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quinta-feira, 21 de julho de 2016

Especial Tarzan - Origem, Livros & HQs


Outro personagem bastante popular dos fãs de cinema está voltando às telonas esse ano. Criado no início do séc XX, ele tornou-se assim como muitos outros, um dos personagens mais populares a abordar Hollywood. Originário assim como tantos outros, da literatura, encontrou espaço e fez sucesso também nos quadrinhos, séries de TV, animações sendo depois um dos mais adaptados ao cinema.Famosíssimo, com várias produções no currículo, ele integra um grupo seleto de personagens famosos a nível mundial. Trazemos agora a trajetória do incrível homem-macaco, Tarzan.


A origem

A história dá contas que o personagem Tarzan foi criado no ano de 1912, pelo escritor estadunidense Edgar Rice Burroughs. Nascido em 1875 em Chicago. Sua primeira aparição foi na revista All Story Magazine,no mesmo ano, vindo dois anos depois a ser publicado em formato de livro. O personagem apareceu em mais vinte e quatro livros e em diversos contos avulsos. Sob a autoria de seu criador,ele estrelou de 1912 a 1965. O primeiro título chamou-se Tarzan of The Aples. Este livro, só teria a sua primeira versão em livro em junho de 1914, quando uma pequena editora, AC McClurg & Co., aceitou publicá-lo, vendendo-o ao preço de dois dólares cada exemplar. Esta edição tem, nos dias atuais, um valor incalculável.

A história elaborada por Edgar Rice Burroughs gira em torno de John Clayton III, ou Lorde Greystoke, herdeiro de uma tradicional família da nobreza inglesa. Nascido durante uma expedição dos pais na África tropical, o pequeno John perdeu abruptamente os pais quando ainda era um bebê de colo. Após o assassínio do pai por um gorila, a criança sobrevivente é levada por uma fêmea de macaco, que o adota como filho, alimentando-o e ensinando-lhe a arte da sobrevivência dos primatas no coração da selva. Assim, o pequeno John cresce no meio de um grupo de macacos ferozes, como se fosse um deles, assumindo-lhes os hábitos e instintos naturais de sobrevivência. Ao desenvolver sua instigante trama, Edgar Rice Burroughs sabia que iria precisar de um nome diferente e ressonante para rebatizar John Clayton III. Primeiro pensou em Zantar, mas não gostou do som da pronúncia. Outros tantos vieram: Ugh, Tublat-Zan… até que chegou em Tarzan. O nome pareceu-lhe perfeito.

Criado por macacos no coração da selva africana, o nobre senhor e órfão inglês teve o seu nome alterado pelos próprios símios, que segundo Burroughs, queria dizer “Pele Branca”. Tarzan, o homem-macaco, tem um desenvolvimento mental humano, apesar do aprendizado animal que se lhe foi estabelecido. Sentindo-se o patinho feio dos seus “irmãos” símios, ao crescer, seus instintos humanos faz com que se torne o rei da sua tribo de macacos. Tarzan vai descobrir a sua verdadeira condição humana, as suas verdadeiras raízes e real história, ao estabelecer contatos com a civilização de exploradores brancos da África. Aos poucos, a sua deficiência de fala e linguagem humana vai dando passagem às lições civilizadoras que se lhe serão administradas pela bela Jane Porter, por quem se irá apaixonar e descobrir a sua essência de homem.

Ao relacionar-se com os homens e a civilização que o gerara, Tarzan viverá o conflito da sua alma humana e da sua concepção símia de ver o mundo. Lutará contra a natureza do que se tornou e do mundo de onde foi abruptamente arrancado quando criança. Seus sentimentos por Jane opõem-se à liberdade selvagem que se lhe assola a existência. O jovem inadaptado sente que a sua índole silvestre pode prejudicar a amada. No fim de “Tarzan of the Apes”, o jovem John Clayton III renuncia ao título e ao amor de Jane, preferindo ser o livre rei dos macacos, tendo a selva como palácio e os símios como súditos.

A visão da África criada por Burroughs tem pouco a ver com a realidade do continente, pois ele inventa que a selva africana esconderia civilizações perdidas e criaturas estranhas. Burroughs, entretanto, nunca esteve na África. A história de Tarzan empolgou leitores do mundo inteiro, fazendo com que Edgar Rice Burroughs escrevesse mais vinte e quatro livros, além de diversos contos avulsos. A paixão dos leitores por “Tarzan of the Apes” esbarrava-se no final do livro, odiado por todos por causa da renúncia de Tarzan ao amor de Jane. Para contornar o desafeto dos leitores, Edgar Rice Burroughs decidiu que Jane iria morar com Tarzan na selva, como casal, no romance seguinte, “The Return of Tarzan”, história publicada em 1913.

Além dos vinte e quatro livros com uma história completa em cada um, Edgar Rice Burroughs publicou, em 1936, “Tarzan and the Tarzan Twins”, que trazia as histórias “The Tarzan Twins” e “The Tarzan Twins With Jad-Bal-Ja, The Golden Lion”. As obras do autor continuaram sendo publicadas mesmo após sua morte, ocorrida em 1950. 15 anos depois ainda haviam história inéditas sob sua autoria. Ao morrer, Burroughs foi enterrado numa pequena cidade do estado da Califórnia chamada Tarzana. Entretanto, seu falecimento não significou o fim das aventuras do personagem,que foi também trabalhado por nomes como  Barton Werper, Fritz Leiber, Philip José Farmer.

