carreira de Chaplin, pois a partir de então passou a ter um maior domínio sobre a obra, assim como praticamente passou a dirigir e escrever os roteiros de seus outros trabalhos, com exceções de algumas poucas. 

Muitos autores citam que o desentendimento entre Chaplin e Mabel Normand era freqüente, pois além de ser dirigido por uma mulher, o que Chaplin não gostava, ele também não concordava com muitas de suas decisões e por isso discutiam freqüentemente, mas Chaplin sempre acabava abaixando o tom, pois acreditava que Sennett não gostava dele e qualquer desentendimento com Normand seria a sua demissão. Mas o tempo provou que mesmo assim continuaram amigos, mesmo depois de Chaplin deixar a Keystone.

Durante o ano de 1914, período de quase um ano que permaneceu na Keystone Studios, Chaplin participou de 35 filmes, quase todos produzidos por Mack Sennett, sendo que em 20 filmes ele dirigiu e escreveu os roteiros, co-dirigiu filmes com Mabel Normand e participou da sua primeira longa metragem de sua carreira. Para Chaplin foi um ano cheio de realizações e de muita aprendizagem.

Chaplin, dirigiu e roteirizou o filme “A Night Out”,foi o primeiro filme da carreira da atriz Edna Purviance e nos anos seguintes faria uma série de filmes com Chaplin, praticamente quase todos de sua carreira. Chaplin a conheceu em São Francisco quando estava a procura uma atriz para co-estrelar os seus filmes. A primeira realização de Chaplin para a Mutual Film Corporation aconteceu com o filme “The Floorwalker”, dirigido por Charles Chaplin.

Em 1918, Chaplin escreveu, produziu e dirigiu “How to Make Movies”, protagonizado por ele mesmo. O filme era uma espécie de um documentário, de aproximadamente 16 minutos de duração, uma película promocional, com a intenção de mostrar ao público o próprio estúdio de Chaplin, onde ele mostrava o processo que ele utilizava para fazer seus filmes.Essa película nunca chegou a ser apresentada ao público, mas algumas de suas cenas foram depois reaproveitadas em seu filme “The Chaplin Revue” de 1959.

Alguns autores citam que a obra se iniciava de uma maneira um pouco bizarra, mostrando as etapas de construção do estúdio de Chaplin, e depois as relações entre ele e sua equipe, desde os funcionários até os atores. Também era mostrado o processo de edição, produção e direção por ele próprio. A melhor parte do filme é quando Chaplin mostrava a preparação para encarnar o vagabundo. Além do processo de maquiagem, Chaplin também dava mostras de sua atuação, explicando com detalhes cada movimento.

Em 23 de outubro de 1918, Charles Chaplin casou-se com a atriz Mildred Harris, que na época estava com apenas 16 anos de idade, e eles tiveram um filho, a qual deram o nome de Norman Spencer Chaplin, que nasceu no dia 7 de julho de 1919, e morreu três dias depois, e em outono deste mesmo ano eles se separaram.

Chaplin começou a ter começou a ter uma aproximação com a atriz Lita Grey, que interpretou a personagem “Anjo da Tentação”, que mais tarde acabou culminou em seu segundo casamento em 1924, por tê-la engravidado e na época Lita tinha apenas 16 anos de idade.Para não ser detido por manter relações sexuais com uma menor se casou em segredo no México, para evitar um escândalo. Ainda assim, Lita e Chaplin tiveram dois filhos: Charles Chaplin Jr e Sydney Earle Chaplin e se divorciaram em 1927. Ela era considerada pelo próprio Chaplin e também por diversos autores como sendo a mais rancorosa e vingativa de todas as suas esposas.

Após o encerramento do contrato com a First National para a produção de oito filmes, Chaplin, juntamente como Mary Pickford, Douglas Fairbanks e DW Griffith fundaram a United Artists, uma empresa de distribuição de filmes para tentar escapar da consolidação crescente do poder das distribuidoras de filmes e financiadores do sistema dos estúdios de Hollywood. Até o início dos anos 50, Charlie Chaplin produziu oito longas-metragens e também participou como conselheiro da United Artists até o início da década de 50.

