Aí, o
suicido do Amor
Romeus e
Julietas dos nosso cómodos,
Aquelas e
aqueles que se cingem ao pecado,
Na lua
choram e rezam, morrendo a cada noite,
Compasso
de danças, vizinhos quartos
Noites de
insónias navegam galés
Roupas e
trapos espalhados ao pés,
Avisos da
noite, ressuscitam madrugadas,
Os dedos
cegos, finíssimos brincam sozinhos,
Os dedos
aos lábios, promessas de beijos
Troca de
beijos, promessas, outros desejos
No relvado
húmido, uivam lobos, dormem os pássaros,
Cisnes
adormecidos, passeiam-se no lago
Prata do
luar, orvalho lá fora
Romeus e
Julietas dos nossos cómodos
Adormecem
um de cada vez
Na morte
da noite, a luz, o fim da paixão
Lá fora
outra vida, sem nenhuma diversão!
Alberto
Cuddel®
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