Às vezes, no início de um relacionamento, apenas palavras são necessárias. Entretanto, depois de um tempo, precisamos de mais do que palavras. Neste momento entram as atitudes. Tais atitudes são a confirmação do que se tentou expressar pelas palavras. Durante algum tempo não precisa-se mais do que esses dois elementos: palavra e atitude.
Contudo, um relacionamento cresce. Ele é insaciável. Nada pode ser suficientemente forte para detê-lo. Ele não para, apenas desenvolve e toma conta de tudo: de você, de mim, de nós. Nunca se dá por satisfeito, pois, se isso acontecer, morre.
Então para acalmá-lo. Melhor dizendo, para que cresça sob o nosso controle, é preciso vencer uma batalha por dia. Algumas vezes saímos ilesos, outras vezes com algumas feridas. O importante é tentar vencer a batalha e deixá-lo vivo.
Nada se compara a um relacionamento verdadeiro entre duas almas. Acredito que entre corpos não há como ter relacionamento, existe apenas a atração. Se em determinado momento, aquele corpo não te atrai mais, você o descarta. Vai atrás de outro e começa tudo novamente. Isso não acontece entre as almas, pois a cada dia, a cada nova experiência, elas se aproximam ainda mais.
Após as palavras, depois das atitudes que comprovam o envolvimento e algumas barreiras vencidas, nasce a necessidade incontrolável de se estar junto e, se possível, para sempre. Por isso, eu não acredito em relacionamentos verdadeiros à primeira vista. Isso pode acontecer em romances, novelas e filmes; mas na vida realmente, principalmente no que se refere ao BDSM, uma entrega só acontece depois que existe um convívio entre as pessoas.
Esse convívio pode até comprovar o contrário, ou seja, verifica-se que não há química, que tudo não passou de uma empolgação emotiva temporária, mas ele pode também dar a você a certeza de que encontrou a pessoa que sempre procurou.
Necessita-se de tempo para que a submissa entregue ao Dom a sua confiança e, consequentemente, a sua submissão. É preciso que ela sinta a proteção vinda Dele. E a proteção que me refiro, não é pensar que Ele irá resolver os problemas da submissa, mas irá acalantá-la, permitindo que enfrente as suas batalhas de cabeça erguida. Sabendo que não estará sozinha.
Não se protege uma alma apenas dentro de um contexto, se protege no todo. Se tenho uma submissa, a tenho como mulher baunilha também. Fácil proteger uma submissa de outros Doms, baseando-se em definições meramente fantasiosas. Difícil é guiá-la diante as intempéries da vida e fortalecê-la para vencer as batalhas do seu dia a dia.
Não defina-se como Dominador apenas porque sabe algumas práticas. Não defina-se como Dominador apenas pelo fato de estar segurando a guia, a corda ou o chicote. Defina-se como Dominador a partir do momento em tiver o controle do relacionamento e ter a consciência de que o prazer e a felicidade da submissa é a sua maior responsabilidade. Pode ter certeza, se ela for sua, estará pensamento o mesmo, ou seja, a sua felicidade é a maior responsabilidade dela.
LuciusGhostwish
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Saudações,
Rafael Boareto
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