O primeiro filme que Chaplin produziu pela nova United Artists foi “A Woman of Paris”, (Casamento ou Luxo?) com direção, roteiro e produção de Charlie Chaplin, que Charlie preparou especialmente para a atriz Edna Purviance como agradecimento pelo muitos anos que eles trabalharam juntos, com a intenção de levá-lo de vez para o estrelato, mas infelizmente o filme não vingou, e nem a sua carreira. Na estréia em Los Angeles,do filme Luzes da Cidade, um dos convidados de Chaplin foi Albert Einstein, e na estréia em Londres, Chaplin sentou-se ao lado do teatrólogo Bernard Shaw. Ainda em 1933, Chaplin aparece num filme caseiro com duração de 11 minutos realizado por Alistair Cooke, com a presença também Paulette Goddard e do próprio Cooke. Ela foi gravada quando todos estavam dentro do Panacea, que era o nome do barco de Chaplin. Esse filme nunca chegou a ser apresentada ao público e dizem que faz parte da coleção particular dos pertences de Chaplin.

Chaplin conheceu a atriz Paulette Goddard em 1932 e a convidou para fazer parte do elenco de “Modern Times” e pouco tempo depois eles passaram a ter um envolvimento amoroso, e dizem que o relacionamento terminou de forma amigável por volta de 1942. Por volta de 1936, Chaplin e Paulette fizeram declarações públicas dizendo que haviam se casado secretamente, mas apenas para não causar danos à carreira de Paulette. Em 1940, voltou a atuar num outro filme de Chaplin “The Great Dictator” 

Existem alguns autores que dizem que “Modern Times” tem notáveis semelhanças com um filme francês de 1931, denominada “À Nous la Liberté”, sob direção de René Clair, que retrata também operários na linha de montagem. Por isso, a empresa cinematografia alemã Tobis Film, abriu um processo judicial contra Chaplin, mas o processo não deu em nada.Dizem também que mais tarde, a Tobis Film processou novamente Chaplin após a Segunda Guerra Mundial. Conta-se que Chaplin considerou como vingança pelas suas declarações antinazista em “O Grande Ditador”. Apesar do processo, o diretor René Clair, se declarou um grande admirador de Chaplin e disse se sentir lisonjeado com a idéia de que um de seus filmes pudesse ser imitado pelo grande mestre, assim como profundamente envergonhado pela Tobis Film tê-lo processado.

No ano de 1942, Chaplin teve um rápido romance com a atriz Joan Barry, mas conta-se que o relacionamento logo terminou quando ela começou perturbar Chaplin e mostrar sinais de extrema perda de controle. Depois de ter uma filha, a qual ela deu o nome de Carol Ann, que nasceu em 2 de outubro de 1943, ela entrou com uma ação de paternidade contra Chaplin.

Durante essa época em que Chaplin estava passando por todos esses processos legais de paternidade do caso Barry, ele conheceu Oona O´Neil, filha do dramaturgo Eugene O´Neil e da escritora Agnes Boulton, durante as filmagens. Apesar de haver uma diferença de 36 anos de idade, eles se casaram em junho de 1943, tornando-se a quarta esposa de Chaplin e naturalmente que o casamento não agradou o pai dela.Com Oona O´Neil, Chaplin viveu até o fim de sua vida, uma relação que durou 35 anos e tiveram oito filhos: Geraldine Chaplin, Michael, Josephine, Victoria, Anthony, Jane, Annette e o caçula Christopher. Neste filme, Luzes da Ribalta, Chaplin colocou os dois filhos que ele teve com Lita Grey e também cinco de seus filhos com Oona e seu meio irmão George Wheeler Dryden para trabalhar no filme, além da própria mulher Oona Chaplin.

O filme “Luzes da Ribalta” teve a sua apresentação vetada nos Estados Unidos, e por isso em 1952, Chaplin viajou para a Inglaterra para estar presente na estréia do filme “Limelight”, que aconteceria em Londres. O todo poderoso chefe da FBI, J. Edgar Hoover soube da viagem e rapidamente negociou com o Serviço de Imigração para revogar o vista de permanência de Chaplin, exilando-o do país.

