Por muito tempo, os estúdios Disney cometeram uma injustiça com os artistas que fizeram deles, o nome dos dias atuais.Em suas publicações em quadrinhos, eles não permitiam que os nomes dos roteiristas e desenhistas fossem creditados, sabe-se lá por qual motivo. Por conta disso, artistas de enorme talento padeceram por décadas no anonimato, não colhendo os frutos pertinentes por um trabalho que encanta até hoje, gerações de fãs dos personagens disneyanos.
Entre os injustiçados, encontra-se um nome em especial. Provavelmente sem o seu esforço e dedicação, as publicações criadas por Walt Disney não teriam alcançado o sucesso e o auge que viriam a conquistar. Lamentável saber que por conta desse absurdo, o nome Carl Barks, mesmo nos dias atuais, com todos os recursos disponibilizados pela net, os sites informativos e de pesquisas, de certa forma, passa um tanto batido por quem aprecia a obra do imortal Disney. Para quem ainda ignora o legado desse senhor, o que o seu talento proporcionou a tantos fãs ao redor do mundo, e ao longo de mais de 3 décadas, basta afirmar que, se não fosse ele, provavelmente os estúdios Disney e suas publicações quinzenais e mensais, poderiam ter se extinguido há bastante tempo.
O nome pode até ser ignorado, muita gente até não tenha real conhecimento do quanto esse senhor foi e continua sendo significativo, mas,se você for fã das publicações da Disney, então é certo que, em algum momento de sua vida, você provavelmente se encantou, se apaixonou, viajou ao redor do mundo em busca de tesouros, se identificou com as mazelas, sonhos e esperanças dos personagens, se emocionou e deu bastante risadas. E se viveu tudo isso, deve agradecer a esse homem. Eu,que cresci e até hoje sou fã das obras disneyanas, atravessei a infância e a adolescência tendo esses personagens e suas peripécias como companhia. E mesmo do alto dos meus 41 anos, para esquecer um pouco as durezas do dia-a-dia, recorro à obra desse excepcional quadrinista. Portanto, é com grande prazer que destacamos na nossa coluna da Cultura Popular Universal,o imortal Carl Barks, e a sua obra.
Barks nasceu em Merrill, Oregon, em 1901. De infância humilde, ele passou a mesma vivendo numa fazenda.Um tanto recluso, por conta do número reduzido de habitantes na região, Barks atravessou essa fase dividindo o tempo entre os estudos e ajudar os pais nas obrigações do lugar. Após a família peregrinar de um lugar a outro,sempre envolvida com o campo,o garoto perdeu a mãe ainda na adolescência,e após demorar a concluir os ensinamentos primários,finalmente se formou em 1916. Por esse período, começou a apresentar problemas de audição,que lhe acompanhariam para o resto da vida. Ainda adolescente,ele desempenhou várias profissões sem sucesso, mas essas empreitadas eram encaradas com bom humor, fato esse que refletiria futuramente em seu trabalho.
A paixão que o levaria a se consagrar,(os desenhos), começou ainda na infância. Nos tempos livres, ele costumava rabiscar com qualquer material que pudesse encontrar. As paredes de sua casa eram as pranchetas favoritas pra esse passatempo. Tentou melhorar seu estilo copiando os desenhos dos artistas de histórias em quadrinhos dos jornais. Buscou criar suas próprias expressões faciais, figuras e situações cômicas, mas quis estudar o estilo e o uso de cores e tons dos mestres artistas. Foi aos 16 anos que ele optou em tomar lições de desenhos. Por morar numa região afastada dos grandes centros urbanos,fez cursos por correspondências,o que ajudou a aprimorar os seus traços. Aos 18 anos, Barks foi para São Francisco,tentar seguir a profissão de desenhista. Trabalhou numa pequena editora enquanto procurava vender suas próprias criações, sem sucesso.Depois disso,continuou trabalhando como desenhista para outras editoras, até finalmente ser empregado pelos estúdios Disney.
Sua carreira como profissional na Disney iniciou-se em 1935,no momento em que ele leu um anúncio informando que os estúdios precisavam de cartunistas. Carl preparou e enviou como carta de apresentação, dois desenhos da turma do Mickey, baseados na história O Covil do Lobo Rosnaldo, juntamente com um breve currículo. Como resposta,ele recebeu uma carta pedindo que se apresentasse no portão dos estúdios,de uma manhã de novembro.
