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sábado, 13 de maio de 2017

Resenha Cinefíla - Aliens O Resgate - 1986

Ripley e os monstrengos mais temíveis das galáxias voltariam à cena sete anos depois da bem sucedida primeira produção.Ridley Scott, um dos principais responsáveis pelo sucesso do mitológico filme antecessor não retornou para a sequência, que caiu nas mãos de mais um recém chegado em Hollywood.

Aliens - O Resgate
Pais - Estados Unidos
Ano - 1986 
Duração - 137 min 
Direção - James Cameron
Produção - Gale Anne Hurd
Roteiro - James Cameron, David Giler, Walter Hill
Género - Ficção científica, Terror, Ação
Música - James Horner
Efeitos especiais - John Richardson
Cinematografia - Adrian Biddle
Edição - Ray Lovejoy
Companhias produtoras - Brandywine Productions
Distribuição - 20th Century Fox
Lançamento:
Estados Unidos 18 de Julho de 1986
Brasil 17 de Dezembro de 1986
Portugal 18 de Dezembro de 1986
Idioma - Inglês
Orçamento - US$ 18,5 milhões (estimado)
Receita - US$ 131 milhões

Sigourney Weaver .... Ellen Ripley
Carrie Henn .... Rebecca "Newt" Jordan
Michael Biehn .... Dwayne Hicks
Paul Reiser .... Carter J. Burke
Lance Henriksen .... L. Bishop
Bill Paxton .... soldado W. Hudson
William Hope .... tenente S. Gorman)
Jenette Goldstein .... soldado J. Vasquez
Al Matthews .... sargento A. Apone
Mark Rolston .... soldado M. Drake
Ricco Ross .... soldado R. Frost
Daniel Kash .... soldado D. Spunkmeyer

Depois de um sono de cinqüenta e sete anos, a única sobrevivente (Sigourney Weaver) de uma tragédia espacial descobre que o local onde tudo ocorreu com sua nave foi colonizado e, apesar das pressões, ela decide retornar para salvar as setenta famílias lá existentes. Mas mesmo com todo o armamento mais recente eles não são páreo para as centenas de alienígenas que invadiram a colônia.

 Um sujeito que décadas depois entraria para a história do cinema por algumas obras-primas foi o escolhido para comandar a segunda aparição dos horrendos xenomorfos. Seu cartão de visitas foi dado dois anos antes dessa produção, ele assinou uma pérola de baixo orçamento conhecidíssima, intitulado O Exterminador do Futuro. Muitissímos anos depois, ele comandaria um filme chamado Titanic, que arrecadaria a bilheteria de mais 1 bilhão de dólares e  11 Oscars. Uma década depois,ele voltaria a assombrar Hollywood com um filme chamado Avatar, que passaria dos dois bilhões de arrecadação, tornando-se até hoje a maior bilheteria dos cinemas. Logicamente você já deve ter matado quem é o diretor dessa obra aqui, um certo James Cameron. O futuro badalado produtor/roteirista/diretor era um grande fã do filme de 79 e talvez ele na época em que viu o filme pela primeira vez, não imaginaria que seria responsável pela sequência.

Porém, no longínquo ano de 1986, Cameron ainda não era um dos grandes nomes do cinema. Mas os estúdios Fox acreditaram em seu potencial e lhe contrataram como  um dos roteiristas. O caso é que ele escreveu parte do roteiro no momento em que o primeiro Exterminador do Futuro, que o James iria dirigir, estava em pré-produção, e segundo contam, os produtores gostaram tanto, que decidiram só iniciar a produção quando ele concluísse as filmagens do Exterminador, pois queriam que ele comandasse a obra. Eles também estavam aguardando para ver como seria a recepção ao seu filme,e estavam obstinados a só conceder a ele a direção caso O Exterminador fizesse sucesso. Uma das principais diferenças da sequência seria que o filme não seria voltado ao terror, como fora o anterior, seria uma mistura de SCI FI com a ação, que sempre foi uma das grandes marcas do Cameron. O novo diretor se mantém fiel ao material desenvolvido por Ridley, mas dá ao novo filme a sua assinatura. Entretanto, as coisas não foram tão simples para o novato na cadeira deixada por Scott.

O filme foi rodado na Inglaterra e, a equipe, quase toda ligada a Ridley Scott, não aceitou o novo diretor e tornou a produção infernal. “O Exterminador do Futuro” ainda não havia sido lançado e Cameron era desrespeitado no estúdio. Ele chegou até a programar uma exibição de “Terminator” para provar sua capacidade técnica e criativa aos colegas. Pouca gente se dignou a comparecer à sessão. O estilo de trabalho dos ingleses também conflitava com o dos americanos. As pausas para o chá enlouqueciam Cameron.

