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domingo, 14 de maio de 2017

Resenha Cinéfila - Alien 3 - 1992

Costumam afirmar que o terceiro filme de uma franquia é sempre inferior aos antecessores. Depois que Scott e Cameron destrincharam o universo Alien, seria possível agregar algo a mais? Talvez os idealizadores acreditassem que sim.

Venha conferir...
Alien 3
Pais - Estados Unidos
Ano - 1992
Duração - 114 min 
Direção - David Fincher
Produção - Gordon Carroll, David Giler, Walter Hill
Roteiro - Dan O'Bannon, Ronald Shusett, Vincent Ward, David Giler, Walter Hill, Larry Ferguson
Gênero - Ficção científica, terror, suspense
Música - Elliot Goldenthal
Efeitos especiais - Amalgamated Dynamics, Boss Film Studios
Cinematografia - Alex Thomson
Edição - David Crowther, Terry Rawlings
Companhia produtora - Brandywine Productions
Distribuição 20th Century Fox
Lançamentos:
Estados Unidos 22 de Maio de 1992
Brasil 4 de Setembro de 1992
Portugal 25 de Setembro de 1992
Idioma - Inglês
Orçamento - US$ 63 milhões (estimado)
Receita - US$ 159 milhões


Sigourney Weaver .... Ellen Ripley
Charles Dance .... Clemens
Charles S. Dutton .... Dillon
Paul McGann .... Golic
Brian Glover .... Andrews
Ralph Brown .... Aaron
Danny Webb .... Morse
Christopher John Fields .... Rains
Holt McCallany .... Junior
Lance Henriksen .... Bishop II

Tom Woodruff Jr. (não creditado) .... O Alien

Ripley está voltando para um lugar onde pode, finalmente, esquecer da existência das terríveis criaturas, quando sua nave expele todos seus passageiros por causa de um incêndio provocado pela presença de uma vida alienígena á bordo. A protagonista caí num planeta que serve como base de uma penitenciária de segurança máxima, e após acordar do hiper sono descobre que todos aqueles que estavam com ela durante o incidente morreram tragicamente, incluindo (obviamente) a pequena Newt. Porém, um boi que estava vivendo na prisão é infectado e dá vida a mais um alien que aterrorizará os funcionários e prisioneiros da penitenciária, o problema é que não há nenhuma espécie de arma de fogo – o ideal para matar a hostil e perigosa criatura – e todos terão que se defender com machados e pedaços de metal.


Existe um fato marcante na franquia Alien:os produtores dão oportunidades a diretores sem renome,que posteriormente se consagram como grandes do cinema. Como vimos,ocorreu isso com o Ridley Scott e o James Cameron. O terceiro escolhido para comandar a franquia até então era um ilustre desconhecido,cujo currículo era formado por direções em clipes de astros da música, como Madonna. Era ninguém menos que o David Fincher, que depois se tornaria um nome badalado da indústria hollywoodiana, com filmes como Seven, Clube da Luta, O curioso Caso de Benjamin Button e A Rede Social.

Ridley e Cameron deixaram suas marcas na série.Como seria a passagem do Fincher?

O roteiro do terceiro filme foi escrito a 3 mãos.Walter Hill,que produziu e colaborou no desenvolvimento do roteiro do primeiro, dividiu os créditos do roteiro com mais 2 pessoas, e pode-se afirmar, eles tentam fazer uma colcha de retalhos dos melhores momentos das primeiras produções. 

A premissa é até interessante, Ripley está confinada num planeta-prisão, sem arma alguma, enquanto um novo alienígena começa o banquete com os demais personagens. Ela é agora a única personagem feminina da obra e tem um diferencial dos demais filmes:está sem um fio de cabelo.Sigourney, que volta no terceiro filme como co-produtora, novamente vive uma personagem angustiante e inflexível,que mais do que nunca, precisa sobreviver num ambiente totalmente inóspito. Sendo que dessa vez, o alienígena malvadão não a ataca. Por que será?? Num filme com poucos atrativos,pode-se afirmar que a performance da Sigourney é ainda a melhor coisa da obra.