Era o primeiro passo para o início de uma das maiores carreiras do mundo do entretenimento. Barks começou a trabalhar como animador, roteirista e diretor de criação. Foi responsável por várias animações conhecidas até hoje do Pato Donald e teve participação no clássico Bambi. Ao todo, Carl passaria 7 anos desempenhando essa função. Foi justamente nesse período que ele teve contato com os primeiros trabalhos nos quadrinhos. Sua primeira empreitada como roteirista para uma hq foi em 1942, numa aventura com Pluto, o cachorro do Mickey, dividindo a tarefa com os amigos desenhistas Jack Hannah e Nick George. A história de mais de 40 páginas foi intitulada Pluto Salva o Navio
Nesse mesmo ano, Barks ilustrou Pato Donald e o Tesouro do Pirata. também em parceria com o Jack. A história derivou-se de um roteiro não aproveitado para uma animação que não chegou a sair do papel,mas foi adaptada para os quadrinhos.Carl e Jack dividiram as ilustrações, cada um desenhou 32 páginas. Em novembro desse ano, o talentoso roteirista/desenhista demitiu-se das funções nos estúdios, alegando que o ar condicionado prejudicava sua sinusite.Outros fatores, como o racionamento de combustível, por conta da 2ª Guerra e ter de desenhar propaganda bélica com os personagens da Disney também foram decisivos. Recém-saído do emprego, ele voltou para o seu rancho, na Califórnia, com o sonho de criar galinhas.
Mas Barks não passaria muito tempo desempregado.Um mês depois,ele foi contactado pelos editores da Western Publishing,editora que detinha os direitos de publicação dos personagens Disney,e para a qual ele havia realizado o trabalho em quadrinhos com o Pato Donald.Uma das editoras Eleanor Packer, enviou para ele um roteiro que ela havia escrito, estrelado pelo Donald e seus sobrinhos,e pediu que ele revisasse, fizesse as modificações necessárias e ilustrasse. Barks detestou as ideias apresentadas no roteiro, o reescreveu e enviou para a Western. A história recebeu o título Plantar é de Lascar. O resultado foi tão satisfatório,que lhe dispensaram do compromisso de levar pessoalmente o material para a editora. Ele passou a responder a matriz da companhia, em Nova Iorque e não precisou mais submeter seus roteiros pra aprovação prévia, salvo em raras ocasiões. Também lhe pediram para criar uma história inédita para a publicação seguinte.Barks criou a história Nas Asas do Azar, e segundo contam,o chefão da editora gostou tanto,que o efetivou como colaborador definitivo.
Como dito, Barks já não mais precisava viajar para apresentar seu material,ele enviava tudo pelos correios e recebia o valor merecido pelo seu trabalho. Eram nada menos que 10 dólares por páginas. Não demorou muito para suas histórias tornarem-se extremamente populares entre os fãs da obra Disney. Tanto que ele começou a trabalhar com pelo menos mais duas publicações: "Walt Disney's Comics e Stories e Four Color. Barks produzia aventuras com Donald e seus sobrinhos,de 10,20 e 32 páginas. Além disso,ele foi o principal responsável por desenvolver nas hqs,toda a personalidade do Donald. Ele sabia que o personagem brigão e esquentado das animações não daria certo nessa mídia do entretenimento. Graças a ele,o amado personagem desenvolveu várias facetas: herói, tio, vilão, namorado, encrenqueiro, neto, etc, etc... No período em que esteve sob os cuidados do grande mestre, Donald exerceu nada menos que 73 profissões.

O quadrinista era conhecido por sua modéstia e humildade,nunca soube reconhecer para si mesmo,os méritos do seu trabalho. Ele confessou certa vez,que leu muito pouco em sua infância e juventude e desconhecia os grandes clássicos da literatura. Também não foi um homem muito viajado, grande parte de sua vida limitou-se no interior do país.Com tudo isso, era impressionante a riqueza de detalhes que ilustravam as aventuras da família Pato, especialmente depois que ele criou e introduziu o seu mais famoso personagem, o avarento Tio Patinhas, que sempre arrastava seus sobrinhos ao redor do mundo, em busca de tesouros famosos da mitologia. A precisão dos detalhes geográficos que permeavam essas aventuras, se deve a revista National Geographic, que ele assinava e era fascinado pelas informações.