Um novo elenco foi formado, com nomes como Carrie Henn, Bill Paxton, Paul Reiser. O James trouxe também dois atores que trabalharam com ele em O Exterminador: os atores Michael Bihen e Lance Henriksen.Sigourney Weaver não tinha interesse em voltar à franquia,mas ao ler o roteiro de Cameron ficou impressionada e decidiu participar. O roteiro do filme segue em parte, de onde o anterior foi concluído. 

Reencontramos a Ripley após uma hibernação de 57 anos na cápsula de escape, quando finalmente é resgatada. Precisando se adaptar após tantos anos terem se passado, a jovem enfrenta um inquérito na empresa onde trabalhava, precisando explicar o que aconteceu e como se perdeu a nave mineradora. Ninguém acredita na história que ela conta, é claro. Acontece que o planeta onde tudo teve início agora foi colonizado, mas perdeu-se o contato com os colonos e o pessoal decide investigar o que aconteceu. Ripley é chamada para partir numa missão, atuando como consultora, de imediato ela recusa, mas depois volta atrás. Nossa heroína se junta a um destacamento militar numa nave de guerra.

O que se segue é um filme de guerra,como dito anteriormente. Mas o novo diretor, embora fiel aos elementos antecessores, nos traz os monstros em sua concepção, apresentando elementos novos e surpreendentes. Logo ficamos sabendo que toda a colônia foi tomada por uma horda de Aliens, tão selvagens e mortíferos quanto o que os fãs já conheciam. Uma nova personagem coadjuvante ganha a cena:a garotinha Newt, interpretada pela atriz mirim Carrie Henn.Sua personagem conquista a afeição da durona Ripley. Como curiosidade, foi o único filme da pequena atriz,que decidiu não seguir carreira. Cameron assim como o Scott o fez, não apresenta os monstros de imediato, e embora o espectador saiba o que espera os azarados personagens que serão destroçados pelos monstrengos,  ficam tomados pelo suspense e expectativa.

Mas provavelmente a maior contribuição do James para a franquia, foi a concepção da Rainha Alien. Ainda mais mortífera, letal e impressionante que tudo o que já conhecíamos dos demais alienígenas, a criatura é realmente aterrorizante e impressiona por suas proporções gigantescas e ferocidade. A sequência em que Ripley enfrenta o monstro,a bordo de um exoesqueleto é antológica e uma das maiores do gênero e tornou-se icônica na cultura pop,sendo diversas vezes copiada e referenciada. Talvez seja uma das mais alardeadas cenas do gênero em todos os tempos. 


Quem criou a Rainha e ficou responsável pelos efeitos visuais foi o conhecido Stan Winston e sua equipe. Não só ela, mas todos os aliens aparentam bem mais flexibilidade, agilidade e realismo em relação ao alien solitário do primeiro filme, embora o conceito de Giger ainda permaneça intacto. A criatura necessitava de 14 a 16 técnicos para a operar e a fazer funcionar de forma convincente.

A parte técnica do filme é tão impressionante quanto a do antecessor,com destaque para a trilha sonora do James Horner,substituindo o Jerry Goldsmith.E não temos como não dar ênfase mais uma vez à grande protagonista, a Ellen Ripley, que em Alien – O Oitavo Passageiro era mais passiva no começo, também assume essa tendência no início de Aliens – O Resgate, até se ver no meio de uma situação limite tentando proteger uma menininha que lembrava-a da filha que não viu crescer — sim, porque o segundo se passa 57 anos depois do primeiro. Você vê a personagem mudar e se tornar corajosa por necessidade. Pode-se afirmar que ao lado da inesquecível Sarah Connor,da franquia do Exterminador,a Ripley integra uma galeria seletíssima de personagens inesquecíveis e duronas. Não por menos a Weaver foi indicada ao Oscar por sua performance nessa obra.

Até hoje existe uma discussão entre os fãs sobre qual dos dois seria o melhor dessa franquia: o primeiro ou o segundo?

Alien – O Oitavo Passageiro era mais psicológico, ficção-científica misturada com atmosfera de horror. Aliens – O Resgate mantém um pouco do horror, mas dá foco maior para ação. O fato é que o Cameron mostrou ao que estava destinado. A sua passagem por essa série foi marcada por uma sequência que muitos afirmam ser superior ao excelente antecessor, e uma das melhores sequências de todos os tempos. Algum tempo depois, o mesmo diretor faria outra sequência que até hoje é badaladíssima: O Exterminador do Futuro 2.

Com custo de 18 milhões,o filme fez 131 milhões de bilheteria e foi um enorme sucesso crítico.Ainda levou 7 indicações ao Oscar,e venceu duas: Efeitos especiais e Edição de Som. Também venceu um  Hugo Awards de Melhor Apresentação Dramática, um Bafta de Efeitos Especiais e teve 11 indicações ao Saturn Awards, vencendo 8, o que incluiu Melhor filme e diretor. Pena que esse seria o último filme realmente excepcional com esse universo e personagens. As futuras sequências seriam extremamente fracas e sem a mesma magnitude dos dois primeiros filmes.



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