Porém, esse não foi o roteiro inicialmente desenvolvido.Após o sucesso de O Resgate, a produtora queria um novo filme para o mais rápido possível, e num rascunho inicial, a série ganharia um novo protagonista: o soldado Hicks, um dos poucos sobreviventes da última produção. As ideias foram levadas para o roteirista Willian Gibson, que escreveu às pressas, por conta de uma greve de roteiristas na época. Segundo dizem, o roteiro era bom, mas aí veio a intromissão da Fox, o que acarretou na saída do Gibson do projeto.Um outro roteirista, o Eric Red assumiu a função, as ideias anteriores foram descartadas e o presidente da Fox afirmou que queria a Ripley de volta. Resumo da história, o roteiro foi uma bagunça só, passando por várias pessoas até ter uma definição.


Com tudo isso,o filme já inicia com uma falha que é até hoje imperdoável pelos fãs, a morte dos 3 personagens de maior destaque do filme anterior: o soldado Hicks, a garotinha Newt e o andróide Bishop. Ficamos sabendo que eles não conseguiram sobreviver,após comerem o pão que o diabo amassou no Resgate.Os realizadores talvez quisessem com isso mandar um recado:tudo pode acontecer nessa terceira produção.Aliás,esse filme tem uma cena antológica: o encontro entre a Ripley e o monstro,quando ele a encurrala. O espectador fica apreensivo,pois sabe o que esse encontro pode resultar. O recado já havia sido dado. A sequência em que o monstrão encosta em seu rosto e ela se encolhe amedrontada virou um marco de toda a série.

O problema do terceiro Aliens é que o novo diretor, o Fincher, caiu literalmente de pára quedas no meio da produção. Quando ele a assumiu, ela já estava em andamento, com a passagem de outros diretores, que inclusive haviam iniciado o processo de fotografia da obra. Até o diretor de fotografia teve de ser substituído no meio das filmagens, por estar com alzheimer. Para completar, houve um fato que infelizmente é recorrente vez ou outra em algumas produções, a intromissão dos produtores. Os figuras davam palpites a toda hora, inclusive pedindo regravações e alterando detalhes do roteiro.

O maior problema do Fincher é realmente ter de lidar com o roteiro mal escrito, que traz ao fã da franquia, uma sensação de déjà vu, com repetições de cenas já vistas anteriormente,os ataques pouco inspirados do alien aos demais personagens, que só entram na história com essa finalidade mesmo. Também tem uns pontos questionáveis. Afinal, como aquele ovo de onde o parasita saiu foi parar na nave, se a Rainha havia se desprendido do casulo bem antes do final de Aliens - O Resgate? E se de cada ovo sai um parasita, que morre após inserir um embrião no hospedeiro, de onde surgiu o parasita que ataca o boi que acabará dando origem ao Alien nessa nova produção? Vale citar que é também o filme mais sangrento da franquia até então. Também não temos de perdoar a trilha sonora,que de marcante, tornou-se dispensável.


Outro ponto questionável é a concepção do alienígena.Os anteriores eram bonecos controlados por uma infinidade de técnicos.O dessa obra é criado como animação de computador unido a uma técnica de stop motion. Eram os primeiros passos dos efeitos digitais, então, o resultado não poderia ser outro, chega a ser um desastre em certos momentos. A sequência final, em que a Ripley se sacrifica para pôr um fim às intenções de se levar um Alien à Terra, é de longe constrangedora, por conta do CGI gritante.


Segundo contam,a passagem dos xenomorfos seria concluída nas telonas com essa produção aqui. Com muitos erros, o filme até hoje divide a opinião dos críticos e fãs. Há quem consiga ver pontos positivos e não considere o filme um desastre total. Só não alcançou a unanimidade como o pior da série porque inesperadamente 5 anos depos,Ripley, acompanhada dos monstrengos retornaria numa desnecessária 4ª produção, que é quase odiada por todos. Mas comparado aos anteriores, foi sim inferior, e representa com argumentos convincentes a máxima dos terceiros filmes. Tanto que o David Fincher, que não participou do processo de pós-produção, até hoje prefere esquecer sua passagem pela obra. 

Mas ao criar renome e mostrar que é um cara competente, a Fox decidiu alguns anos depois trazer aos fãs a sua versão do diretor, com 25 minutos de cenas inéditas. Segundo dizem,pouco acrescenta ao original de 1992, mas o desenvolvimento de algumas cenas é melhor trabalhado.

Com orçamento de 63 milhões, o filme teve uma bilheteria de 159 milhões. Foi o mais caro da série até então.




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