As edições que continham histórias criadas por Barks, simplesmente esgotavam nas bancas. Quando uma edição continha histórias criadas por outros autores e nenhum trabalho dele, a editora recebia cartas e mais cartas reclamando da ausência. Com isso, ele acumulou mais trabalho. Como dito,os artistas não eram creditados, entretanto, não demorou para o trabalho do ilustre e desconhecido Barks chamar a atenção dos fãs, por seu traço elegante e detalhista e pela criatividade e carisma de suas ideias. Os fãs então, o apelidaram de O Homem dos Patos, alcunha pela qual ele ficaria reverenciado até o fim de sua vida. Para se ter uma noção do quanto seu trabalho era procurado, em 1944, uma edição contendo sua marca vendia 1,3 milhão de exemplares. Em 1947, atingiu a marca de 2 milhões por mês.
As edições que continham histórias criadas por Barks, simplesmente esgotavam nas bancas. Quando uma edição continha histórias criadas por outros autores e nenhum trabalho dele, a editora recebia cartas e mais cartas reclamando da ausência. Com isso, ele acumulou mais trabalho. Como dito,os artistas não eram creditados, entretanto, não demorou para o trabalho do ilustre e desconhecido Barks chamar a atenção dos fãs, por seu traço elegante e detalhista e pela criatividade e carisma de suas ideias. Os fãs então, o apelidaram de O Homem dos Patos, alcunha pela qual ele ficaria reverenciado até o fim de sua vida. Para se ter uma noção do quanto seu trabalho era procurado, em 1944, uma edição contendo sua marca vendia 1,3 milhão de exemplares. Em 1947, atingiu a marca de 2 milhões por mês.
A criatividade de Barks parecia desconhecer limites. Entre 1942 e 1966,ano em que se aposentou, ele criou todo um universo para os personagens. além de coadjuvantes de peso, que depois ganhariam vida própria no universo Disney. Foi Barks quem criou a tão conhecida cidade de Patópolis e alguns dos mais famosos personagens que lá habitam. Algumas de suas histórias são consideradas verdadeiros clássicos das HQs, como por exemplo a história Perdidos nos Andes, onde Donald e seus sobrinhos partem em busca de umas galinhas que põem ovos quadrados e descobrem uma civilização escondida, onde tudo que for redondo é considerado crime.
Como dito,o autor foi responsável pela concepção de alguns dos personagens mais famosos do universo disneyano. O engraçado é que praticamente todos foram criados com o intuito de coadjuvar numa única aventura do Donald. Mas todos eles no decorrer da obra de Barks, foram ganhando potencial, até se tornarem verdadeiros ícones da mitologia Disney. Tanto que começaram a ser trabalhados pelos demais artistas a serviço da Disney e são populares até hoje.
Entre os destaques estão, Silva (Mr. Jones, no original) é o vizinho do Pato Donald. o personagem protagoniza brigas intermináveis com o pato e os dois sempre acabam se dando mal no fim da história. Silva estreou nos quadrinhos em Piloto sem Querer, em 1943. Barks recorreu bastante à truculência do Silva nos primeiros enredos que desenvolveu, entre 1943 e 1945.

Prof Pardal-Tido como o maior inventor de Patópolis,muitas das invenções do Pardal tanto servem para ajudar como para causar confusões sem limites. Ele é capaz de criar e consertar tudo o que se possa imaginar: máquinas do tempo, foguetes, carros a jato,etc... Bar kso criou em 1952. Um ano depois,criou seu ajudante, o não menos conhecido Lampadinha, um pequeno androide com uma lâmpada no lugar da cabeça, que em inúmeras ocasiões, salva a pele do seu criador, e a nossa amiga Pedra adora o lampadinha, um dos seus personagens favoritos.
Irmãos Metralha- a mais famosa quadrilha criminosa de Patópolis foi criada em 1951, e assim como os demais, não passavam de meros coadjuvantes que posteriormente, foram ganhando força no universo Disney. O principal objetivo da quadrilha, é se apoderar da fortuna do Tio Patinhas. Barks utilizou os vilões em nada menos que 43 histórias de sua autoria.
