Por entre
versos – penso…
Por entre
madrigais pensados
Noites mal
dormidas, esboços rasgados
Arremesso
um ensaio de poema sem rima
Sem
mensagem definida, sem princípio
Karma
dormente de uma leitura por cima
Conteúdo
turvo, lido por um qualquer esculápio
Ungindo-me
com a cura mental,
Devaneios
de albatrozes em alto mar,
Perdido o
norte, nas curvas de maltreitas ninfas,
Mãos
molhadas, nos doces beijos da saudade
Perdida
ancora, corrente ao fundo,
Sem
mastro, navego sem rumo,
Por entre
prazeres e orgasmos suados
As
tempestades, as noites com o vento
Praias
deserta onde repouso a mente
Na areia
quente, rochas negras,
E o choro
das varinas, maridos perdidos
No meu
triste lamento, quem sou?
Possuidor
de virtudes na tua boca,
Em mim um
mar diferente tolhido de defeitos
Egoísta
medonho, não ousa em si colorir o sonho
No medo
obtuso que a água os lave
Recolho as
lágrimas salgadas do sofrimento
Qual quer
cadência de um sincronizado regimento,
Batem
fortes as asas, que te levam para norte,
Em busca
de uma qualquer outra triste sorte!
Alberto
Cuddel
In : Os
dias do Fim XLIX
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