Quase um Poema de Amor
Há
muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.
Miguel
Torga, in 'Diário V'
Um quase poema, de Amor!
Há
muito pouco tempo que não te escrevo,
Um
poema de Amor.
E
se o faço, na delicadeza com que o decido,
É
por natureza, latino,
Impetuoso
nessa humana
Desgraça,
de no cristal de teu corpo,
Tinir,
o sentimento
Que
me embriaga.
Seja
eu fruto do tempo, que passa
Ou
apenas tu que me desejas, assim tomado
Pelo
desejo no templo do passado
Que
me mantem em silêncio,
Coração
que salta sem pudor,
-Há
muito pouco tempo que já não escrevia um quase poema,
De
Amor.
Alberto
Cuddel
Poema
de tributo, reescrevendo Miguel Torga!
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