Pão Duro Mac Mônei, outro milionário criado por Barks, sua data de criação é 1956. Nas aventuras, ele disputa com o tio do Donald, uma briga acirrada pelo reconhecimento de mais rico do mundo, mesmo que para isso tenha de recorrer a todos os truques sujos possíveis. Barks o utilizou somente em 3 oportunidades ao longo do seu trabalho, mas ele se tornaria popular graças aos demais artistas Disney.
Patacôncio, um dos maiores rivais do Tio Patinhas, ele foi criado em 1961. Tudo o que foi dito ao Mac Mônei se aplica a ele. Embora tenha sido criado por Barks,ele o utilizou em uma única oportunidade, depois o personagem caiu no esquecimento, ao menos em sua obra. Ele se tornaria mais popular graças aos artistas brasileiros e italianos, que o utilizaram em diversas ocasiões.
Maga Patalójika, Trata-se nada menos que uma das bruxas mais famosas da mitologia Disney. Foi uma das últimas criações de Barks,em 1961, época em que o autor reclamava de cansaço e falta de ideias para com os personagens. É a única inimiga da qual Tio Patinhas tem realmente medo. Dotada de poderes sobrenaturais, seu principal objetivo é se apoderar da moeda nº 1 do pão duro,para forjar um amuleto que lhe fará extremamente rica e poderosa. Assim como os outros personagens,tornou-se bastante popular.
Tio `Patinhas-dispensa apresentações.É indiscutivelmente a criação mais famosa de toda a carreira de Barks.Como os demais, surgiu como coadjuvante em 1947, no clássico Natal nas Montanhas. Em sua primeira aparição, é apresentado como um velhote ranzinza, rico e solitário, que detesta o natal e ignora a todos.Barks conta que a inspiração foi o personagem Ebenezer Scrooge, do famoso Conto de Natal. Mas Barks viu que o personagem tinha potencial, e na aventura O Segredo do Castelo, de 1948, ele trouxe mais uma vez o avarento aos leitores.
Não demorou para Tio Patinhas tornar-se um personagem recorrente nas aventuras de Donald e seus sobrinhos, e aos poucos ele foi conquistando seus fãs e ocupando um espaço cada vez maior. Barks decidiu então explorar o seu passado e lhe dar uma história, apresentando ao pouco aos leitores, pistas de como ele adquiriu sua imensa fortuna. Em 1950, ele estrelou, também de autoria de seu criador, a história Meu Reino Por Uma Ampulheta, que é considerada a primeira a mudar o foco de Donald para seu tio.Seu sucesso foi tamanho,que alguns anos depois ele deixou de ser o coadjuvante definitivo e passou a estrelar suas próprias histórias,ganhando uma edição com seu título.Intitulado Uncle Scrooge, o gibi era trimestral e seu sucesso foi tanto,que as vendas chegaram a 3 milhões de exemplares.
Barks comentou que criar o personagem e desenvolvê-lo foi um alento, pois as ideias para o Donald estavam começando a se tornar escassas, e o querido muquirana lhe concedeu um novo fôlego, além de que ele podia explorar mais o clima aventureiro do personagem. Sem falar que podia incluir os demais personagens para acompanhar o tio ao redor do mundo. As aventuras de Patinhas,sobre autoria de Barks,se consagrariam pela busca a tesouros e artefatos mitológicos,que não fariam inveja ao ilustre Indiana Jones. Mitologia grega, histórias das mil e uma noites,ficção científica,foram alguns dos ingredientes que serviam de base para essas buscas. Não por menos, algumas aventuras influenciaram na concepção de cenas famosas do aventureiro nos cinemas.
Tio Patinhas arrastava seus sobrinhos ao redor do mundo em busca de coisas como:As Minas do Rei Salomão,A Coroa perdida de Gengis Khan,o tesouro de Ali Babá,A pedra filosofal, o velo de ouro,as minas do rei Toleimon e da Rainha de Sabá.Em várias ocasiões, se aventuravam no espaço ou no fundo do mar,também sempre em busca de alguma coisa. Nessas aventuras,o grupo chegou a encontrar a cidade perdida de Atlântida, as 7 cidades de Cibola, o Holandês Voador,(um famoso navio fantasma),entre dezenas de outras aventuras. Tudo fruto da mente privilegiada do Carl Barks.
