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domingo, 28 de maio de 2017

Resenha Cinéfila - Prometheus 2012

O retorno de Ridley Scott a um gênero que ele tornou famoso e o anúncio que este filme seria voltado a antecipar tudo o que se viu na produção famosíssima do final dos anos 70, chamaram a atenção dos fãs e dos críticos e admiradores tanto do Ridley como da série Alien. No entanto o foco do filme não era exatamente mostrar o surgimento da criatura.

Venha conferir este novo Alien...

Prometheus 
Paises - Reino Unido,  Estados Unidos
Ano - 2012
Duração - 124 min 
Direção - Ridley Scott
Produção - David Giler, Walter Hill, Ridley Scott, Tony Scott
Roteiro - John Spaihts, Damon Lindelof
Gênero - Ficção científica, Aventura
Música - Marc Streitenfeld
Direção de arte - Arthur Max
Direção de fotografia - Dariusz Wolski
Figurino - Janty Yates
Edição - Pietro Scalia
Companhias produtoras - Scott Free Productions, Brandywine Productions
Distribuição - 20th Century Fox
Lançamento - 8 de junho de 2012
Idioma - Inglês
Orçamento - US$ 130 milhões
Receita - US$ 403 354 469

Noomi Rapace como Elizabeth Shaw
Michael Fassbender como David
Charlize Theron como Meredith Vickers
Idris Elba como Capitão Janek
Guy Pearce como Peter Weyland
Patrick Wilson como pai de Elizabeth Shaw
Rafe Spall como Milburn
Logan Marshall-Green como Holloway
Sean Harris como Fifield
Kate Dickie como Imora
Emun Elliott como Chance
Benedict Wong como Ravel
Vladimir 'Furdo' Furdik como Mercenário 2 (Vladimir)
James Embree como Mecânico 1

2089. Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) e Charlie Holloway (Logan Marshall-Green) são exploradores que encontram a mesma pintura em várias cavernas na Terra. Com base nisto, eles desenvolvem uma teoria em que a pintura aponta para um lugar específico do universo, que teria alguma relação com o início da vida no planeta. A dupla convence um milionário, Peter Weyland (Guy Pearce), a bancar uma cara expedição interestelar para investigar o assunto. Desta forma, Elizabeth e Charlie entram para a tripulação da nave Prometheus, composta pelo robô David (Michael Fassbender), a diretora Meredith Vickers (Charlize Theron), o capitão Janek (Idris Elba), entre outros. Todos, com exceção de David, hibernam em sono criogênico até que a nave chegue ao objetivo, o que acontece em 2093. Encantados com a descoberta de um novo mundo e a possibilidade de revelarem o segredo da origem da vida na Terra, Elizabeth e Charlie não percebem que o local é também bastante perigoso.

Em 2005, durante as entrevistas de divulgação de seu mais novo projeto, o épico Cruzada, à extinta revista de cinema brasileira, Set, Ridley Scott foi questionado se tinha interesse em retornar ao universo Alien. O consagrado diretor não titubeou em responder que "não". Segundo o Scott, o desgaste da franquia, principalmente após o desastroso Alien vs Predador e a ausência de um roteiro interessante não incentivavam um retorno à série que o colocou no mapa hollywoodiano.

Em 2000, começaram a trabalhar num roteiro que chamou a atenção do Ridley, e tanto ele quanto o consagrado James Cameron tinham ideias para um 5º filme com os temíveis alienígenas, dessa vez envolvendo um prequel que se passaria anos antes do famigerado pouso da Nostromos no aparente planeta desabitado, na mitológica produção de 1979. Ou seja, esse novo filme poderia ser uma espécie de "Alien Begins" Como dito, os filmes que ocuparam lugar do projeto, afastou o Scott, e só em 2009 ele voltou a demonstrar interesse, enfim levando o projeto adiante.

O roteiro inicial foi escrito por John Spaihts, com a colaboração do conhecido Damon Lindelof. As ideias não eram exatamente fazer desse projeto, um filme voltado às origens do monstrengo, o foco da história seria outro: uma dupla de cientistas, convencidos que a raça humana não foi exatamente uma obra da Criação Divina, mas de seres extraterrestres com DNA semelhante ao nosso,convencem um milionário a bancar uma expedição intergaláctica em busca de comprovar essa teoria. O roteiro foi parcialmente inspirado na obra Eram os Deuses Astronautas?, escrita por Erich von Däniken, que apresenta a teoria de que os precursores da vida na Terra seriam astronautas extraterrestres. Outra obra em que Prometheus se inspirou foi o livro de ficção científica Nas Montanhas da Loucura, de H.P Lovecraft. 

