Envolves minha alma noite escura,
Profusa ansiedade de adormecer,
Partir pedra nos sonhos o acordar,
Querer em fuga do doloroso perdoar!
Há busca constante de onde parti,
Revolto mar de convincente engano,
Perdido nas negras rochas da traição,
Difuso sinal que de socorro emiti,
Nos dias, semanas, meses do ano,
Na fuga possível, profunda aflição!
Revolto mar de convincente engano,
Perdido nas negras rochas da traição,
Difuso sinal que de socorro emiti,
Nos dias, semanas, meses do ano,
Na fuga possível, profunda aflição!
Há vivas mares das palavras gritadas,
Gemidos chorados lamentos embargados,
Bandeiras desfraldadas, assim agitadas,
Adjetivos escritos nunca perdoados!
Gemidos chorados lamentos embargados,
Bandeiras desfraldadas, assim agitadas,
Adjetivos escritos nunca perdoados!
Malhas que me envolvem, impedem de nadar,
Vento que sopra, barca do desterro a naufragar,
Nada, nem tu nem Belzebu, ninguém a salvar!
Vento que sopra, barca do desterro a naufragar,
Nada, nem tu nem Belzebu, ninguém a salvar!
O da barca, vem-me salvar,
Braços que gritam sempre agitar,
Noite escura gelada e fria,
Perdão a ti, Senhora da vida!
Braços que gritam sempre agitar,
Noite escura gelada e fria,
Perdão a ti, Senhora da vida!
Alberto Cuddel
Palavras Desconexas – 57
Palavras Desconexas – 57
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