Quando ainda se firmava na carreira de quadrinista, Barks produziu algumas aventuras alheias ao universo Disney. Ândi Panda, Gaguinho, Pernalonga, Soneca foram alguns dos personagens que ele roteirizou e desenhou, entre 1943 e 1947
Ao longo de 3 décadas,Barks criou mais de 500 histórias com esses personagens. Sua identidade foi descoberta por um fã, o Malcoln Willits, que fascinado pelo talento do desconhecido roteirista e desenhista, entrou em contato com a editora responsável pelas publicações e conseguiu o endereço de Carl,passando então a se comunicar com ele.Depois disso foi que os fãs tiveram conhecimento de quem era o responsável por aquelas aventuras tão queridas. Mas sua identidade foi revelada ao público em 1955, quando o jornalista Charles Beaumont publicou um ensaio e citou o artista, referindo-se a ele como o Dalai Lama dos quadrinhos. O autor ignorava por completo o quanto a sua obra era apreciada, ele só viria a tomar conhecimento muito tempo depois de se aposentar. A aposentadoria veio em junho de 1966,quando ele já não tinha mais ideias para com os personagens e reclamava constantemente do desgaste de continuar na tarefa de produzir aventuras com os patos.
Sua decisão deixou a editora em pânico,visto sua importância para o meio. Seu trabalho manteve as vendas em números impressionantes, portanto, perdê-lo significava uma tragédia. Alguns meses antes dele parar,o diretor editorial Chase Craig fez de tudo para o dissuadir de sua decisão.aEles chegaram num acordo: Barks produziria alguns roteiros e os desenhos ficariam por conta de outros artistas. Ele ainda se esforçou em desenvolver alguns roteiros e esboços, que posteriormente seriam trabalhados por artistas como Tony Strobl. Por fim,aele parou, embora vez ou outra criasse um roteiro e enviasse para os editores.
Ainda em 66,um tempo após parar,ele foi procurado por um editor de um conglomerado da Dinamarca,licenciado pela Disney, que lhe pediu novas histórias para os países escandinavos.Ele recusou, mesmo assim criou uma sinopse de uma história chamada Vão Devagar, Areias do Tempo, enviando uma cópia para esse editor.Mas os anos passaram e não houve resposta sobre a confecção do material. Em 1975, em parceria com o cineasta Edward Summer, que preparava uma antologia do Tio Patinhas, ele apresentou a sinopse e concordou em pintar aquarelas para ilustrar o enredo.Entretanto, a sinopse que ele enviara para os dinamarqueses não ficou esquecida, e em 1984,finalmente foi adaptada para as hqs.
Sua aposentadoria não significou que ele largaria de vez os personagens. Barks passou a se dedicar a pintar quadros a óleo com Tio Patinhas, Donald e sobrinhos. Sua última colaboração com o universo Disney seria em 1993, já aos 90 e poucos anos. Ele criou uma sinopse de uma aventura do Tio Patinhas entre setembro de 93 a janeiro de 94, com um certo esforço,que seria ilustrada pelo desenhista Willian Van Horn,um dos artistas influenciados por sua obra. Cavalgando Pela História seria o último material da invejável carreira do quadrinista.
Barks tomou conhecimento do quanto era querido e popular,ao fazer uma excursão pela Europa, na década de 90.Passou por diversos países,foi recebido por presidentes e primeiro-ministros, teve honras de chefe de Estado, participou de desfile em carro aberto e recebeu condecorações. O quadrinista é um dos poucos integrantes seletos do "Jack Kirby's Hall Fame", um grupo restrito no qual estão incluídos alguns dos maiores quadrinistas de todos os tempos. Os estúdios Disney não ignoraram a imensa colaboração que ele deu ao seu universo,e o alçaram à condição de "Lenda Disney".É até hoje,o maior artista do quadro editorial da Disney.Barks faleceu em 2000,aos 99 anos de idade.