Com um roteiro interessante em mãos,formou-se o elenco estelar, que contava com nomes como: Idris Elba, a oscarizada Charlize Theron, Noomi Rapace, o talentoso Michael Fassbender e o Guy Pearce. O roteiro se limita a discutir os conceitos de fé e ciência,ao abordar a teoria que nossos possíveis criadores eram uma raça extraterrestre,e que por algum motivo,se afastaram de sua criação,tendo depois  aberto a possibilidade de nos destruir por completo,conforme as pesquisas do grupo vão definir.Elementos como ateísmo,ambição,poder e imortalidade também encontram espaço para ser discutidos nessa obra.

Assim sendo, o filme perde bastante o seu principal elemento, que é todo o clima de tensão reinante característico da franquia. Scott mantém o mistério e alguns elementos bem conhecidos de quem conhece a série, e tem algumas cenas que remetem que,de alguma forma, esse filme não se passa totalmente à parte dos demais. Existem sim, algumas sequências que deixam isso explícito, como a angustiante cena em que a personagem da Noomi Rapace faz uma cirurgia cesariana para extrair um Alien de seu ventre.

Outro problema do roteiro envolve o personagem do Guy Pearce, que resulta numa reviravolta sem interesse algum para a história. Entretanto, o filme tem muitas coisas a seu favor. Mais uma vez podemos destacar toda a cenografia e direção de arte. A nave que dá título ao filme, a Prometheus, é explêndida. O figurino também impressiona, principalmente os trajes espaciais da tripulação. Os efeitos são magnifícos. Talvez o que surja um tanto estranho é a concepção dos "Engenheiros", a tal raça que acreditam ser nossos criadores, Nitidamente resultantes de efeitos gráficos,eles tem um visual um tanto esquisito. O elenco se sai bem,mas o grande destaque fica por David,um robô criado para servir a tripulação da nave, interpretado pelo Michael Fassbender. A principio servil e pau pra toda obra,aos poucos suas intenções nos colocam em dúvidas. Quem conhece a série,sabe que os robôs sempre reservam surpresas.

Tem um fator questionável mas compreensível nesse filme.Como dito,ele teoricamente se passa alguns anos antes dos eventos do filme de 1979.Assim,assistindo a série por essa ordem, Prometheus e em seguida Alien-O Oitavo Passageiro, vai se perceber que a tecnologia da Prometheus para a Nostramus é contrastante:os painéis e monitores da Prometheus são todos digitais e holográficos,enquanto os da Nostromus, que virtualmente deveriam ser muito mais avançados, são analógicos  e os painéis mais parecem piscas de árvores de natal. Logicamente vamos relevar os fatos que Prometheus é um filme de pouco mais de 5 anos, enquanto o primeiro Alien foi lançado há quase 40 anos. Da mesma forma os trajes espaciais de uma produção a outra são super contrastantes. Mas são detalhes que devem ser deixados à parte. O que importa é que o primeiro Alien é um clássico absoluto, e é um filme que não faria feio se fosse relançado nos dias atuais.

Por fim, com erros de um lado e acertos do outro, Prometheus divide até hoje opiniões. Tanto os críticos como os fãs veem essa obra com opiniões diversas, tanto negativas quanto positivas. Uma parte considerável dos fãs não aprovou, ainda mais porque o filme não ficou concluído totalmente nesse título, ficaram as famosas pontas soltas que deverão ser respondidas no mais novo filme, o Alien Covenant, que deve então fechar a ponte para a famosa obra de 79. O fato de ter sido vendido como já dito, numa espécie de prequel da série, e na verdade apresentar um roteiro um tanto distanciado do que se esperava, (embora os elementos da franquia se façam presentes, mesmo na proporção não esperada e desejada.Até o próprio Alien dá as caras em determinado momento), foi o principal motivo para o desgosto dos fãs.

Mas o filme não foi um fracasso de bilheteria. Com orçamento de 130 milhões, arrecadou mais de 403 milhões, o mais bem sucedido comercialmente falando, dessa série.




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