Algum tempo depois do lançamento do filme “The King in New York” em 1957, Chaplin voltou a trabalhar na recompilação de “A Chaplin Revue”, composto na realidade por três curtas: “A Dog´s Life”, “Shoulder Arms” e “The Pilgrim”, todas onde aparecia o personagem do vagabundo. Ele juntou as três curtas, adicionou uma trilha sonora para atrair o público mais moderno, assim como introduziu cenas extras, incluindo trechos da Primeira Guerra Mundial para expressar melhor o contexto. Chaplin também fornecia uma introdução pessoal a cada um dos clipes e foi lançada no Reino Unido em 1 de setembro de 1959.O filme foi aclamado pela crítica quando de seu lançamento e quando lançado em DVD, muitos anos mais tarde, o crítico Robert Horton comentou que não era apenas mais uma história do cinema, mas um tesouro vivo

Em 1972, Chaplin foi convidado pela Academia a comparecer para receber um prêmio honorário no 44ª Cerimônia de Entrega do Oscar. Alguns autores citam que Chaplin ficou a decidir até a última hora se ia ou não a esse evento, pois temia ser mal recebido pelo público norte-americano. Quando Chaplin entrou no palco do Dorothy Chandler Pavilion, ele foi ovacionado por todos, com duração de 12 minutos, a maior de toda a entrega do Oscar, pelo seu reconhecimento e apreço por ele. Dizem que foi a mais emocionante entrega que o Oscar já fizera.

Em 1975, foi realizado um documentário denominado “The Gentleman Tramp” contendo novas cenas de Chaplin em sua casa na Suíça. O filme foi realizado pelo cineasta Richard Patterson, que foi o primeiro filme a incluir cenas de filmes posteriores como “Luzes da Cidade”, “O Grande Ditador”, “Verdoux” e “Luzes da Ribalta”, entre outros.O documentário também inclui cenas de Chaplin que saíram nos noticiários, filmes caseiros, entrega do Oscar de 1972, e também imagens tiradas deles em sua casa em Vevey, em 1974. Os atores Walter Matthau, Laurence Olivier e Jack Lemmon fornecem a narração em diversos momentos, bem como outros talentos de Hollywood.Segundo diversos autores, “The Gentleman Tramp” é um dos melhores documentários sobre Chaplin, mostrando imagens e história através da utilização das transcrições, seqüências de filmes, reportagens, memoribilia, tudo dentro de 78 minutos de duração, num ótimo estilo visual, ritmo veloz e muito mais divertido do que se possa imaginar. O filme foi lançado em VHS em 2005, e depois numa edição limitada em DVD.

Ainda em 1975, Chaplin seria condecorado com uma das maiores honrarias que um inglês pode receber. Ele foi condecorado Cavaleiro do Império Britânico pela Rainha Elizabeth II, e a partir de então se tornou Sir Charles Spencer Chaplin. Mas, infelizmente aos poucos sua saúde foi lentamente ficando cada mais debilitado.Tinha dificuldade para se comunicar e já há muito tempo numa cadeira de rodas, e dia de Natal de 25 de dezembro de 1977, Charlie Chaplin tornou-se a estrela mais brilhante do céu, enquanto dormia em sua casa, em Vevey, e enterrado no cemitério de Vaud, na Suíça. 

Pouco tempo depois em 1 de março de 1978, seu túmulo seria alvo de uma barbaridade sem igual.Um pequeno grupo de pessoas, numa tentativa de extorquir dinheiro da família, violou o túmulo e roubou o seu corpo. Felizmente o plano falhou e os ladrões capturados. O corpo de Chaplin foi recuperado onze semanas depois, perto do Lago de Genebra. Depois seu corpo voltou novamente a ser enterrado, e agora se encontra abaixo de um concreto de quase 1,80 cm para impedir novas tentativas

Também em 1985, Chaplin foi homenageado com a sua imagem num selo postal no Reino Unido e em 1994, ele também apareceu num selo postal nos Estados Unidos, projetado pelo caricaturista Al Hirschfeld. Outros selos também foram editadas pelo mundo afora como, por exemplo, pela República Democrática do Congo e de Guiné, entre outros, em diferentes anos. Há alguns anos, o Vagabundo ganhou a sua primeira animação,contendo os mesmos elementos famosos das produções do comediante. Uma forma de o apresentar às novas gerações. O ´personagem é um integrante seleto da cultura pop,um dos mais conhecidos do mundo inteiro.

Nos anos 80,a famosa trupe brasileira,Os Trapalhões,realizou o filme Os Saltimbancos Trapalhões, tendo como inspiração, o filme O Circo.


Todos os filmes de Chaplin estão disponíveis no youtupe. Basta clicar e se divertir.

Até o nosso próximo Grande Personagem do Cinema!
Heleno Jr,

Créditos - Imagens disponibilizadas na web - Google