O sucesso em outras mídias

Tarzan imediatamente tornou-se um enorme sucesso e não demorou a migrar para outras mídias de entretenimento. A literatura foi uma fonte que explorou a figura do homem-macaco e o fez protagonista de vários títulos. Dezoito livros de Tarzan foram publicados no Brasil pela Companhia Editora Nacional a partir de 1933, na coleção Terramarear. As traduções foram feitas por importantes escritores, como Monteiro Lobato ,Godofredo Rangel , Manuel Bandeira e outros. Na década de 1970, a Editora Record relançou oito desses volumes, com capas de Burne Hogarth. No final da década de 1980, foram publicados pela editoraTempo Cultural. Esses livros foram traduzidos do espanhol e não do inglês.

Em Janeiro de 2014, o livro Tarzan dos Macacos foi republicado pela Jorge Zahar Editor com tradução de Thiago Lins e ilustrações de Hal Foster em decorrência do lançado do filme animado alemão Tarzan: A Evolução da Lenda e o centenário do lançamento do romance em livro . Já em Portugal, a editora Portugal Press, de Lisboa, editou a obra completa do herói.

Nos quadrinhos

As hqs foram quem mais souberam trabalhar com o Tarzan.Suas primeiras aparições em quadrinhos iniciaram em 1929 sob a tutela do quadrinista Hal Foster. Há quem diga que  os quadrinhos norte-americanos de aventura surgiram de fato com a adaptação que ele fez do herói dos pulps e da literatura de aventura. Até então, os Comics que se faziam nos Estados Unidos – produzidos para jornais e revistas de variedades, já que os gibis não tinham sido ainda criados – se dividiam entre o infantil e o humor para leitores de todas as idades, sob rigorosa censura moral e política das agências distribuidoras, os syndicates.

Com traço mais adulto e clássico, Foster foi o primeiro de uma infinidade de artistas que recriaram nos quadrinhos a lenda de Tarzan. E ele o fez com fidelidade e competência. Foster só voltaria ao personagem em 1931, desenhando páginas dominicais coloridas. Ele é responsável por várias inovações de inspiração cinematográfica: campo e contra-campo, grandes planos e contra-luz. Ele seguiu fielmente os livros de Burroughs e nunca usou balões e, sim, textos incorporados aos quadrinhos. 


A partir de 1937, Foster foi substituído por Burne Hogarth. Hogarth utilizou seus conhecimentos de anatomia para mostrar uma explosão de músculos, um turbilhão de movimentos, paisagens atormentadas mas vibrantes, selvas fantasmagóricas e raízes com formas monstruosas. Ele desenharia essas páginas até 1950, quando foi substituído pelo também importante Bob Lubbers, mas voltou em 1972, com uma nova versão da história de Tarzan em forma de livro. 


O mesmo desafio se impôs, 40 anos depois, a outro gênio dos Comics, o também norte-americano. Dono de um dos traços mais  originais dos quadrinhos de todos os tempos, quando começou a escrever e a desenhar Tarzan em 1971, a convite da DC, Kubert tinha 46 anos e estava no esplendor da sua forma. Conseguira fugir das regras do mercado ao defender para si um estilo próprio em que valia mais a perfeição anatômica, a construção dos cenários e as expressões faciais – seu Tarzan tem sempre um olhar triste e trágico – do que a arte-final caprichada, cuidadosamente construída com pincéis. Seus rabiscos de bico de pena e caneta acabaram por lhe dar um charme especial e o transformaram em um gênio reconhecido e artista cultuado.

Rex Maxon começou uma longa série de aventuras de Tarzan ainda em 1929, quando Foster se recusou a desenhar "The Return of Tarzan". Dono de um traço duro, que melhorou com o tempo, Maxon desenhava tiras diárias, distribuídas para os jornais do mundo inteiro, mas se encarregou também de páginas dominicais durante vinte e oito semanas em 1931, enquanto Foster não voltava. Maxon desenhou Tarzan até 1947.

Vários outros desenhistas se dedicaram ao personagem, muitas vezes anonimamente: Joe Kubert, Dan Barry, John Lehti, Reinman, Ruben Moreyra, Jesse Marsh, John Celardo, John Buscema, Bob Lubbers etc. Dentre os autores, destaca-se Gaylord DuBois. Poucos artistas conseguem capturar a essência da figura humana em sequências de ação como Joe Kubert. Seu expressivo talento encontra-se plenamente exposto nas HQs do Tarzan da década de 1970. Dark Horse Comics publica várias séries Tarzan desde 1996 até os dias atuais, incluindo republicações de editoras anteriores como a Western/Gold Key, em parceria com a DC, publicou dois crossover de Tarzan com Batman e Superman: Batman/Tarzan: Claws of the Cat-Woman e Superman/Tarzan: Sons of the Jungle Tarzan também lutou contra os Predadores, alienígenas da série de filmes em Tarzan vs. Predator: At the Earth's Core.

Em dezembro de 2011, a Dynamite Entertainment lançou a série Lord of the Jungle, estrelada por Tarzan, a editora evitou usar o nome do personagem na capa, a fim de não violar a marca registrada, mesmo que o personagem esteja em do domínio público. No entanto, em 2012, a Edgar Rice Burroughs, Inc. processou a editora. Em nosso país, a primeira publicação com o Tarzan foi em 1934. Quem ficou responsável pela publicação foi a extinta Editora Ebal, uma das mais populares daqueles tempos.

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