Algum tempo após sua aposentadoria, Carl declarou que seu maior temor era que um dia sua obra caísse no esquecimento. Tal fato não se confirmou. Seu trabalho continua sendo republicado até hoje ao redor do mundo. Suas histórias continuam fascinando leitores de várias faixas etárias e continuam influenciando toda uma geração de novos artistas.
Seu trabalho nas animações também não foi ignorado.Passadas décadas,as peripécias do Pato Donald continuam divertindo gerações. Entre o final da década de 80 e início dos anos 90, os estúdios Disney produziram a animação Duck Tales- Os caçadores de Aventuras,estrelado por Tio Patinhas e seus sobrinhos, além de personagens criados especialmente para essa animação. Grande parte das aventuras escritas por Barks, foram adaptadas para essa animação.
Carl também influenciou toda uma geração de roteiristas e desenhistas que também se tornariam célebres no quadro editorial da Disney. Nomes como Daan Jipes,Willian Van Horn,Vicar e Don Rosa,foram fortemente influenciados pelo seu trabalho e são fãs confessos de sua obra. E todos eles tiveram a oportunidade de realizar algum trabalho em parceria com o grande mentor. O cinema também não ignorou a obra do quadrinista.Seu trabalho refletiu nas carreiras de alguns dos maiores nomes dessa arte.Os mais conhecidos são Steven Spielberg e George Lucas,fãs assumidos do roteirista/desenhista.Tanto que,os dois primeiros filmes do Indiana Jones,feitos por esses dois,tiveram algumas cenas inspiradas no trabalho de Barks.
Os Caçadores da Arca Perdida foi o primeiro.A famosa cena em que o Indiana tira um ídolo do seu pedestal ativando uma série de armadilhas e uma enorme bola de pedra,que rola em sua direção,foi inspirada na aventura As Sete Cidades de Cibola. Já a cena da enxurrada nas minas em Indiana Jones e o Templo da Perdição foi criada inspirada em As Minas do Rei Toleimon.
Há quem diga que uma outra aventura escrita por Barks,Aventura no Vale Proibido,teria inspirado também o Spielberg em construir algumas cenas do famoso Parque dos Dinossauros,de 1993.Nessa história,Donald e sobrinhos encontram um vale perdido, habitado por dinossauros. Embora não seja confirmado,mas tudo indica que essa história possivelmente também influenciou o diretor Peter Jackson a criar uma das cenas do King Kong,de 2005. No decorrer da história, Donald provoca um estouro de dinossauros. A sequência lembra bastante a adrenalinesca cena do estouro de brontossauros no filme do gorila.Até a paisagem na Ilha da Caveira tem uma certa semelhança com o cenário criado nessa aventura.
Entre 2004 a 2009,a Editora Abril,que desde 1950 publica os personagens no nosso país, prestou uma justa homenagem ao maior quadrinista Disney de todos os tempos. Todo o seu trabalho com Donald, Tio Patinhas e alguns outros personagens, como Mickey, Pateta e Pluto, foram reimpressos e lançados em uma coleção especial, dividida em 40 edições,que reuniu todo o seu trabalho nas 3 décadas em que esteve a serviço da Disney. Intitulada "O Melhor da Disney-As Obras Completas de Carl Barks",a coletânea reuniu simplesmente o que de melhor o mestre produziu durante a sua vida.Com o término da coleção,Barks continuou presente nas edições menores,dessa vez sendo creditado. Os fãs brasileiros,entre os quais eu me incluo, que atravessaram infância, adolescência e chegaram a idade adulta, finalmente tomaram conhecimento a respeito de uma das pessoas mais importantes a fazer parte de suas vidas. Atualmente na net, os exemplares dessa coleção são vendidos pelo triplo do valor de capa.
Por hoje é só, pessoal!!! Esperamos que tenham curtido o nosso homenageado da Coluna Pop Culture Universe. Aguardem que teremos novos temas sobre este universo que não é apenas Popular, é a Cultura de um povo que atravessou fronteiras, e chegou até você.
Grande abraço...
Heleno Jr.
Por hoje é só, pessoal!!! Esperamos que tenham curtido o nosso homenageado da Coluna Pop Culture Universe. Aguardem que teremos novos temas sobre este universo que não é apenas Popular, é a Cultura de um povo que atravessou fronteiras, e chegou até você.
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Heleno Jr.
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