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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Filmes Esquecíveis do Cinema - O Enviado

Quando um filme passa 1 ano e mais de 4 meses pra ser lançado ao final de sua produção, é preciso ficar de olhos abertos. Curioso é que nada menos que 7 pessoas responderam pela produção de algo que no final foi um fracasso retumbante.
O Enviado - Godsend
Dirigido por Nick Hamm
Produzido por Marc Butan, Sean O'Keefe, Cathy Schulman, Mark Canton
Escrito por Mark Bomback
Música por Brian Tyler
Cinematografia por Kramer Morgenthau
Editado por Niven Howie, Steve Mirkovich
Produção Companhia 2929 Entretenimento
Distribuído por Lions Gate Films
Data de lançamento - 30 de abril de 2004
Tempo de execução - 102 minutos
Países - Estados Unidos, Canadá
Língua - Inglês
Despesas - US $ 25 milhões
Bilheteria - $ 30,114,487 

Greg Kinnear como Paul Duncan
Rebecca Romijn como Jessie Duncan
Robert De Niro como Richard Wells
Cameron Bright como Adam Duncan
Janet Bailey como Cora Williams
Christopher Britton como Dr. Lieber
Jake Simons como Dan Sandler
Elle Downs como Clara Sandler
Zoie Palmer como Susan Pierce
Devon Bostick como Zachary Clark Wells
Munro Chambers como Max Shaw

O casal Paul (Greg Kinnear) e Jessie (Rebecca Romijn-Stamos) vive uma tragédia após Adam (Cameron Bright), seu filho de apenas 8 anos, falecer em um acidente. Desesperados, eles partem à procura do Dr. Richard Wells (Robert De Niro), um perito em genética, pedindo que ele crie um clone do filho morto. A experiência é ilegal e experimental, mas ainda assim Paul e Jessie estão dispostos a correr o risco. Wells consegue criar o clone, mas aos poucos os pais percebem que as atitudes do novo Adam são diferentes do original.

Decadente há tempos, o gênero do terror e suspense ganha cada vez mais títulos que só deprimem. Os produtores até que insistem, formam um elenco decente, com o nome do grande De Niro entre os demais astros e a esperança que seu nome desperte o interesse dos seus fãs é redobrada. Infelizmente como sabemos, não existe ator algum, consagrado ou não, que salve o filme de um roteiro horrível e uma direção perdida. Para se fazer justiça, o Robert é praticamente um coadjuvante de luxo.

O Enviado, suspense meia-boca foi mais um desses casos. A história é confusa, cheia de voltas e reviravoltas e tão clichê,que no seu decorrer acaba se perdendo por completo. O filme reúne dois temas, ficção científica, com a ideia da clonagem humana e o terror,com a velha história do garoto possuído por uma entidade maligna ou personalidade. Já cansamos de ver coisas assim,às vezes funciona, outras não. O caso aqui foi a primeira opção. O filme vai se perdendo aos poucos na intenção e se rende aos sustos fáceis e batidos que já não impressionam mais ninguém.

Essa ideia de crianças aparentemente dóceis se transformando em figuras ameaçadoras com olhares e expressões malignos é uma temática já tão explorada pelo cinema que já perdeu um pouco daquele efeito perturbador sobre o público, e no caso especificamente desse filme, o garoto influenciado pelo fantasma de um outro menino com um passado trágico não consegue transmitir aquela sensação de desconforto que deveria. A história toda é fantasiosa demais, principalmente pelo fato da família Duncan decidir clonar o filho morto e ser por isso obrigada a se isolar de tudo e todos que conheciam, afastando-se da vida anterior para ingressarem num mundo novo que gira em torno de uma experiência de clonagem que não pode ser descoberta devido a sua ilegalidade.

O mal mesmo do filme é não saber que caminho  seguir. Poderia render com o tema da clonagem humana e suas consequências, mas acaba se perdendo no sobrenatural, utilizando elementos já gastos por outros filmes do gênero.

E já que falamos do elenco,por que não abrir destaque para os principais personagens? Mais uma vez atravessando uma produção no piloto automático, Robert De Niro não possui um momento memorável sequer. Outra que pouco faz é Rebecca Romijn-Stamos, que limita-se a chorar e a gritar de susto, dependendo das exigências do roteiro, enquanto o garotinho Cameron Bright fica no básico, apostando em expressões ameaçadoras e só. Desta forma, o único que se destaca de alguma maneira é o sempre subestimado Greg Kinnear, que não apenas transmite bem as dúvidas morais de seu personagem como ainda retrata com talento sua dor e preocupação ao constatar as mudanças em Adam. É uma pena, portanto, que o filme decida transformá-lo em uma espécie implausível de detetive a partir da metade da trama (e é ridículo vê-lo descobrindo um desenho de criança que, acreditem ou não, permaneceu dez anos pregado em uma parede de um prédio abandonado).



Enorme fracasso crítico e comercial,e reconhecido como um dos piores filmes do início do milênio,O Enviado teve a recepção merecida e hoje vaga no limbo hollywoodiano,lugar mais que merecido para obras assim.


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