Que saudades da minha infância...
Onde não via maldade em nada...
Quando a minha preocupação era brincar
E não sujar a minha roupa nova...
Era uma época tão boa...
Não escolhíamos amigos pela aparência
Nem pela cor ou condição financeira...
Eram amigos porque nos faziam bem...
Saudades dos beijos da mamãe...
Que curavam qualquer ferida...
Só me machuca brincando e não amando...
Agora só o seu beijo para curar a minha dor...
Sinto saudades do que o tempo levou...
O tempo passou e a luta começou...
O primeiro amor...
A primeira dor de amor...
Mas mesmo assim sinto falta da minha inocência
De ver beleza em tudo, de acreditar nas pessoas
Que elas eram totalmente verdadeiras...
Que não usavam o seu cinismo para impressionar
Que a única maldade era soltar a trança da amiga
Como era bom acordar com o sorriso no rosto
Cheia de esperança porque o Natal estava chegando
E que mesmo sendo pobre viria um presentinho
Feito pela mamãe ou papai...
Agora vejo as crianças insatisfeitas por mais que tenha
Saudades de um tempo que o verdadeiro amor existia...
Que a minha maior decepção era minha boneca quebrada
Saudades das minhas birras por não poder sair de casa
Ou ter que chegar cedo de um bailinho na casa da amiga
Saudades das broncas que levava por não dormir cedo
E que os meus choros eram por bobeira e fácil de resolver...
Sim eu sinto saudades, pode ser saudosismo...
Mas, era um tempo que eu era feliz sem saber...
Quando somos novos não temos essa percepção...
Queremos ser adultos e quando chegamos...
Sentimos saudades do tempo passado...
Elaine Coletti
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